quinta-feira, março 28, 2024
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‘É pouco’

Uma má notícia para os cerca de um milhão de moradores do Sul Fluminense.  Se a região for atingida por uma epidemia de coronavírus (COVID-19), apenas o Hospital Zilda Arns (Hospital Regional) estará apto a receber os pacientes suspeitos de estarem contaminados. Como a unidade não tem tantos leitos assim – são apenas 80 –, se houver necessidade, os demais pacientes serão levados para a capital ou para unidades hospitalares da Baixada Fluminense. A informação foi repassada por uma fonte do aQui ao analisar a lista dos hospitais que já estão em estado de alerta desde que a secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) confirmou estar investigando 6 casos suspeitos de coronavírus, identificados nos municípios do Rio de Janeiro (2), Niterói (2), Nova Iguaçu (1) e Resende (1).

O caso de Resende foi divulgado no final da tarde de quinta, 27, através de uma nota técnica do Hospital Unimed Resende, que atendeu a paciente. Trata-se de uma jovem, com os sintomas compatíveis ao da doença (dificuldade respiratória e coriza) e que esteve recentemente na Europa, em áreas consideradas endêmicas. A sorologia da paciente foi coletada e enviada para o Laboratório Noel Nutels, no Rio, para confirmação (ou não) da doença. O resultado está previsto para sair na segunda, 2.

Segundo a nota emitida pelo Hospital Unimed, o caso suspeito foi notificado à Vigilância Epidemiológica de Resende e a paciente não precisou ficar internada, por apresentar sintomas leves da doença. Ela foi orientada a se isolar socialmente em sua residência e vem sendo monitorada pelo serviço de epidemiologia do município até a liberação do resultado do exame pelo Lacen-RJ. Se der positivo, a paciente poderá ser encaminhada a um dos hospitais de referência no Estado para monitoramento, como o Hospital Regional de Volta Redonda.

Na quarta, 26, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, anunciou a lista dos hospitais flumi-nenses que estarão, desde já, prontos para atender o plano emergencial desenvolvido pela pasta para enfrentar o COVID-19. O Hospital Unimed, responsável pela primeira notificação na região, não é um deles. “No último dia 17, realizamos um grande workshop com representantes da SES, secretarias de Saúde dos 92 municípios, hospitais universitários, hospitais militares e hospitais privados. O objetivo do encontro foi preparar a saúde do estado do Rio antes da chegada do coronavírus”, explicou Edmar.

Ele foi além. Disse que o plano de contingência será evoluído a cada etapa de enfrentamento da nova doença, “conforme planejado”. Além disso, prometeu que a secretaria irá intensificar campanhas de esclarecimento e orientação à população. E reiterou o pedido para que a população não se alarme, mas que continue a ter cuidados básicos de prevenção ao contágio. “O secretário esclarece que todos os casos suspeitos seguirão protocolos de atendimento preconizados pelo Ministério da Saúde e previstos no plano de contingência da SES”, informou sua assessoria de imprensa.

O plano emergencial, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde e de acordo com o Nível de alerta da OMS, inclui um plano de contingência em funcionamento no Nível Zero. Os demais níveis de acionamento (um, dois e três) serão organizados de acordo com parâmetros epidemiológicos, como números de casos. O primeiro objetivo estratégico do plano de contingência é intensificar medidas de segurança para limitar a transmissão humano a humano, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde. Caso uma pessoa apresente sintomas e sinais de doenças respiratórias, ela será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconizam a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde. 

O terceiro item abordado no tópico sobre os objetivos estratégicos do plano aponta para a comunicação do problema: informações sobre os riscos e casos registrados no estado do Rio de Janeiro devem ser informados à sociedade o mais rápido possível para, entre outras coisas, combater a desinformação e as perigosas fake news.

Organização da resposta a um possível surto

– Nível Zero – Casos importados notificados ou confirmados.

