sexta-feira, junho 2, 2023

A corda apertou

Para ser prefeito de Barra Mansa, o empresário Bruno Marini (PSD) tentou de tudo. Para começar, tentou esconder o fato de ter sido condenado por crime contra a Economia Popular ao sonegar imposto de sua empresa, a Água Mineral Attiva. Depois, teria feito aliança com Guto Nader, que atuou como testa de ferro para assediar os adversários, na tentativa de que estes desistissem de suas candidaturas para apoiá-lo contra Rodrigo Drable, oferecendo, em troca, cargos na máquina pública. E, por fim, divulgou nas suas redes sociais uma pesquisa eleitoral, da Inteligence Serviços, com fortes indícios de irregularidade, pois não teria sido registrada na Justiça Eleitoral dentro do prazo determinado por lei: cinco dias antes da divulgação.

Nenhuma das estratégias deu certo. Muito pelo contrário. E o resultado foi catastrófico: além de ter perdido as eleições, tendo que se contentar com o terceiro lugar, Bruno Marini foi multado duas vezes por conta da divulgação da pesquisa eleitoral. A primeira multa se deu a partir de uma representação oferecida pelo então candidato, Rodrigo Drable, reeleito. O valor da multa estipulada pelo juiz eleitoral neste caso foi de R$ 93.108,75.

A segunda multa foi originária de uma representação feita por Thiago Valério, que ficou em segundo lugar nas eleições. Valor do prejuízo: R$ 53.205,00. Detalhe: nos dois casos, a Justiça determinou a extração de cópias dos autos para que elas sejam enviadas para a Delegacia da Polícia Federal de Volta Redonda, para verificação de ilícito penal eleitoral por parte de Bruno Marini.

O empresário recorreu das multas usando o mesmo argumento que usou quando foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo por conta da sonegação de imposto em sua empresa culpando o sogro, já falecido, pelo crime: disse que não foi ele o responsável pela contrata-ção da pesquisa. Mesmo assim, Bruno foi multado, duas vezes. “Quanto ao alegado pelo primeiro representado, o candidato Bruno Marini, em relação a sua participação na presente representação, não merece prosperar, pois, se de um lado o representado não contratou a empresa, de outro, ao divulgar uma pesquisa eleitoral fraudulenta, sem verificar a regularidade e a procedência, em sua rede de transmissão do WhatsApp e em suas redes sociais, vinculou-se ao resultado da pesquisa”, diz a sentença.
Bruno Marini, até o momento, se fechou em copas e não deu declarações à imprensa. Em suas redes sociais o silêncio também foi absoluto sobre o tema. Preferiu postar homenagens aos Relações Públicas, aos Portadores de Deficiência e às mulheres.

Já o prefeito reeleito, Rodrigo Drable, não poupou o ex-amigo. “Tanto me chamou de bandido na campanha… Ofendeu minha família. E o único condenado entre nós dois é ele. Está fora da política por 8 anos”, destacou Rodrigo, referindo-se ao fato de Bruno ter sido condenado, o que o tornará inelegível por oito anos.

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