Para acalmar os mais de 12 mil inscritos no concurso público de 2006, feito pelo governo Jonas Marins, o prefeito Rodrigo Drable resolveu criar, por decreto (nº 9885), uma comissão para tratar de um novo Concurso Público. Só que até prova em contrário, a estratégia não está dando certo. É que no referido decreto, publicado na quarta, 20, o chefe do Executivo barramansense não diz quando ele sairá do papel. Não diz o dia, a hora e nem mesmo o lugar onde o certame será feito. Se limita a criar a comissão especial que ficará encarregada de lidar com as questões referentes à publicação de um edital para a contratação de uma empresa que se responsabilizará por todo o processo.
Embora a prefeitura tenha dito que vai isentar os candidatos que se submeteram à prova do concurso de 2016 de pagar uma nova inscrição, muitos não se interessaram pela proposta. Os que mais reclamam são os que passaram dentro do número de vagas disponível e que estava à espera de ser chamado. É o caso do técnico de informática Bruno Nezio. “Foi uma surpresa quando soube que o concurso fora anulado. Eu fico muito indignado porque estudei para o concurso. Me privei de várias coisas como sair e me divertir. Obtive êxito ficando em primeiro lugar na função de técnico de informática”, reclamou, explicando que ficou na expectativa desde o dia da divulgação dos resultados.
Ainda de acordo com Bruno, não é justo os candidatos pagarem por erros cometidos no governo Jonas Marins. “Uma das justificativas apresentadas por Rodrigo é que a administração anterior causou esses problemas perdendo o processo administrativo do concurso e contratando uma empresa que não poderia fazer esse tipo de serviço. Mas não é justo que nós paguemos por esses erros”, disse, indignado, salientando que vai recorrer à Justiça. “Nós, aprovados neste concurso, estamos procurando medidas judiciais para tentar derrubar a anulação por liminar”, afirmou.
Entidades importantes de Barra Mansa também se manifestaram ao longo da semana contra a decisão de Rodrigo de anular o concurso feito por Jonas Marins. Uma delas foi o Sindicato dos Profissionais de Educação que, através de uma moção de repúdio, publicada nas redes sociais, afirmou que o ato era motivo de indignação. “O SEPE – Barra Mansa vem a público, na figura de seu colegiado, expressar toda sua indignação, repúdio e perplexidade quanto a anulação do concurso de 2016 por parte do Executivo municipal, representado pelo prefeito Rodrigo Drable do MDB, o qual publicou de forma arbitrária e déspota, o decreto de anulação do referido concurso, como consta na página 209 – seção 3 do DOU, de 28/05/2018. Não bastasse o caos instaurado no país por culpa da legenda do gestor citado, o MDB, e seus partidos de aluguel. Não bastasse o desabastecimento de recursos, a escassez de energia e a ausência de víveres a que esse partido nos submeteu nas esferas Federal, Estadual e Municipal, não bastasse a falta de profissionais da educação, saúde, segurança e saneamento básico para servirem a população; o poder executivo de Barra Mansa almeja agora roubar os sonhos, a esperança e a dignidade dos cidadãos”, pontuou a direção do Sepe.
O Sindicato escreveu ainda que os problemas apresentados pela gestão de Jonas Marins não devem refletir nos candidatos, principalmente sobre os aprovados. “Consideramos que as irregularidades expostas nos autos do processo administrativo não desabonam os participantes, nem desqualificam os candidatos aprovados. Os quais, em momento algum desistiram da investidura no cargo , nem do sonho de servir ao povo desta cidade. Clamamos à Secretaria Municipal de Educação e a câmara legislativa a se posicionarem em favor dos concursados. Uma vez que, além de ser uma atitude sádica e desumana, a realização de outro certame onera, desnecessariamente, os cofres públicos”.
O Sepe foi além. “Externamos também nossa consternação diante de fato tão aviltante aos munícipes, além de apoio e solidariedade a todas as pessoas aprovadas, desejando-lhes força, coragem, e que não se resignem, pois ousar lutar é ousar vencer e só a luta muda a vida.Exigimos que o governo faça uma autocrítica e entenda o que significam a palavra democracia e o verbo servir. Haja vista que a precarização dos serviços públicos, causadas por políticas macabras de governo, eleitoreiras e predatórias, prejudica toda a população”.
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