– Nível de Ativação 1 – Transmissão autóctone de Coronavírus no estado do Rio de Janeiro. As unidades hospitalares escolhidas são as seguintes: Hospital Municipal Souza Aguiar; Hospital Municipal da Piedade; Hospital Municipal Jesus; Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; CER Leblon; Hospital dos Servidores do Estado; Hospital Federal da Lagoa; Instituto Fernandes Figueira; Hospital Universitário Gafree e Guinle; Hospital Universitário Clementino Fraga Filho; e Hospital Universitário Pedro Ernesto.

– Nível de Ativação 2 – Transmissão sustentada na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. As unidades escolhidas são as seguintes: Hospital Albert Schweitzer; Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; Hospital Anchieta; Hospital Zilda Arns (Hospital Regional de Volta Redonda, grifo nosso); Hospital Estadual Alberto Torres; Hospital Estadual João Batista Caffraro; Hospital de Curupaiti; Hospital dos Servidores do Estado; Hospital da Lagoa; Hospital Universitário Antônio Pedro; e Hospital da Piedade.

– Nível de Ativação 3 – Quando as ações e atividades orientadas para serem realizadas no Nível II de ativação forem insuficientes como medidas de controle e para a organização da rede de atenção na resposta. E, ainda, quando a rede de atendimento definida for incapaz de atender à demanda.

Caso o surto chegue a esse nível, além de todas as unidades citadas anteriormente, será criado pela secretaria de Estado de Saúde hospital de campanha e as Forças Armadas serão acionadas. Haverá ainda a utilização de leitos em unidades especializadas, com a suspensão de cirurgias eletivas.

Medidas de prevenção

– Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;

– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;

– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;

– Evitar ambientes com muita aglomeração;

– Utilizar álcool em gel nas mãos.

O que fazer em caso de suspeita:

Se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus:

– Cubra o rosto com máscara cirúrgica;

– Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;

– Siga as orientações dos profissionais de saúde;

– Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.

Governo vai antecipar campanha de vacinação contra gripe por conta do Coronavírus

 O Ministério da Saúde resolveu antecipar para o dia 23 de março o início da campanha de vacinação contra a gripe. Num primeiro momento serão vacinados apenas gestantes e crianças, depois os demais grupos. A decisão de antecipar o início da imunização da população se deu depois que os casos suspeitos de coronavírus no Brasil saltaram de 20 para 132. Apesar de a vacina contra a gripe não ser eficaz contra do COVID-19, especialistas afirmam que ela ajuda a diminuir o alcance do coronavírus, reduz a demanda por atendimentos de saúde e ainda facilita o diagnóstico do novo vírus.

Procura aumentou 

O fato de o coronavírus estar bem perto – um dos casos suspeitos é de Nova Iguaçu – fez com que os voltarredondenses começassem a peregrinar pelas farmácias e drogarias da cidade do aço pesquisando preço dos produtos aconselhados pelas autoridades sanitárias. A procura por álcool em gel, por exemplo, triplicou, garantem funcionários das lojas localizadas no Aterrado que foram visitadas pela reportagem do aQui.

Na Drogaria Retiro, Rafael Santos, 24, balconista, informou que o álcool em gel não é mais encontrado. “As vendas triplicaram. Vendíamos 2 por dia, agora estamos vendendo seis quando chegam”, disse, informando que a venda das máscaras ainda é fraca. “Só perguntam o preço”, acrescentou.

Na Drogaria Cidadão, Reginaldo Azevedo, gerente, confirmou a fraca procura pelas máscaras. “A prateleira de álcool em gel estava cheia um tempo atrás, agora só restam três frascos”, afirmou. Outro gerente, que pediu para não ser identificado, confirmou a situação. “A procura foi tão grande que acabou nosso estoque de álcool em gel”, disse.,“A venda de máscara também, mas tínhamos poucas”.

Na Drogaria Moderna, Wiul Robson, 32, subgerente, disse que na filial do Aterrado a venda de máscaras é fraca. “De 6 a 7 clientes entram por dia procurando, mas não compram”, disse, garantindo que a venda de álcool em gel disparou.  “Em dezembro tínhamos 15 frascos de álcool em gel e vendemos quatro. Em janeiro e em fevereiro, nós vendemos aproximadamente 14 por mês”, disse, acrescentando: “Antes nem precisávamos abastecer a prateleira, agora precisamos”. 

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