Balão de ensaio

Samuca nega conversas para ser candidato a governador; Podemos quer palanque próprio no Rio

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Mateus Gusmão

A notícia caiu como uma bomba no meio político regional: Samuca Silva, ex-prefeito de Volta Redonda, estaria pensando em se candidatar a governador do Estado. A informação saiu em O Globo, foi replicada por jornais e satirizada em programas de rádio. Para muitos, seria a piada do ano. Samuca, a princípio, não iria se pronunciar acerca da intenção do Podemos, partido a qual ele é filiado, de ter uma candidatura própria para ajudar a viabilizar o nome do ex-juiz Sérgio Moro como candidato da legenda à presidência da República.
A informação sobre a importância de uma candidatura do Podemos ao governo do Rio foi dada por uma das principais lideranças da legenda, o senador Álvaro Dias. Mas, em entrevista exclusiva ao aQui, Samuca negou que esteja tendo conversas para sair candidato. “Não respondo pela direção do partido, não sou da Executiva e não dei nenhuma declaração a respeito disso (ser candidato)”, disparou Samuca, ressaltando que apenas está filiado ao Podemos. “Alguém falou de mim ou por admirar minha gestão ou para me perseguir. Mas é algo que penso para o futuro”, acrescentou.
Samuca ainda destacou que, em algum momento no passado, pode ter tido conversas no sentido de uma pré-candidatura em 2022. “Talvez em algum momento possa ter falado sobre o tema, mas faz tempo. Não agora. O que falei recentemente é que não faz sentido algum um partido com candidatura a presidente e que está em terceiro lugar nas pesquisas não ter um palanque no Rio”, completou, ressaltando que comunga da mesma opinião do senador Álvaro Dias.
Sobre se o partido terá candidatura própria contra Cláudio Castro (PL), Samuca desconversou. “A decisão sobre qualquer candidatura será no momento certo, isto se meus adversários deixarem e não me perseguirem, como estão fazendo. Sempre fiz o bem, sempre ajudei todos que me procuravam”, disse, dando uma cutucada nos seus inimigos políticos de Volta Redonda. “O passado é o fiador do futuro, já sabemos quem traiu, quem foi o traidor e quem sempre ajudou. Como sempre digo: não podemos ter ansiedade, temos que aguardar”, filosofou.
Questionado sobre o motivo de ter se retirado das redes sociais e não estar respondendo aos ataques de seus adversários – como o prefeito Neto –, Samuca disse estar focado em sua carreira profissional. “A minha vida profissional me consome demais, o que impossibilita uma atuação ativa que deve ser feita nas redes. Não tenho tempo para blá-blá-blá, meus projetos me consomem demais. De verdade: tenho vários amigos lá no governo, pessoas que trabalharam comigo e que continua-ram na prefeitura. Vários projetos idealizados pela equipe séria, honesta e que continuaram. Então estou na torcida para que tudo dê certo, pois já sabia que ia ser difícil o pós-Covid”, afirmou o ex-prefeito.
Provocado a revelar como avalia o cenário das eleições para governador no ano que vem, Samuca acredita que Cláudio Castro estará no segundo turno. “O governador tem feito alianças para governabilidade e investimentos com recursos da Cedae. Quem ganha são os municípios e os prefeitos. Deve ir ao segundo turno com o Freixo. Rodrigo Neves é um baita gestor, mas não sei se conseguirá segurar o efeito Lula em Marcelo Freixo”, analisou, dizendo que em nível nacional, Sérgio Moro tem chances de ir ao segundo turno. “Em nível nacional a questão é quem irá com Lula ao segundo turno e se haverá uma terceira via que já se encaixa em Sérgio Moro. A meu ver, antes da candidatura de Moro havia chances reais de decisão em primeiro turno”, acrescentou.
Líder do Podemos em nível nacional, o senador Álvaro Dias – em entrevista ao O Globo – também colocou como opções da legenda no Rio de Janeiro o General Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da secretaria Geral da Presidência de Bolsonaro, e o economista Paulo Rabello de Castro, que foi candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Álvaro Dias em 2018.