Pressão (I) –Na live de quarta, 25, pela primeira vez desde que a pandemia do coronavírus eclodiu, o prefeito Samuca Silva confessou estar sendo pressionado para permitir a reabertura do comércio de Volta Redonda. “Não adianta empresários me pressionar (sic). Eu não volto atrás. Economia se recupera. Emprego se recupera. Mas as vidas, não”, justificou, referindo-se aos pedidos que estaria recebendo do setor privado, que ainda não tinha abordado em suas lives. “Eles (os empresários) devem cobrar é do governo Federal. As medi-das que o presidente pode tomar é que farão a diferença de verdade”, crê.
Pressão (II) – Fontes do aQui garantem que alguns grupos empresariais da cidade do aço estariam mesmo pedindo a reabertura das lojas e teriam apresentado a reivindicação (muitos apoiaram Samuca nas eleições de 2016) ao secretário de Fazenda, Fabiano Vieira, argumentando, entre outras, que “não tinham como segurar mais”.
Pressão (III) – O estranho na história, diz a fonte, que pede que seu nome não seja revelado, é que Fabiano, secretário de Fazenda, teria prometido ao grupo que Samuca iria agir. “O governo vai chamar uma nova reunião com o Ministério Público para tratar desse assunto, e com urgência”, comentou.
Pressão (IV) – Os empresários voltarredondenses chegaram a dar a fórmula que poderia viabilizar a reabertura do comércio como um todo. De abrir as portas com poucos funcionários, seguindo as regras estipuladas pelo Palácio 17 de Julho para o funcionamento dos supermercados e farmácias, “com limitação de pessoas dentro das lojas”. “Se não encontrarmos uma alternativa, vai ser muito ruim para todo mundo”, pontuou. Será que estava se referindo ao coronavírus ou às eleições?
Pressão (V) – Enquanto esperam pela resposta de Samuca, os empresários pretendem chamar os colegas para debater a situação que os aflige. “Temos que ouvir mais gente antes de tomarmos qualquer decisão”, pondera a fonte, que participou dos debates por um grupo de WhatsApp. “O Samuca não quer bater de frente com o MP em uma luta judicial desgastante”, disparou, para logo aconselhar: “Quem está se sentindo prejudicado pela prefeitura que entre na Justiça”, postou. “O Samuca está em ano de eleição e não quer brigar com o MP”, reiterou.
Pressão (VI) – É bom lembrar que Samuca e o MP estão de bem desde que armaram para prender, em flagrante, o vereador Paulinho do Raio-X, que estaria exigindo R$ 355 mil do prefeito para barrar alguns pedidos de impeachment que estariam prontos para dar andamento na Câmara de Volta Redonda.
Pressão (VII) – E, por último, devem usar o exemplo do prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, que, em contato com os grupos empresariais da cidade, já fala na reabertura das lojas a partir do dia 13 de abril.
Transparência – Na live de quarta, 25, Samuca atualizou os números de infectados pelo covid-19. Eram oito casos confirmados. “Dos infectados, apenas um está hospitalizado. Um senhor de 76 anos”, disse, sem revelar onde o cidadão está internado. “Os outros casos são: uma universitária, de 20 anos e uma mulher, do lar, com 48 anos”, completou. Fica a pergunta: por que não revelou o nome do hospital onde o senhor estava internado? Ou seja, a alardeada transparência não é tão transparente assim.
Escolas – A secretaria estadual de Educação esclarece que não estabeleceu prazo de 90 dias de suspensão das atividades na rede estadual de ensino, como alguns veículos de comunicação divulgaram. A decisão se os alunos voltam ou não às escolas será tomada no próximo domingo, 6 de abril.
Prorrogadas (I) – As contas do Saae-VR que venceriam em abril, referentes ao consumo de março, só serão cobradas em maio. Pra variar, a prefeitura de Volta Redonda não disse como a cobrança será feita, e nem se vai emitir uma nova conta com outro vencimento. Só falta exigir que os consumidores se dirijam ao Aterrado, sede da autarquia, para buscar a fatura, né?
Prorrogadas (II) – Depois de liberar a notícia de que as contas do Saae só serão cobradas em maio, Samuca foi bombardeado por perguntas sobre o IPTU. Todos ficaram sem resposta. Nem sua equipe o alertou sobre a indagação, que, aliás, tem todo sentido. É que, para muitos, a conta do IPTU vence na segunda, 31. Se não for prorrogada, a previsão é de um calote geral. Justificado, é bom que se frise.
