
Na semana passada, falamos aqui neste espaço sobre a importância de celebrar o Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – e como essa celebração trouxe à tona gestos de intolerância, que na verdade mostram que cada vez mais é necessário lembrarmos dos milhões de negros escravizados e os reflexos dessa prática na sociedade atual. Como o fato de que negros ganham menos que brancos ocupando a mesma posição e o maior número de mortes violentas entre os jovens negros.
Hoje, lembramos do professor universitário Juarez Xavier, do curso de jornalismo da Unesp, em Bauru (SP), que foi esfaqueado por um aluno após reagir a ofensas racistas. O caso emblemático ocorreu no próprio Dia da Consciência Negra. “As pessoas perderam a vergonha de serem racistas”, disse o professor Juarez em entrevistas.
Esta semana, a atriz Cacau Protásio, após gravar uma cena de um filme em um quartel do Corpo de Bombeiros, foi vítima de insultos racistas e gordofóbicos em grupos de mensagens pela internet. Pior, supostamente feitas por bombeiros descontentes com o teor das cenas gravadas. A corporação está apurando o caso.
Lembramos ainda do caso de um menino que pediu para que o pai o buscasse em uma festa de aniversário, pois o melhor amigo dele – uma criança negra – estava sendo vítima de ofensas raciais no local. O garoto pediu ainda que o pai levasse o amigo embora também, pois não queria deixá-lo sozinho. A história foi contada pelo pai nas redes sociais, e viralizou.
Que estes exemplos de racismo real e atual sirvam para a nossa reflexão e tomada de consciência. Como parte disso, na quarta passada (dia 27), a Câmara Municipal de Volta Redonda realizou uma sessão solene para homenagear personagens importantes do movimento pela consciência negra e da cultura negra na cidade.
Mais do que nunca, é preciso chamar a atenção da população para que os casos de discriminação racial acabem ou que, quando ocorram, sejam denunciados às autoridades competentes.