
Quando o cenário político de Barra Mansa fica às avessas e a população parece sem muitas alternativas, os saudosistas insistem em clamar pela volta do ex-prefeito Roosevelt Brasil. Para 2020 não está sendo diferente. Apesar dos adversários serem muitos (ver matéria na página anterior), os boatos já surgiram dando conta que, pela fragilidade da oposição a Rodrigo Drable, Roosevelt poderia estar propenso a se lançar como candidato a prefeito de Barra Mansa. Mas ele garante: não é.
Em uma entrevista ao aQui, Roosevelt deixa claro que não pretende voltar à política, o que deve ser um alívio para muitos pré-candidatos que provavelmente não teriam chance contra o ex-prefeito, que há mais de seis anos trabalha na Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro), onde foi conselheiro e agora ocupa o cargo executivo de engenheiro no setor de Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário e Resíduos Sólidos Urbanos.
Avisando que pretende se dedicar à família, principalmente aos cuidados com a mãe bastante idosa, Roosevelt garantiu que não se candidata mais a nenhum cargo eletivo. Também preferiu, ao analisar a conjuntura política local, não fazer juízo de valor contra esse ou aquele postulante ao cargo de prefeito, mas elogiou a formação de uma coligação de oposição. “É salutar que haja oposição”, resumiu.
Adotando uma postura neutra, preferindo não elogiar nem criticar o atual prefeito, Roosevelt comentou sobre partidos políticos e a dificuldade da população em aceitá-los, garantindo que não está filiado a nenhuma sigla, mas que, se preciso for, não veria problema em voltar a se filiar. Entretanto, não disse se escolheria seu antigo partido (PMDB, agora MDB, grifo nosso). “Os partidos em geral e a classe política brasileira estão com enorme descrédito por tudo que tem acontecido nos últimos anos. Temos que estimular novas lideranças e aprender a separar o joio do trigo”, disse, evasivo.
aQui: O prefeito Rodrigo Drable já foi do mesmo partido que o senhor foi filiado durante muito tempo e esteve perto do senhor de alguma forma. Logo, podemos dizer que o senhor o conhecia. Na sua opinião, ele tem atendido suas expectativas enquanto chefe do Executivo ou se mostrou uma ingrata surpresa?
Roosevelt Brasil: Conheci um pouco o Rodrigo Drable como vereador. Não acompanhei de perto sua gestão por estar trabalhando no Rio. Portanto não posso fazer uma profunda avaliação do seu mandato. Posso dizer que é melhor que a gestão do prefeito anterior (referindo-se a Jonas Marins).
aQui: Quais os principais acertos e avanços apresentados por Drable à frente da prefeitura?
Roosevelt: Como já disse na resposta anterior, não acompanhei de perto a gestão do atual prefeito.
aQui: Onde Rodrigo tem errado mais? Ainda dá tempo de mudar de estratégia no ano que vem para convencer os eleitores de que ele ainda é uma boa opção?
Roosevelt: idem resposta anterior.
aQui: Vereadores e lideranças partidárias de oposição costumam reclamar de perseguição por parte de Rodrigo. O senhor sabe algo a respeito e o que pensa disso?
Roosevelt: Não tenho conhecimento.
aQui: Na última segunda, 2, MDB, PDT, Podemos, Cidadania e PSDB se coligaram em busca de uma frente ampla de oposição. O senhor acredita que essa aliança tem chances de vingar ou partidos tão diferentes ideologicamente não terão chances de permanecerem unidos?
Roosevelt: É salutar que haja oposição!! Eu tenho certeza que a oposição que recebi ao longo dos meus dois mandatos foram muito positivas. Eu e a minha equipe aprendemos a respeitar opiniões diferentes e vigiar mais para evitar muitos erros.
aQui: Como acontece em todos os anos de eleição, boatos de que o senhor vai se candidatar correm pela cidade. Desta vez esses boatos são verdadeiros? O senhor pretende lançar candidatura ou sente-se ‘enferrujado’ e desistiu mesmo dos cargos eletivos?
Roosevelt: São apenas boatos. Não me sinto nem um pouco enferrujado!! Já disse que não tenho qualquer pretensão de concorrer a cargos eletivos. Guardo ótimas lembranças do quanto fui abençoado por Deus e de quanto carinho recebi da população de Barra Mansa. Minha gratidão total!! Mas tive que priorizar minha família. Acabei de perder meu pai no último mês de maio, mas tive o privilegio de acompanhá-lo durante os últimos 6 anos no Estado do Espírito Santo, quando teve 7 AVCs. Minha mãe, já idosa, possui boa saúde, mas tenho a oportunidade e dever de apoiá-la nesses difíceis momentos em que está sozinha.
aQui: O senhor continua na Agenersa? Há boatos de que o senhor teria ido trabalhar na Cedae ou no Saaae-BM. A informação procede? Se sim, qual cargo?
Roosevelt: Continuo na Agenersa como engenheiro no setor de Abastecimento de Água , Esgotamento Sanitário e Resíduos Sólidos Urbanos.
aQui: O senhor se filiou a algum partido?
Roosevelt: Não tenho filiação partidária.
aQui: O que pode dizer sobre os rumos que o PMDB (hoje MDB) tomou no município, no estado e no Brasil, levando em consideração, entre outras, o fato de que políticos históricos da sigla estão presos por corrupção?
Roosevelt: Os partidos em geral e a classe política brasileira estão com enorme descrédito por tudo que tem acontecido nos últimos anos. Mas qualquer mudança que queiramos sonhar, só acontecerá pela via da boa política! Temos que estimular novas lideranças e aprender a separar o joio do trigo. Apesar do avanço do joio, o trigo deverá estar sendo plantado e precisa prevalecer sobre o joio para que tenhamos a colheita de boas políticas públicas!
aQui: O MDB é um partido para o qual o senhor voltaria ou pensa em se filiar a outro. Qual seria?
Roosevelt: Não tenho pretensão de filiação partidária.