Junho Vermelho

Volta Redonda e Barra Mansa promovem ações de conscientização no Dia Mundial do Doador de Sangue

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Na terça, 14, Dia Mundial do Doador de Sangue, o Núcleo de Hemoterapia de Volta Redonda, localizado no Hospital São João Batista recebeu alunos do Colégio do Corpo de Bombeiros Militar da cidade do aço que estão participando da campanha realizada pelo Hemonúcleo, “Junho Vermelho” – mês de conscientização para doação de sangue –, que tem atraído diversos grupos da sociedade para contribuir com a unidade.
Os estudantes fazem parte de uma gincana que está sendo desenvolvida na unidade escolar, que vai premiar uma das quatro turmas do colégio que consiga levar mais doadores ao Banco de Sangue. Dentre os participantes estava Geovane Souza, de 18 anos, do Padre Josimo e aluno do 3º ano do ensino médio. É a segunda vez que ele doa sangue, ação que tem como referência o pai, que é doador frequente. “Tem um ditado que diz: a palavra convence, o exemplo arrasta. Com isso, consegui convencer alguns alunos a doarem também, além de trazer parentes. Meu pai doa há anos e vem hoje (terça) doar mais uma vez. No Corpo de Bombeiros temos um lema: vida alheia, riqueza a salvar. Qual a riqueza maior que a vida? Poder ajudar ao próximo, tendo amor pelo próximo, é extremamente gratificante”, ressaltou Geovane.
Além dos alunos do Colégio do Corpo de Bombeiros Militar, outras instituições também estão participando do Junho Vermelho, como a presidente da OAB-VR, Carolina Patitucci; jogadores do Voltaço; estudantes do Colégio Rio de Janeiro da Sessenta; Grupo Velhoteranos Veteras (time de futebol); Rotary Club; 53º Grupo Escoteiro Vigilante da Acácia; Liga de Hemoterapia com alunos de Medicina do UniFOA; e alunos de Engenharia da UFF.
Atualmente o Hemonúcleo de Volta Redonda conta com uma média de 415 doadores por mês. De acordo com a responsável pela captação de sangue na unidade, assessora administrativa, Cristina Maria Oliveira Teixeira, o número cai 30% no período de frio, e os tipos de sangue mais necessários são: O+, O- e A+.
O coordenador técnico do Núcleo de Hemoterapia, médico hematologista Luiz Gonzaga Lula de Oliveira, explica que, com os feriados de Santo Antônio (13) e Corpus Christi (16), a procura por parte dos doadores tende a ser baixa, mas a campanha está sendo feita para ampliar o número neste momento. “É uma semana complicada, com apenas dois dias para doação e estamos contando com a participação de muitas instituições. Isso tem nos ajudado muito. Volta Redonda é uma cidade que tem uma cultura de doação de sangue e peço que a população continue comparecendo, pois cada doação pode salvar até quatro vidas”, destacou Lula.
Como doar?
O Banco de Sangue funciona no Hospital São João Batista e a captação de doadores é feita das 7h às 13h, de segunda a sexta-feira. Antes da coleta, todos passam por triagem clínica. E após o procedimento, a equipe separa os hemocomponentes (hemácias, plasma e plaquetas). Não é necessário o agendamento para a realização da doação. O doador não poderá doar em jejum. Ele precisa estar alimentado. E não basta só tomar café, é necessário comer algo. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (24) 3339-4242 (ramal 325 e 326).

Barra Mansa está com estoque reduzido de AB- e B-
O Hemonúcleo de Barra Mansa também passa por dificuldades para manter seu estoque sanguíneo. Os do tipo AB- e B- estão, inclusive, em estado crítico. Apesar da situação complexa, os dois tipos estão sendo supridos pelo sangue O-, porém, necessitam ser reabastecidos. Este mês, a unidade promove um ‘Arraiá’ na suja sede, a fim de normalizar a situação. A coordenadora do Hemonúcleo, Thaís Mendes, pede para que os moradores contribuam. “A campanha de movimentação e participação dos munícipes foi muito importante para o reabastecimento do estoque, que está ficando regularizado. Apesar de ainda termos dois componentes para reabastecer, temos o sangue O- para supri-los”, destacou a coordenadora.
O Hemonúcleo fica na Rua Pinto Ribeiro, n° 205, anexo à Santa Casa de Misericórdia. Quem for doar pode estacionar no pátio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, na Rua Oscar da Silva Marins, n° 155. Ambos ficam no centro da cidade.

