Volta Redonda sempre teve uma importância estratégica para a capital. O município, durante décadas, se solidificou no cenário nacional comercializando aço graças à atuação poderosa no mercado, hoje questionável, da Companhia Siderúrgica Nacional. Mas já há alguns anos a cidade mais importante do Sul Fluminense não exporta só aço, mas, também, mão de obra qualificada para vários segmentos. Além disso, atrai material humano de todas as partes do país. Características comuns às grandes metrópoles. Isso tudo se deve, em grande parte, às instituições de Ensino Superior com sede na cidade.
A Fundação Oswaldo Aranha, popularmente conhecida como FOA, é o melhor exemplo. A instituição, que completou 50 anos recentemente, se tornou referência no que diz respeito ao ensino superior de qualidade e, graças à sua fama, que se espalhou Brasil afora, alunos de diversas partes do país se instalam em Volta Redonda fazendo com que a economia gire vertiginosamente, contribuindo direta e indiretamente com o fluxo de desenvolvimento local.
Dos mais de 20 cursos de graduação e 30 de pós-graduação, o de Medicina do UniFoa é o mais reconhecido e disputado pelos universitários. Com mensalidades girando em torno de R$ 8 mil, o nível de exigência, pode-se dizer sem medo de errar, supera ao que é oferecido nas universidades públicas. Sendo assim, grande parte dos médicos que hoje são absorvidos no município para trabalhar nos hospitais ou que abrem suas próprias clínicas são oriundos do UniFoa.
Em média, quase sete mil profissionais saem dos bancos do UniFOA para ganhar o mundo. Um número que causa orgulho a Dauro Aragão, presidente da Instituição. “A Fundação Oswaldo Aranha nesses últimos 50 anos edificou um legado de construção do jovem acadêmico, aplicando o seu lema, que é o de educar para a vida. É uma história de dedicação e amor ao ensino por aqueles que ergueram a bandeira do Saber com letra maiúscula, trazendo para o Sul Fluminense e regiões circunvizinhas o progresso educacional que marca a vida de pessoas estudiosas, sendo este o grande legado que deixamos para a posteridade: o Saber”, comemora Dauro. .
Mas não é só o meio acadêmico que instituições de peso como a FOA faz girar. O próprio comércio voltarredondense ganha fôlego renovado a partir dos investimentos que a universidade faz nos alunos e em seus cursos de graduação. É o que os especialistas chamam de “efeito multiplicador dos investimentos”, que favorece desde as grandes empresas, aos ‘tios’ que vendem lanche nos portões da faculdade. “Quanto mais qualidade uma instituição oferece, maior será a demanda de alunos. Esses alunos, bem preparados, serão absorvidos pelos municípios e farão bons trabalhos. Os de fora, inclusive, poderão se instalar definitivamente em Volta Redonda. Tudo isso gera impacto no comércio, no campo socio-educacional da cidade”, explicou a economista Paloma de Lavor Lopes.
Ainda de acordo com a economista, a instituição de ensino é um caso clássico de externalidade positiva. “Automaticamente a existência dela faz com que o comércio fique aquecido, não importa para quem. Pode ser para o vendedor de hot dog da esquina ou o vendedor de roupas. Os efeitos positivos significam geração de empregos no comércio. Com mais alunos, mais vendedores em lojas de varejo e prestadores de serviço”, disse.
Feliz com os resultados obtidos e com o reconhecimento da qualidade ofertada pelo UniFoa, a reitora da instituição, Claudia Utagawa, disse que não perde o foco dos desafios para manter o centro universitário na linha ascendente que tanto tem beneficiado Volta Redonda. “O maior desafio hoje é a incorporação das inovações acadêmicas que têm surgido. Como adequar as novidades tecnológicas e sociais no dia a dia da sala de aula; e como fazer com que a realidade dessa sala de aula esteja próxima do que os alunos vão viver no mercado de trabalho. Já estamos trabalhando nisso há um bom tempo, inserindo as novas tendências de aprendizagem na vivência dos acadêmicos. Outro ponto importante, que também é um desafio nesse processo para a educação, é a capacitação dos professores para atuar nos novos moldes de ensino e também a receptividade dos alunos”, disse Utagawa.
Festa em Três Poços
Hoje, sábado, 28, a partir das 10 horas, o presidente da Fundação Oswaldo Aranha, Dauro Aragão, e a reitora do Centro Universitário de Volta Redonda, Claudia Utagawa, vão receber inúmeros convidados para comemorar os 50º e 18º aniversários da Foa e UniFoa respectivamente. Haverá ainda a inauguração do auditório William Monachessi – Edifício Francisco Cruz Junior.
A festa terá ainda a entrega de moções de congratulações, apresentadas pelos vereadores Daniel Volpe Maciel (Barra Mansa) e Luciano Mineirinho (Volta Redonda), e entrega da Medalha Tiradentes, aprovada na Alerj, conforme sugestão do deputado estadual Comte Bittencourt.