
Com a queda no número de doadores e, como sempre, esperando que o estoque seja insuficiente para atender às necessidades, que são, infelizmente, naturais com as festas de fim de ano, o Hemonúcleo de Volta Redonda acaba de lançar uma nova campanha para conseguir doadores de sangue. Uma tarefa inglória. “Antigamente, os doadores recebiam para doar sangue. Não era muito. Mas dava para comprar um prato de comida”, lembra uma fonte do aQui. “Depois, os voluntários doavam sangue e não precisavam ir trabalhar”, acrescenta. “Não faltava sangue”, completou.
Ela tem razão. Só que a doação de sangue passou a ser vista como negócio. E foi proibida. Resultado: os hemonúcleos vivem às moscas, precisando de campanhas. Os usuários também. Vira e mexe, para atender à necessidade de qualquer tipo de sangue, parentes de pessoas acidentadas, entre outras, fazem campanha pelas redes sociais pedindo ajuda dos amigos para repor o sangue utilizado no atendimento ao ente querido neste ou naquele hospital.
A coordenadora do Hemonúcleo de Volta Redonda, Rosimere Herdy Cardoso, lembra que são as doações regulares de sangue que mantêm o abastecimento. “São esses doadores que mantêm abastecidos os bancos de sangue ao longo do ano. O sangue é um produto que só pode ser conseguido por meio de doação”, destaca.
Rosimere esclarece que o ideal é que o local receba de 25 a 30 doações por dia, pois os hemocomponentes têm validade. “As plaquetas duram apenas cinco dias, por isso esse é um número ideal de doadores por dia. As doações são muito importantes e necessitamos delas para ajudar nossa população”, explicou, detalhando que cada bolsa tem em média 450 ml de sangue total, que é fracionado em três componentes diferentes: concentrado de hemácias e de plaquetas, além de plasma.
Para ser um doador é preciso ter estilo de vida saudável, não ter comportamento de risco e respeitar o intervalo mínimo entre as doações, que é de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres. Para doar sangue, o interessado precisa apresentar documento com foto, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, não estar em jejum e não ingerir alimentos gordurosos.
O secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, faz um apelo para que a população se torne doador voluntário. E permanente. “A doação é um ato de amor e solidariedade. É importante que as pessoas compareçam ao Banco de Sangue de uma forma sistemática e regular para que sempre tenhamos em estoque todos os hemocomponentes prontos para uso”, disse Alfredo.
O Hemonúcleo de Volta Redonda fica no Hospital São João Batista e funciona de segunda a sexta, das 7 às 13 horas, atendendo à própria unidade de saúde, além de outras seis instituições: Hospital do Retiro, Hospital do Idoso, Cais Aterrado, Hinja, Agência Transfusional de Piraí e Hospital de Pinheiral.