Por Pollyanna Xavier
A ThyssenKrupp – uma gigante alemã do aço – vai cortar 11 mil postos de trabalho nos próximos seis anos, reduzindo sua força de trabalho de 27 mil para 16 mil trabalhadores. A empresa justifica a medida alegando dificuldades causadas pelo aumento das importações baratas do aço da China e a necessidade de ajustes agressivos para driblar a competitividade na Ásia. O anúncio alarmou o mercado do aço e trouxe preocupação para as unidades fabris da marca no Brasil. Por enquanto, a Thyssen garantiu que os cortes estão todos concentrados na Europa, especialmente na Alemanha. No Brasil, a marca atua nas áreas automotiva, naval e química, empregando cerca de quatro mil pessoas.
Há sete anos, a Thyssen vendeu a CSA, localizada no bairro Santa Cruz, no Rio, após registrar prejuízos recordes e, desde então, mantém suas seis plantas nos estados de Minas, Paraná e São Paulo. O que chama a atenção é que em junho deste ano, a ThyssenKrupp anunciou investimentos da ordem de R$ 120 milhões em suas operações automotivas no Brasil, especialmente para adequar à demanda das montadoras que operam no país. Ano passado, a empresa contabilizou um faturamento de aproximadamente R$ 5 bilhões no mercado brasileiro. As demissões da Thyssen são um reflexo de um cenário incerto na Alemanha desde o início de 2024. Para se ter uma ideia, empresas como Bosch e Volkswagen também anunciaram demissões em massa no país europeu. A situação da Volks é ainda mais complicada, porque a marca sinalizou que planeja fechar três fábricas na Alemanha e reduzir o tamanho das unidades no restante do país. A justificativa é a desaceleração das vendas de carros novos na Europa. Ao contrário da Thyssen, que garantiu que as demissões não afetarão o Brasil, a Volks não deu quaisquer garantias