IPTU – Caso a conta do IPTU não seja prorrogada, na segunda, 31, milhares de proprietários de imóveis em Volta Redonda terão que ir pagar a taxa em casas lotéricas e agências bancárias. Não é pra ficar em casa?
Fora das ruas – Doze pessoas, que vivem em situação de rua, já estão abrigadas no espaço criado pela prefeitura de Volta Redonda na Arena Esportiva da Voldac para se protegerem contra o Covid-19. Parece pouco, pois quem conhece os centros comerciais da cidade do aço sabe que existem pelo menos umas 10 vezes mais que o número de atendidos.
Sabonetes – Os empresários do setor de supermercados não devem estar entre os que estão pressionando Samuca a permitir a reabertura do comércio local. Tanto que doaram 60 mil sabonetes para colaborar com a higiene dos moradores da cidade do aço. A distribuição começou pelos bairros Três Poços e Mariana Torres (leia matéria correlata na página 11).
RPA (I) – Coisas do destino. Depois de dispensar e perder um bom número de médicos, enfermeiros e profissionais de Saúde, quando tentou reduzir salários e aumentar a carga horária de todos, o prefeito Samuca Silva espera que eles e mais alguns da área sejam solidários com a população (e com o Palácio 17 de Julho) e se cadastrem para atuar como voluntários nos hospitais da cidade da rede municipal. O cadastramento pode ser feito pelo link http://www.voltaredonda.rj.gov.br/vrcontraocorona
RPA (II) – Os médicos e enfermeiros que não ‘pediram conta’ serão obrigados a atuarem como voluntários na rede de Saúde e no Hospital de Campanha. Quem não for, não vai receber salários. Ou seja, em breve, teremos oftalmologista, psicólogos, psiquiatras, professores de educação física, entre outros, cuidando de pessoas com o coronavírus.
RPA (III) – A coordenadora da Divisão de Áreas Técnicas em Educação e Saúde da secretaria de Saúde, Marciléa Dias de Sá, avisa que o cadastro obedece à Lei Federal do Voluntariado, de 1998. “A secretaria vai separar os profissionais por grupos e indicar os locais onde vão atuar. Na unidade, eles preenchem um termo de voluntariado e se colocam à disponibilidade”, ex-plicou. Forçada, é claro.
RPA (IV) – O secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, entende que os profissionais de saúde de Volta Redonda vão dar exemplo de solidariedade. “Em apenas um dia, 32 profissionais se ofereceram para trabalhar como voluntários. Além dos psicólogos, temos enfermeiros, estudantes de medicina, técnico em radiologia e profissional de educação física”, explicou Alfredo.
Manutenção – Com ou sem coronavírus, os serviços de capina, roçada e tapa-buraco continuam sendo feitos por diversos bairros da cidade do aço. A prefeitura de Volta Redonda garante que os servidores que atuam nessas funções foram capacitados sobre os cuidados necessários para evitar contaminação pelo coronavírus. Há controvérsia. É só reparar nas equipes que estão nas ruas.
Boato – A filial do Bramil no Shopping Park Sul teria fechado as portas, em definitivo. Faz sentido se for verdade, pois o supermercado vivia às moscas, como muitas outras lojas do empreendimento.
Carreata – Aliás, o vice-prefeito Maycon Abrantes, que é um dos sócios do shopping, está entre os que vão participar da carreata marcada para hoje, sábado, 28, a partir das 10 horas, pedindo pela reabertura do comércio em Volta Redonda já a partir desta segunda, 30. A concentração será na Praça Brasil, às 10 horas.
Barra Mansa – Na cidade vizinha, também haverá uma carreata neste sábado, no mesmo horário, saindo da Avenida Joaquim Leite, para reivindicar o mesmo: a reabertura das lojas a partir de segunda, 30. Lá, ao contrário de Volta Redonda, Rodrigo Drable já tinha dito que pode reabrir o comércio a partir do dia 13 de abril.
Comércio – Na tarde de quinta, 27, o vereador Paulo Conrado recebeu um grupo de empresários, interessados em reabrir o comércio de Volta Redonda. Eles entendem que o fechamento das lojas, por tempo indeterminado vai gerar desemprego. Além do fechamento do comércio. Conrado prometeu levar as reivindicações ao Palácio 17 de Julho, onde Samuca é contra.