Apenas 12% dos brasileiros doam sangue
No Dia Mundial do Doador de Sangue, um levantamento da TIM com 123,5 mil clientes revela que 51% conhecem quem tenha doado nos últimos 12 meses, 37% que tenham passado por uma transfusão no mesmo período e 8% dos entrevistados também foram submetidos a uma. Por outro lado, apenas 12% doaram sangue e 24% não o fizeram. Além disso, o Junho Vermelho, campanha de conscientização para doação de sangue, é pouco conhecido: 26% sabem do que se trata, mas 46% só ouviram falar do movimento e 28% ignoram a sua existência.
Em relação à doação de sangue, 27% acreditam que houve aumento na sua conscientização e outros 27% que tudo permanece igual, enquanto 19% pensam que diminuiu o engajamento. O levantamento foi feito entre 16 e 22 de maio e mostra também que 56% dos entrevistados acreditam que as ações promovidas no Junho Vermelho contribuem para a sociedade; 12% as acham importantes porém ineficazes; e 10% pensam que não têm valia.

Cristo vermelho
Na terça, 14, o Hemorio lançou a campanha ‘Ingresso Solidário’ voltada para mais para os cariocas. A mobilização, que vai até o dia 30 de junho, tem como objetivo estimular a doação de sangue para reforçar os estoques, além de celebrar o Junho Vermelho, mês mais importante para esse movimento de solidariedade que salva vidas todos os dias. No dia, o Monumento ao Cristo Redentor ficou iluminado na cor vermelha como forma de convocação internacional para a causa. “Este é o mês mais importante para a doação de sangue no planeta. Por isso, preparamos uma série de iniciativas para inspirar e incentivar a população a participar. Nossa campanha, assim como as anteriores, busca criar conexões com os doadores, mostrando que esse gesto é universal e une a todos por meio da solidariedade”, afirmou o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.
Para ajudar a divulgar e alcançar ainda mais pessoas, o atleta e ex-participante do BBB22, Pedro Scooby, foi convidado para ser embaixador oficial da campanha. “É muito legal ter a chance de participar de uma iniciativa tão maneira como essa. Doação de sangue é algo fundamental e pode fazer a diferença no momento que alguém mais precisa. Eu, como profissional de esportes radicais, sei muito bem disso. Que os fãs e pessoas que acreditam no meu trabalho de alguma forma possam estar presentes, participando e compartilhando essa campanha. Vai ser irado – comentou o surfista.
Durante os 17 dias de ação, todos que forem ao Hemorio doar sangue no mês de junho receberão um comprovante que dará direito a um ingresso 2×1 Kinoplex, que concederá a gratuidade ao acompanhante na compra de um ingresso tipo inteira, exclusivamente nas bilheterias do cinema, em todo o Rio de Janeiro.
Metas – De acordo com os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), para manter os estoques regulares é preciso que 1,5% a 3% da população doem regularmente. O Brasil tem hoje 1,8% de doadores. Em todo o país, são coletadas por ano uma média de 3,5 milhões de bolsas de sangue. A doação é fundamental para garantir suporte às principais emergências, maternidades e unidades de saúde do Estado do Rio.
Estoques baixos colocam em risco cirurgias em hospitais
Para quem não sabe, os dados revelam que o nível de estoques nos bancos de sangue no Brasil está mais baixo do que no período crítico da pandemia da covid-19. A explicação para isso é que o número de doações subiu menos do que o de cirurgias eletivas que voltaram a ser realizadas. Para se ter uma ideia, o Hospital Universitário Cajuru, referência no atendimento SUS em Curitiba, realiza cerca de 147 mil atendimentos por ano – entre urgências, emergências, cirurgias e consultas laboratoriais. Para isso, utiliza cerca de 410 bolsas de sangue todos os meses no atendimento aos pacientes. “No atendimento de emergência, muitas vezes não dá para saber o tipo sanguíneo do paciente e por isso procuramos ter sempre estoque de bolsas O-, que são do tipo universal. São momentos em que cada segundo faz a diferença. É muito comum pacientes graves precisarem de transfusão de sangue no internamento”, explica o coordenador médico do Pronto Socorro do hospital referência em trauma, José Fernando Rodriguez.