quinta-feira, abril 18, 2024
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Nos mínimos detalhes

Em live na tarde de terça, 9, das mais detalhadas, por sinal, o prefeito Rodrigo Drable falou, de tudo, um pouco. Atualizou os dados da Covid em Barra Mansa, que até naquele dia contabilizava a morte de 296 barra-mansenses. “Lamentável”, afirmou. Falou da vacinação da população e depois de se gabar de que inicialmente a cidade tinha recebido mais vacinas que Volta Redonda, deu a má notícia: as coisas vão mudar. “Barra Mansa vai receber menos que Volta Redonda e mais que Resende, comparando com cidades mais próximas, porque nós temos menos habitantes que Volta Redonda e mais habitantes que Resende”, ponderou.
Logo à frente, Rodrigo revelou que já teria recursos suficientes – sem dizer quanto – para adquirir as vacinas, se for o caso. “Aderindo ao consórcio intermunicipal de aquisição de vacina, o município vai poder adquirir (a vacina) e nós poderemos estabelecer um protocolo só nosso. Poderemos vacinar as categorias que estão mais expostas, independente do Ministério da Saúde”, disse, garantindo ter os recursos necessários nos cofres públicos para serem usados com a compra das vacinas contra a Covid-19. “Nós temos recursos específicos para isso e eu tenho todo interesse em adquirir a vacina para que aqui em Barra Mansa façamos a vacinação de forma dinâmica, ágil, para que possamos sair desse pesadelo e voltar à nossa vida cotidiana da forma mais próxima do normal possível”, argumentou.
Com relação à volta às aulas, Rodrigo comentou que tem recebido muitas perguntas. Mas lembrou que o retorno foi baseado em um protocolo criado por representantes das escolas, da prefeitura, com suporte do CRM (Conselho Regional de Medicina) e de um infectologista. “É 100% seguro?”, perguntou ele mesmo, para logo responder, de forma irônica: “Não é 100% nem sair na rua”, comparou. “Você pode se contaminar, é claro, mas com um monte de critério e protocolo, a gente sente segurança em relação a isso. Eu fiscalizei as escolas, tenho feito visitas. Barra Mansa tem 72 unidades; eu visitei uma parte, não consegui chegar a todas. Vou a todas ainda”, prometeu.
Tem mais. Rodrigo garantiu que a família que não quiser mandar o filho para a escola será respeitada. “O percentual de retorno dos alunos está acima dos 50% em todas as escolas, e eu creio que vai evoluir quando as pessoas sentirem que as coisas estão dando certo. Vai aumentar (percentual), mas não acredito que vá chegar a 100%”, disse, deixando um recado a todos. “Muitas mães me mandam mensagem dizendo ‘Eu não quero que volte!’. Não volte, então. Se você não se sente seguro, não volte. Não é algo que a gente determina. É uma escolha que cada um faz. O que nós não podemos é, em função de um grupo menor, impedir que todos voltem às aulas”, defendeu.
Restrições
Na live, o prefeito também tratou da polêmica sobre o isolamento social e as medidas que adotou – bem leves, por sinal. “Gente, no sábado e no domingo eu recebi muitas mensagens contra restaurantes e bares lotados, e isso é terrível. As pessoas não têm a noção de que estão somando para o aumento dos casos (da Covid, grifo nosso). Eu vou dividir a responsabilidade disso com os donos de bares e restaurantes. Não adianta a gente fiscalizar tudo, porque não tem gente para isso tudo. Você tem bares e restaurantes pela cidade inteira”, disparou, mostrando irritação diante da postura dos empresários.
“Não adianta a fiscalização ir lá no bar e interditar se o próprio dono do estabelecimento estimula aquilo (aglomeração). Ele tem que entender que, para continuar funcionando, tem que ter controle. Essa iniciativa tem que partir dos próprios donos dos estabelecimentos. Eu compartilho com eles essa responsabilidade, eu peço que nos ajudem”, comentou, aproveitando para lembrar que a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, está parando às 17 horas. “Das 17 horas em diante, não funciona nem quiosque na praia. Bar e restaurante, tudo fechado. Isso é horrível para a economia da cidade, para a subsistência dos empreendimentos e para os trabalhadores que trabalham nessas empresas”, disse de forma crítica.
“Em Barra Mansa, a restrição é mais suave. Os bares e restaurantes podem fechar às 23 horas. A gente até vai permitir música ao vivo, porque nós entendemos que os músicos também têm que comer (se alimentar) e só vão comer se estiverem tocando. Mas, por outro lado, não pode ter pista de dança, não pode ter aglomeração”, pontuou, garantindo ainda que os bares e restaurantes só poderão usar até 50% das mesas. “É o melhor que podemos fazer nesse momento para evitar a expansão da contaminação (da pandemia), e permitir que as pessoas continuem trabalhando”, disparou.
Foi nesse momento que Rodrigo Drable voltou a ser o Rodrigo dos rompantes, que tanto agrada aos seus eleitores. “Algumas pessoas me cobram: ‘Ah, tem que fazer isso, fazer aquilo…’. O mais importante é colocarmos em prática o bom senso. Mas a pessoa cobra da gente, da prefeitura… e reclama: ‘Ah, voltou a escola, mas eu não concordo!’. Reclama, mas fica no bar, no restaurante, tá na aglomeração. Então, com todo respeito a todos, é fundamental que nós tenhamos o bom senso das necessidades diversas da cidade e da manutenção dos empregos desde que haja respeito às regras”, finalizou.

