A comunicação empática

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Em dias de tanta polarização de ideias, às vezes nos esquecemos que o diálogo, a conversa, é sempre a melhor saída para um conflito, de qualquer natureza. Saber conversar então – nos tempos em que os teclados e telas transformam todos em “grandes sabichões”, cheios de certezas – se torna uma capacidade fundamental para quem lida diariamente com conflitos. Ou seja, todos nós.

Desde um simples pedido de desconto em uma loja, até uma reclamação sobre um produto defeituoso, ou uma discussão no trânsito por conta de uma manobra mal feita, o diálogo, a comunicação, está presente. E se for feita de maneira inadequada, de forma agressiva ou arrogante, pode levar a um resultado muito diferente daquilo que gostaríamos. Portanto saber se comunicar bem, de forma leve e eficiente, pode ser uma grande arma para evitar conflitos.

Pensando nisso, o psicólogo americano Marshall Rosenberg (1934-2015) criou na década de 60 a chamada Comunicação Não Violenta (CNV), ou ainda Comunicação Empática, um método de comunicação que desde então vem sendo usado para a resolução de conflitos em diversas situações, até mesmo em países em guerra ou com graves conflitos internos – como Ruanda, Sérvia, Croácia e Irlanda.         

Um dos princípios básicos da comunicação não violenta, ou empática, é se expressar sem qualificar seus interlocutores como “bons” ou “maus”, ou ainda suas opiniões como “certas” ou “erradas”. A CNV enfatiza a necessidade de expressar sentimentos e necessidades, sem juízos de valor ou críticas, para resolver os conflitos. Uma das observações mais interessantes feitas por Marshall durante seus anos de estudo e desenvolvimento das suas ideias é a de que as sociedades mais moralistas e punitivas costumam ser mais violentas. Por outro lado, culturas onde a ideia de que alguém é somente “bom” ou “mau” não faz sentido, tendem a ser mais pacíficas.

Vale a reflexão, e como disse aquele homem muito sábio que morreu há 2019 anos atrás: “Não julgueis, para não ser julgado. Pois com o julgamento que julgais, será julgado, e com a medida que medis, será medido”. Jesus Cristo era um mestre da comunicação não violenta.