Impostos – Tentando ajudar a combater a crise, Conrado apresentou na sessão extraordinária de quinta, 27, uma série de projetos, entre eles o de anistia de taxas e impostos dos profissionais liberais e autônomos e a prorrogação do prazo de pagamento do IPTU.
Cedae – Fica a dica para Conrado e Samuca: a Cedae suspendeu a cobrança das contas que vencerão em maio, junho e julho para os clientes da companhia que têm tarifa social e para comércio de pequeno porte. O Saae não poderia fazer o mesmo?
Água – Moradores do Santo Agostinho, Volta Grande, Nova Primavera e Parque do Contorno estão fulos com Zeca, presidente do Saae-VR. Os bairros ficaram vários dias sem água e os moradores querem saber como vão poder ‘lavar as mãos’ para vencer o covid-19?
Barreiras – Ao saber que os prefeitos Samuca Silva e Rodrigo Drable divergem sobre a reabertura do comércio nas suas cidades, um leitor enviou a seguinte sugestão para o caso de Barra Mansa permitir e Volta Redonda não permitir a reabertura das lojas: “Que criem barreiras sanitárias nas divisas entre os dois municípios”, sugeriu. “Ninguém entra, ninguém sai”, propôs.
Fundo de reserva – O vereador Fernando Martins apresentou uma boa sugestão aos seus colegas do Parlamento. Que a Câmara libere R$ 800 mil de uma ‘conta reserva’ para a prefeitura de Volta Redonda usar no combate ao coronavírus. O engraçado é que, fora do Legislativo, pouca gente sabia da existência dessa conta secreta. Que acabem com ela e usem a grana para comprar respiradores para os hospitais da rede municipal.
Luto (I) – Na quinta, 25, o ex-vice-prefeito de Volta Redonda Luiz Alberto Leite, 76, morreu vítima de um câncer. Ele estava internado em um hospital em Maceió, onde vivia dos cuidados de uma irmã, que é enfermeira. Luiz Alberto foi vice-prefeito na gestão de Marino Clinger, entre 1986 e 1988. Além disso, também foi secretário de Fazenda durante o polêmico governo Wanildo Carvalho, entre 1989 e 1992.
Desencontro – Na quinta, 26, ao anunciar o aumento do número de casos confirmados do corona-vírus em Volta Redonda, – da ordem de 125%, passando de 8 para 18 casos-, Samuca Silva voltou a falar da existência dos casos suspeitos, que não ia revelar mais. Seriam 180, detalhou. O engraçado é que o secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, em comunicado aos demais secretários do governo, disse que o número seria menor, seriam 160. Quem acertou?
Juntinhos – Quem consegue explicar que, live após live, Samuca e Alfredo tem que ficar um ao lado do outro sem manter a distância de dois metros entre eles, como é preconizado pelo Minis-tério da Saúde? Se acham super-homens e imunes ao coronavírus?
Assembleia – A mesma pergunta deve ser feita aos diretores da Unimed que participaram de uma assembleia de cooperados para tratar de assuntos, dizem, não tão urgentes assim. Resultado: dois deles, do alto escalão, contraíram o vírus e os demais estão morrendo de medo. Temem o efeito cascata.
Eficácia – O secretário de Saúde de Volta Redonda, Alfredo Peixoto, anunciou que iniciará um plano de higienização em áreas comuns da cidade, priorizando, inicialmente, pontos de ônibus e as frentes das unidades de saúde. Será que adianta?
Confuso (I) – A fama de Samuca de ser bom de redes sociais está indo pelo brejo. Em todas as lives que fez até agora, o prefeito se enrolou ao dar as notícias. Em uma delas, chegou a dizer o primeiro nome de um dos voltarredondenses que teriam sido conta-minados pelo covid-19. Seria o de uma mulher. Isso não pode.
Confuso (II) – Na sua argumentação diária, Samuca tem usado muito a tese, defendida por ele, de que o covid-19 não tem língua. “Não fala italiano, francês, inglês”. Tá igual disco antigo de vinil quando a agulha não saía do lugar.
Confuso (III) – Mais uma: ao falar dos 18 casos confirmados de corona-vírus, Samuca garantiu que todos estariam bem e em restrição domiciliar. Depois contou que um estaria em um hospital… Errou também ao falar do número de leitos dispo-níveis em Volta Redonda para receber os portadores do covid-19. E não disse por que não foi a uma cerimônia no Hospital Regional, com a presença do secretário estadual de Saúde. “Convidado ele foi”, garante uma fonte. “Não foi porque não quis”, explicou.

