A morte de Munira Arbex Francisco na noite de segunda, 1, foi comparada a de uma grande personalidade. Não era para menos. D. Munira era mãe do ex-prefeito Antônio Francisco Neto, de Munir Francisco, Marco Antônio e Valéria e avó de sete netos. Aos 91 anos, ela morreu de uma doença renal e o seu velório e enterro – no Portal da Saudade – atraíram centenas de pessoas. De gente simples da Avenida Amaral Peixoto a políticos conhecidos – vereadores, deputados e prefeitos – além de dezenas de outros que conheceu e adotou ao longo da vida ao lado do filho mais popular (Neto).
“O modo simples dela era cativador, carinhoso. Todo mundo que a conhecia, por ela ficava apaixonado. Nunca pedia nada sem falar ‘por favor’ e depois o ‘muito obrigada’. Falava que todo mundo era igual e que todos deveriam ser tratados igualmente”, pontuou Neto em entrevista ao aQui. Munir, ao lado, completou, lembrando que a mãe gostava de ser chamada de “a verdadeira guerreira”. “Nós perguntávamos quem ela era. E a resposta era: ‘a verdadeira guerreira’”, comentou.
Neto lembrou ainda que D. Munira era muito ativa, e, mesmo aos 91 anos, ainda fazia questão de ir, diariamente, fazer compras no mercadinho, depois de decidir o cardápio do almoço. Tem mais. Que toda quinta-feira ela ia jogar baralho com um grupo, atividade que mantinha há 40 anos. “De vez em quando nós íamos jogar baralho no Comercial; ela era minha dupla. É muita saudade”, disparou na manhã de quinta, 4, apenas três dias depois de perder a mãe. Mostra o quanto vai ser difícil para ele viver sem D. Munira ao lado. “Vai ser muito difícil superar. Para todos os filhos, netos”, pontuou, para completar: “Mas temos muito orgulho de sermos filhos da Dona Munira”, disse com os olhos cheios de lágrimas.
Na rápida entrevista ao aQui, Neto ressaltou que D. Munira nunca reclamou do longo tratamento que enfrentava, há mais de um ano, em longas sessões de hemodiálise (em Barra Mansa, e depois em Volta Redonda) três vezes por semana. “(Ela) Estava sempre rindo, alegre em todos os momentos. Levava ‘esfihas’ para os funcionários da clínica. Inclusive, todos estão mandando mensagens. Conforta um pouco saber o quanto ela era querida”, afirmou. Tanto era que, em homenagem a D Munira, o prefeito Samuca Silva decretou luto oficial de três dias em Volta Redonda.
Quitutes
Dona Munira nasceu na Síria, onde conheceu Seu Nadim – Álimo Antônio Francisco, mineiro de São João Del Rey e descendente de sírios – e se casaram. Se mudaram para o Brasil no início da década de 50. Ela ficou conhecida no meio político por ser anfitriã de centenas de aliados políticos de Neto, que iam até a sua residência para manter encontros com o ex-prefeito e a todos conquistava. Primeiro, pela simpatia; depois, pela boca, já que eram famosos os quitutes árabes que fornecia aos convidados.
A missa de sétimo dia de D. Munira será hoje, segunda, 8, às 19 horas, na capela do Colégio Nossa Senhora do Rosário.