Bate bola – Sergio Luiz

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A foto é do primeiro time do Voltaço, antes mesmo da estreia no Carioca de 1976. A fotografia é do acervo do doutor Nelson Gonçalves e contou com a colaboração na identificação dos nomes do doutor Cláudio Bittencourt.

Em pé, da esquerda para a direita: Ed Dias (auxiliar), Paulinho de Almeida (treinador), Ricardo Mansur (preparador Físico), Waldirzinho, Nardo, Fred, Zé Maria, Paulão, Waldir, Flávio Costa (Supervisor), Zezinho Marques (diretor) e Nelson Gonçalves (prefeito). Agachados: Amaro (roupeiro), (NI), Jorge Cuíca, Mauro, Ademir Socadinho, Acelino e Paulo César Espanta Neném.

A sina do Voltaço é impressionante. O time começa bem suas campanhas, e quando o torcedor começa a acreditar que ele está bem – retornando ao estádio, vem a decepção. Esta semana, por exemplo, o que mais ouvi foi “O Voltaço continua o mesmo, né?”, ou, “Está virando o América, nada, nada e morre na praia”. Ou: “Esse Voltaço só decepciona”. O desabafo dos torcedores é sincero e eles estão cobertos de razão. 

Na derrota para o Madureira, por 2 a 1, na segunda, 16, o que irritou os mais apaixonados foi a falta de capacidade de reação do time de Luisinho Vieira, que aceita passivamente uma derrota. Se a defesa toma um gol, babau! Bate aquele desânimo em muitos jogadores, que começam a andar em campo. E vão naquela de se der bem, tudo bem… se não der, amém. Isso para não usar outra palavra. Parecem torcer para o jogo acabar, sobrecarregando aqueles que ainda tentam alguma coisa.

Aliás, alguma coisa anda acontecendo dentro do grupo. Não consigo entender, pois recebem salários em dia, têm boa alimentação, mordomia com ônibus confortável e viagens com um dia de antecipação e ainda ficam em bons hotéis, até mesmo quando o jogo é no Rio de Janeiro.        

Faltam duas partidas: contra o Fluminense, no Maracanã; e Resende, no Raulino de Oliveira, em datas que serão confirmadas. O tricolor de aço continua na briga, mas precisa mudar sua atitude, se quiser uma vaga na semifinal. A desgraça tá batendo na porta de aço. Tenho dito. 

Paralisação (I)

Em função do coronavírus, o campeonato carioca foi paralisado e não tem data para voltar. Assim como os jogos da Copa do Brasil, Sul Americana e Libertadores. Imaginem só a confusão que isso irá gerar quando tudo se normalizar. E que seja logo.

Paralisação (II)

Há quem entenda que os jogadores não terão férias no final do ano, o que é pouco provável, já que é de lei. Ou que teremos jogos em cima de jogos sem o intervalo de 72 horas, como determina a lei. Quem tiver um bom elenco vai se dar bem nessa.

Paralisação (III)

Os clubes considerados pequenos serão os mais atingidos, pois a maioria fez contratos com duração até 30 de abril. Tem mais. Cerca de 200 jogadores da divisão de elite do Rio de Janeiro ficarão desempregados. A preocupação dos dirigentes é muito grande, pois ninguém sabe até quando durará a paralisação. Realmente esse coronavírus derruba até o futebol. 

História

Essa vem do Edson Corrêa, o Edinho, ex-dirigente do Voltaço. Conta que às vésperas de um jogo, deu uma de suas incertas pela madrugada na concentração do clube. Lá encontrou o atacante Mazolinha, sozinho, sentado à mesa, com uma garrafa de cerveja pela metade e duas vazias. Edinho chegou interrogando: “O que você está fazendo acordado até esta hora?”. Ao perceber que o diretor estava chegando, Mazolinha fingiu ter recebido uma entidade espiritual, a “Pomba gira”. Mudando a voz, ordenou: “Silêncio! O santo precisa tomar mais um copo”. Quando segurou a garrafa de cerveja e preparava-se para encher o copo, Edinho Gordo deu um bote, tomou-lhe a garrafa e mandou: “vai para o quarto, seu f…d…p…”. Mazolinha retrucou: “E a cerveja do Santo?”.  Edinho: “Santo não bebe, seu prego!” É mole?

Perguntar não ofende

O Flamengo vem emprestando os garotos do sub-20 para clubes do Nordeste. O voltarredondense Yuri, por exemplo foi cedido, e de graça, ao Fortaleza, que só pagará o salário dele, é claro. O garoto Luiz Le também foi cedido ao time cearense. Outro que seguiu emprestado foi o jovem atacante Bill, ao CRB de Alagoas. Fica a pergunta: por que o Volta Redonda não tenta trazer alguns deles como reforços para a série C? Por que a opção de trazer jogadores de empresários, alguns com validade vencida? Afinal, o Voltaço vai precisar de reforços, porque com o que tem, não dá.

Bola fora

Para o time do Voltaço, que vem caindo de produção, perdendo a chance de se classificar para a semifinal da Taça Rio. Alguns estão jogando sem garra, determinação e comprometimento com o clube. Além de futebol, né? Por outro lado, a culpa não é só deles, mas principalmente de quem os contratou.

Bola dentro

Para os dirigentes do futebol brasileiro, que num momento de rara lucidez resolveram paralisar todas as competições devido à pandemia do coronavírus. O momento é de juntarmos os esforços.  Com calma e sem desespero, marcaremos um golaço e sairemos vitoriosos. Vamos juntos.