Leitos – A cerimônia no Hospital Regional, que contou com a presença de vários prefeitos, como Rodrigo Drable, o deputado estadual Marcelo Cabeleireiro e o ex-prefeito Gotardo Netto, foi para que o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, entregasse 180 novos leitos á unidade para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus. Tem mais. O hospital abrirá mais 29 leitos em uma semana, chegando a 209 no total.
Números – Como gestor, Samuca comentou em uma de suas lives que, segundo especialistas, uma pessoa infectada pode contaminar, em 30 dias, cerca de 430 pessoas. Ou seja, consi-derando apenas os 18 infectados até quinta, 26, o número de contaminados em Volta Redonda poderia chegar a quase 8 mil em um mês. E depois ele reclama que a imprensa anda criando pânico na população. É mole?
Casa de Saúde – Por que é que a prefeitura de Volta Redonda não ocupa a antiga sede da Casa de Saúde São José, no Retiro, como alternativa temporária para enfrentar a pandemia do coronavírus? No Direito Administrativo, segundo a advogada Mayara Calheiros, a prefeitura pode fazer uma espécie de requisição administrativa para utilizar bens particulares por tempo determinado (enquanto perdurar a pandemia), com posterior indenização ao proprietário se houver danos ao local. “Esse tipo de intervenção acontece quando há situações de perigo público iminente”, sugere. “Pode se encaixar no caso da Casa de Saúde São José”, pondera. “ A requisição adminis-trativa está respaldada na Constituição Federal, no artigo 5°, inciso XXV”, detalha. Fica a sugestão a Samuca Silva.
Virtual (I) – Para impedir o avanço do coronavírus em Volta Redonda, o vereador Washington Granato sugeriu a criação de um ‘consultório virtual’ para que a população possa tirar todas as suas dúvidas antes de se dirigirem às unidades de Saúde desnecessariamente.
Virtual (II) – Segundo Granato, o consultório virtual seria uma opção para orientar, diagnosticar e até iniciar algum tratamento”. “Fizemos pesquisa e vimos que ainda não existia regulamentação para isso, mas vimos que já existem empresas oferecendo consultas pela internet, como primeiro atendimento”, justificou.
Virtual (III) – Para Granato, o procedimento é bem simples, de fácil implementação. “Você não vai a um Hospital, onde certamente terá pessoas infectadas. É um atendimento rápido e quase 100% da população tem um telefone e WhatsApp, de baixíssimo custo, com capacidade de atendimen-to enorme e os profis-sionais de saúde podem atender de qualquer lugar”, completou.
Doenças respiratórias – Como todos só estavam preocupados em falar sobre o hospital de campanha, passou desper-cebida a notícia de Samuca dando conta que a prefei-tura vai criar um Centro Especializado em Doenças Respiratórias, que vai funcionar no Centro Médico do Hinja, no Retiro. O centro será uma parceria do Palácio 17 de Julho, governo do Estado, Hinja (da família do ex-prefeito Gotardo Netto) e Unimed Volta Redonda. O atendimento aos conveniados de planos de saúde e usuários do SUS começará nos próximos dias, em data ainda não confirmada.
Da série – Por onde andam as ONGs e o MEP de Volta Redonda que não se moveram para nada até o presente momento: Será que estão em casa, e de quarentena com medo do novo coronavírus.
Fake (I) – Na segunda, 23, o prefeito Samuca Silva anunciou a criação de um grupo de WhatsApp, formado por quem quisesse receber notícias quentes – e oficiais, é claro – sobre o coronavírus pelo telefone 999090020. Até ontem, sexta, 27, o telefone estava fora do ar…

Fake (II) – Procurada para explicar o silêncio do gato (ver foto), a assessoria do prefeito Samuca Silva limitou-se a dizer que o grupo era natimorto. Que teria acabado antes mesmo de nascer. E avisou que a notícia tinha sido dada em uma rádio. Esqueceu apenas de avisar aos jornais e, especialmente, aos internautas que passaram os dias seguintes esperando quem o gato miasse nas lives de Samuca.
Fake (III) – Entre os que tentaram participar do grupo do ‘zap zap oficial’ ficou a dúvida: o dono do perfil seria um veterinário ou apenas seria de alguém que ‘se acha’… Cartas para a redação.