Nova identidade

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O Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional, ainda administrado pelo Hospital das Clínicas, conhecido até bem pouco tempo como Hospital Vita, já está usando um novo nome, que se tornará oficial no próximo dia 20, quando adotará o nome fantasia de Hospital Santa Cecília. O engraçado é que, curiosamente, o mesmo nome ia ser usado pelo Instituto Soebras – aquele que em maio de 2018 anunciou ter comprado o passivo do Vita, o que não era verdade. ?A mudança no nome, inclusive, já ocorreu, tanto que a direção do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) já o usa em alguns documentos e folhetos, a que o aQui teve acesso, como em um pedido de contratração de funcionários. A transição operacional começou no final de fevereiro e vem ocorrendo de maneira gradual e pacífica, com previsão de ser concluída no próximo dia 20, quando o ICC assumirá em definitivo a administração do antigo hospital da CSN. Detalhe: o ICC assume com a promessa de manter todos os profissionais de saúde e os convênios firmados com os prestadores de serviços. O acordo com a CSN foi assinado em janeiro deste ano e os valores negociados não foram divulgados. A mudança no principal hospital particular da cidade do aço é um capítulo importante na história conturbada envolvendo o Vita, a CSN e o Corpo Clínico. Começou há 20 anos quando a CSN permitiu que o Vita assumisse o hospital em regime de comodato por 10 anos. Quando o prazo expirou, a CSN passou a cobrar aluguel pelo uso do imóvel, mas a inadimplência do Vita foi parar na Justiça e em 2018 ocorreu o despejo. No lugar do Vita assumiu a CFV Serviços Médicos – uma sociedade criada pelo Corpo Clínico que, mediante autorização da Justiça, geriu o hospital de junho de 2018 até hoje, com o nome de Hospital das Clínicas. O grupo Soebras nunca chegou a entrar na história oficial no hospital. Mas fez parte dela quando, no meio do litígio entre a CSN e o Vita, anunciou que teria comprado o passivo do Vita e se sentiu no direito de assumir a gestão do hospital. Chegou a anunciar o novo nome: Hospital Santa Cecília, mas jamais foi reconhecido pela Justiça ou pela CSN como parte legal no processo. Do jeito que entrou, saiu. Em janeiro de 2020 a CSN anunciou ter fechado negócio com o grupo ICC para a gestão da unidade, mas precisou recorrer (novamente) à Justiça para ‘despejar’ o Hospital das Clínicas. Uma decisão da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, de 21 de fevereiro, determinou que a CFV Serviços Médicos deixasse as instalações do hospital em 90 dias. O prazo encerra no dia 20 de maio, data prevista para o ICC assumir o hospital. Coronavírus Atualmente, o Hospital da CSN é o único na região a fazer cirurgias cardíacas de alta complexidade pelo SUS. São dois leitos regulados para esse tipo de procedimento. Há ainda uma expectativa de que o governo do Estado faça um convênio com o Hospital e as demais unidades particulares de Volta Redonda (Hinja e Unimed), para usar os leitos das três unidades para pacientes da Covid-19. O financiamento destes leitos seria de responsabilidade do SUS. Essa promessa foi feita pelo secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, como forma de compensar o município pela ‘perda’ dos leitos no Hospital Regional Zilda Arns. Porém, não há informações sobre a quantidade de leitos que cada hospital particular disponibilizaria ao SUS. E se de fato isto vai acontecer. Promessas…