Por Pollyanna Xavier
A semana começou agitadíssima no Sindicato dos Metalúrgicos e terminou com uma calmaria suspeita. O fato é que Edimar Miguel, ex-presidente do órgão e atual
diretor de Organização por Local de Trabalho, perdeu força e, até o fechamento desta edição, ontem, sexta, 15, ainda não tinha conseguido recuperá-la. Ele teve um mandado de segurança negado na Justiça, ao tentar derrubar a liminar que suspendeu as assembleias que convocou para o início da semana. Nelas, Edimar iria tentar mudar o estatuto do órgão para retomar o poder. Não conseguiu. Pior: acabou perdendo credibilidade e terminou a semana mudo e sem força política.
Tem mais. O ex-líder sindical teria sido impedido, na segunda, 11, de registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Volta Redonda pelo próprio delegado de plantão. Na ocasião, Edimar teria ido à 93a DP para denunciar que ao chegar à sede Sindicato para trabalhar teria encontrado a sala da presidência – que já não lhe pertencia mais – aberta. O cômodo tinha sido aberto por um chaveiro chamado pelo G5 para garantir a entrada do atual presidente, Odair Mariano.
Segundo apurado, Edimar entendeu que a sala teria sido arrombada e tentou registrar a ocorrência policial contra o G5. Na delegacia, a informação repassada ao jornal foi de que a ocorrência acabou não sendo registrada porque o delegado não visualizou crime ou violação à lei criminal. Pelo contrário. O entendimento era de que Edimar teria obstruído o acesso do novo presidente do Sindicato e que a sala, que ele mantinha trancada, já não pertencia mais a ele. O cômodo foi aberto no final da manhã de segunda, 11, e Odair passou a usá-lo para despachar como presidente do Sindicato.
Para a próxima semana, é esperado um avanço na elaboração da pauta de reivindicações do acordo coletivo 2024 e a realização de assembleias para a aprovação do texto. A partir daí, o G5 pretende entregar o documento à CSN e pedir a abertura das negociações, sendo que Edimar não deverá participar das discussões com o RH da Siderúrgica, já que a Justiça legitimou as mudanças realizadas nas últimas semanas, reconhecendo Odair Mariano como o novo presidente do Sindicato. Aliás, a ata da reunião que promoveu as mudanças já está registrada em cartório, validando as substituições.
O aQui tentou falar com Edimar na manhã de ontem, sexta, 15, sobre os acontecimentos da semana, mas ele não respondeu à reportagem. O objetivo era que ele contasse a sua versão dos fatos e dissesse se pretende apoiar o G5 na campanha salarial da CSN, em prol dos homens e mulheres de aço, como ele costuma chamar o trabalhador da UPV. Aliás, uma fonte afirma que Edimar não aparece no Sindicato para trabalhar desde segunda, 11.
Apesar de ignorar os pedidos de entrevistas (e olha que foram muitos nos últimos dois anos), a reportagem está à disposição do ex- presidente para que se manifeste sobre as recentes mudanças no Sindicato e a tentativa (anulada pela Justiça) de convocar os associados para votar mudanças no estatuto. Se quiser falar, certamente será ouvido. Assim como seu advogado, Tarcísio Xavier.