Nome aos bois

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Ao apresentar os novos integrantes do seu governo, e tendo ao lado os vereadores Jefferson Mamede, Zélio Show, Gilson Poxa-Vida, Elias da Corbama e Luis Antônio Cardoso, o prefeito Rodrigo Drable mexeu num vespeiro. Mais precisamente com o grupo (pequeno, aliás) que lhe faz oposição na Câmara de Barra Mansa.  “Esses vereadores que aqui estão tiveram coragem para dar sustentação administrativa ao município. Eles tiveram postura, ética e dignidade. Sou muito grato a eles”, disse, para logo soltar um petardo de fazer corar as senhoras da tradicional família barramansense. “É bom lembrar que o governo passado (Jonas Marins) levou muita coisa da nossa cidade. Acredito que se o prédio do Centro Administrativo (prefeitura, grifo nosso) tivesse rodinhas, também teria sido levado”, disparou. 

Não satisfeito, o prefeito Rodrigo Drable fez uma acusação das mais sérias, que merece ser investigada pelo Ministério Público. “Recentemente, a Câmara de Vereadores aprovou a mensagem do Executivo permitindo remanejar 50% do orçamento. Infelizmente, alguns vereadores estão nas redes sociais criticando a medida. Vale destacar que esses mesmos vereadores (cinco, grifo nosso), queriam obter vantagens pessoais para votar favorável à mensagem. Não cedo a chantagens”, desabafou categoricamente Rodrigo.

 

A acusação foi baseada na discussão e aprovação da uma mensagem enviada à Câmara, onde o prefeito pedia autorização para remanejar 50% das verbas oriundas do Orçamento Municipal. Só para que o leitor tenha ideia, a prefeitura conta com um orçamento anual da ordem de R$ 545 milhões, insuficiente para fazer frente às despesas da ordem de R$ 700 milhões. “Para manter a folha de pagamento em dia e honrar despesas como a conta de energia elétrica, negociada pela gestão passada, e pagamento dos precatórios, tivemos que rever tudo. Temos que deixar de gastar R$ 155 milhões”, destacou.

Rodrigo foi além. “Existe um déficit de R$ 80 milhões/ano com despesa de pessoal e outros R$ 40 milhões com a Previdência. Todos os meses temos que fazer um remanejamento de verbas para manter as finanças equilibradas”, pontuou, justificando o envio da sua mensagem à Câmara de Vereadores. Mensagem esta que foi aprovada, e o prefeito passou a poder remanejar 50% do orçamento municipal.

 

Nome aos bois

Procurado pelo aQui para dar nome aos bois (expressão popular, grifo nosso), revelando quem teria lhe pedido vantagens pessoais, Rodrigo preferiu manter o suspense. “Apesar do voto de Thiago Valério, Mauro Sabino, Gilmar Lélis, Marcel Castro  e Vicentinho, a maioria (dos vereadores) optou pela aprovação do texto”, declarou, sem citar nominalmente qual ou quais parlamentares teriam lhe pedido algumas ‘cositas más’. “A emenda que garantiu previsão orçamentária para o reajuste salarial dos funcionários públicos ativos e inativos foi aprovada pela Câmara de Barra Mansa, no último dia 31, mas recebeu voto contrário de cinco vereadores: Thiago Valério, Mauro Sabino, Gilmar Lélis, Marcel Castro e Vicentinho. Eles não votaram somente contra o reajuste dos servidores, mas também contra investimentos nas áreas de segurança pública, proteção aos animais e de defesa dos direitos dos deficientes”, completou.

Rodrigo aproveitou para detalhar tecnicamente o que mudou com a aprovação da mensagem. “A emenda aditiva nº 1.207/2019 acrescentou cinco incisos ao artigo 15 da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Além de previsão para o reajuste (salarial, grifo nosso), a alteração garantiu recursos financeiros para a implementação de ações de segurança pública e de políticas públicas voltadas à prevenção à violência; proteção aos animais; e às pessoas com deficiência, por meio da reestruturação dos órgãos ligados ao tema”, pontuou, voltando a carga contra os parlamentares de oposição. “Apesar do voto contra dos quatro vereadores, a maioria do plenário foi favorável à proposta que, com certeza, beneficiará toda a população barramansense”, garante.