Veja a seguir o que Rodrigo Drable falou de mais importante em sua live:
Dados – “Até 9 de março, 5.891 pessoas tiveram casos notificados em SWAB, aquele do teste do nariz. No rápido, dos 44.779 testes realizados, 10.372 foram positivos. Ou seja, essas pessoas pegaram a Covid em Barra Mansa. O crescimento diário foi da ordem de 0,38%”.
Casos suspeitos – “277 pessoas são consideradas suspeitas, sendo que outras 34.130 que fizeram o teste, foram descartadas. Não tiveram a doença, não estão positivos”.
Leitos – “Na Santa Casa, temos 8 pessoas na UTI e 9 em leito clínico, com a ocupação de 4 respiradores. Na UPA, não há ninguém na sala vermelha, na UTI, ninguém em leito clínico e nenhum respirador sendo utilizado. No centro da Covid, ninguém na UTI, 12 pessoas em leito clínico e nenhum respirador sendo utilizado. No Hospital da Mulher, não temos nada também”.
“Nosso percentual de ocupação de leitos de UTI é de 38%. Semana passada nós chegamos a não ter ninguém internado em UTI. Em leitos clínicos, temos 21 pessoas que ocupam 30%; em termos de respirador, quatro são usados, o que corresponde a 13% dos respiradores da cidade sendo utilizados. Isso quer dizer que os outros 87% estão parados”.
Vacinação – “Existe um protocolo que o Ministério da Saúde estabeleceu para a entrega das vacinas e prioriza quem deve ser vacinado. É por idade, dos mais velhos para os mais novos. Não sou eu quem decido, não sou eu quem pode mudar esse fluxo. Não sou eu que escolho uma categoria específica, eu tenho que seguir o que o Ministério da Saúde preceitua. Em Barra Mansa, nós já vacinamos os maiores de 80 anos”.
“Barra Mansa tem muito idoso e tem aberto a vacinação apenas para as faixas etárias que nós temos as duas doses já em mãos. Eu não poderia abrir a vacinação, por exemplo, para um público maior do que o que eu tenho de vacina”.
“Eu recebi perguntas do tipo: ‘se nós não vamos vacinar algumas categorias específicas, como os professores por conta do retorno às aulas’. Isso é um pouco até de demagogia. Professor, é óbvio que ele voltando às aulas, tem que ter todos os cuidados, mas o caixa do mercado também tem. Está exposto desde o primeiro dia da pandemia. O cobrador e o motorista de ônibus também, as pessoas que atendem no comércio da cidade também. São categorias que foram fundamentais – enquanto boa parte da sociedade pôde ficar em casa, eles ficaram expostos. Então, se a gente tivesse que fazer por categoria, penso eu, deveríamos fazer por aquelas que estão mais expostas, sujeitas à contaminação e que se tornariam vetores de contaminação para os outros. Mas essa decisão não cabe a mim. Eu tenho que seguir, enquanto prefeito, o que foi determinado pelo Ministério da Saúde”.

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