Na segunda, 25, como de praxe, o prefeito Rodrigo Drable tinha um compromisso na capital fluminense e saiu cedo de casa para pegar a Via Dutra, porque ele sabe, assim como milhares de outras pessoas que moram na região, que passar pela rodovia, uma das mais importantes do país, é como dar sorte para o azar. Se a viagem dura apenas duas horas, sorte sua. Se levar mais de cinco horas, puro azar. “Não é possível que numa viagem de 130 quilômetros (de Barra Mansa à cidade maravilhosa, grifo nosso) nós tenhamos 7 horas de viagem”, disparou Drable, em depoimento que postou nas redes sociais para protestar contra tudo e contra todos. “Estou indo ao Rio acompanhado pelo secretário de Ordem Pública, Capitão Daniel Abreu e Vitor (que não identificou direito) dirigindo. E nós estamos conversando sobre a quantidade de acidente que estão acontecendo na Dutra. Todo dia é a mesma coisa”, pontuou, indo além: “Hoje você não consegue mais ter previsibilidade na sua chegada ao Rio para um compromisso”.
Drable tem razão. Quem passa pela Dutra ou lê os jornais da região sabe que diariamente, pelo menos, um acidente é registrado na estrada envolvendo caminhões – de todos os portes – especialmente no trecho da Serra das Araras. “E nós temos que pensar que essa é a principal estrada do país, que liga os dois maiores centros econômicos”, comparou. “Todos os dias temos muitos acidentes”, disse, inconformado. “Outro dia eu vi uma pessoa dizendo que a solução agora vai ser (colocar) radares com uma velocidade menor para impedir que acidentes aconteçam. Eu sempre fui contra o radar, mas hoje, sinceramente, eu já não sei se é ou não é a solução. Penso que temos que discutir de uma forma séria esse problema, porque não é possível que nós que vivemos tão próximos do Rio, a 130 km, não tenhamos expectativas de quanto tempo vamos demorar para chegar lá. E isso afeta a economia, o desenvolvimento da região, a vida das pessoas”, afirmou o prefeito de Barra Mansa que deve assumir um cargo no governo Castro a partir de 2025. Na sua fala sobre a Via Dutra, Drable lamentou as mortes que ocorrem nos acidentes ao longo da estrada, e disse que alguma coisa tem que ser feita ‘de forma séria’. “Estamos vendo muita gente se acidentando e morrendo, mas temos que pensar também na vida econômica da região e do país. Isso tem que ser discutido de uma forma séria”, disse. “Eu não estou vendo a Polícia Rodoviária Federal na estrada, eu não estou vendo um debate sério em nível de governo Federal”, acrescentou. “Mas isso tem que ser colocado em pauta e tem que ser solucionado. Não é possível que em 130 km nós tenhamos 7 horas de viagem”, reiterou.