“Eu aguento porrada!”

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Faltando apenas 11 meses para as eleições municipais de outubro de 2020, Barra Mansa já está contaminada pelo clima eleitoral. Conta, inclusive, com mais pré-candidatos a prefeito que as cidades vizinhas, como Volta Redonda, onde deverá haver uma polarização entre Samuca e Neto (se este puder se candidatar). Atualmente, cinco políticos barramansenses sonham em derrotar Rodrigo Drable, que deverá buscar reeleição.

Em entrevista exclusiva ao aQui, o atual prefeito entende que o interesse de tantos possíveis candidatos não o ajuda tanto como muitos calculam quando se baseiam na tese de que a divisão dos votos por ‘x’ candidatos facilita a vida de quem tem o poder (a máquina, grifo nosso). “Na eleição passada eu tive 43% dos votos”, justifica, mostrando que pretende manter ou aumentar tal percentual.

Indagado sobre quem seria seu principal adversário e se sua postura polêmica na política local – “eu falo a verdade, doa em quem doer”, Drable, em tom de brincadeira, faz uma confissão sintomática para quem sabe ler nas entrelinhas. “Eu não tenho medo de perder… tenho medo de ganhar (a eleição, grifo nosso)”.

Veja abaixo a íntegra da entrevista com Rodrigo Drable:

aQui: Há menos de um ano para as eleições, Barra Mansa já conta com uma penca de pré-candidatos a prefeito. Tem o Bruno Marini, o Jackson Emerick, o Noé Garcez, o Tuca, o capitão…, entre outros. Como o senhor vive falando que a situação financeira da prefeitura é ruim, como analisa todo esse interesse dos políticos locais?

Rodrigo Drable: Acho importante que tenhamos o maior número de pessoas interessadas em trabalhar pela cidade. Importante que a motivação seja fazer o seu melhor para resolver os problemas da cidade. Que Deus nos afaste das pessoas mal intencionadas, pois o passado recente nos ensinou que é devastador.

aQui: Dos candidatos a prefeito, qual será o mais difícil de vencer? O senhor mesmo?

Rodrigo: Não estou analisando a dificuldade eleitoral, mas a dificuldade de continuarmos superando os desafios. Nada funcionava. Há 2 anos e 10 meses a cidade estava com todos os serviços parados e os salários atrasados. Até corte de luz havia. Hoje as coisas começam a se acertar. A Firjan acabou de apresentar seu índice de gestão pública e ficamos à frente de Volta Redonda. O DataSus, que é o sistema de informação da Saúde, mostra que Barra Mansa tem os melhores índices da região. Ainda não é o que eu quero, ainda estamos longe do objetivo, mas avançamos a cada dia.

aQui: O que, hoje, o levaria a temer pela vitória em 2020?

Rodrigo:  Costumo brincar dizendo que não tenho medo de perder… tenho medo de ganhar! Mas, se eu perder, no dia seguinte vou tocar a minha vida, cuidar da família. Mas, se ganhar, serão mais quatro de dedicação 24 horas por dia. Eu não sei fazer nada pela metade e me dedico demais. E os problemas são grandes! Mas enfrentar os problemas e ver a minha cidade avançando é o que me faz feliz!

aQui: O senhor concorda com a tese de que o grande número de candidatos a prefeito acaba ajudando-o a se reeleger?

Rodrigo:  Eu ganhei a primeira eleição com 43% dos votos. Penso que o desafio é fazer o melhor pela cidade. Avançar no Pátio de Manobras, no asfaltamento das ruas e avenidas da cidade, nas escolas integrais, na construção de novas creches. Barra Mansa tinha apenas 7 creches, e em dois anos inauguramos quatro. É pouco, e é por isso que continuaremos trabalhando!

aQui: Quais são os seus trunfos para 2020? O Pátio de Manobras? A Presidente Kennedy?

Rodrigo: As obras são um trunfo para a cidade, não planejo as obras pensando em votos. Se fizesse isso, não estaria fazendo tanta rede de esgoto e de água, que ninguém lembra quando chega a eleição.

aQui: O senhor acha que a campanha dos seus adversários será de alto nível? Ou muito pelo contrário?

Rodrigo:  Toda campanha tem candidatos que são respeitosos e tem aqueles que são desesperados. Eu aguento porrada. Não entro no jogo. O esforço de me puxarem para a sujeira não cola.

aQui: E o que fazer para não deixar o nível cair, especialmente nas redes sociais?

Rodrigo: Penso que não há o que se fazer. Continuarei com minha postura de sempre. Trabalho muito, falo a verdade, e não me preocupo com agressões.