Liderança indesejável

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Por Roberto Marinho

Volta Redonda tem um recorde do qual não pode se orgulhar: é a cidade com o maior número de roubo de celulares na região, com 85 ocorrências registradas de janeiro a outubro, de acordo com as informações do ISP-RJ (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro). O número representa mais da metade – 52,47% – dos registros de roubo de celular em todo o Sul Fluminense. Em relação ao mesmo período no ano passado, o número até diminuiu, mas de forma insignificante: de janeiro a outubro de 2017, foram 81 roubos de celular, apenas três a menos do que em 2018. E olha que ainda falta computar os dados de novembro e dezembro.

 

A vice-liderança é de Resende, que registrou 43 ocorrências, com 26,54% do total. Barra Mansa fecha o triste pódio, com 13 ocorrências, 8,02% do total de roubos. Mas a lista continua, e quase nenhuma cidade está a salvo dos larápios de celular. Até a pacata Quatis, com seus pouco mais de 13 mil habitantes, teve o registro de um roubo de celular este ano. Um único roubo. Se não fosse por ele, o prefeito local poderia se gabar de comandar uma cidade tranquila. Não é!

 

E qual a pior hora para “perder” um celular para os bandidos? Segundo os dados do ISP-RJ, que registram a hora das ocorrências, é preciso tomar muito cuidado nas noites de segunda a quinta (entre 18 e 21 horas), e às quartas pela manhã (das 7 às 8 horas). Por que às quarta de manhã? Não sabemos. É preciso perguntar pros bandidos.

Furtos são mais que o dobro

Se o roubo de celular – quando há a presença da vítima, e ela entrega o bem sob violência ou ameaça – tem um número considerável na região, o furto, quando o bem é subtraído sem a presença da vítima, ou sem que ela perceba, é muito maior. Basicamente, mais que o dobro: foram 405 ocorrências registradas nas delegacias do Sul Fluminense, de acordo com os dados oficiais do ISP. 

 

Mais uma vez, Volta Redonda aparece na incômoda liderança, com os mãos-leves tendo afanado 114 telefones celulares na cidade do aço (28,15% do total). A vice-liderança ficou mais uma vez com Resende, com seus 96 furtos de celular (23,7%), seguida de Barra Mansa, com 56 ocorrências (14,57%).

 

O pior dia e horário para ter o celular furtado? O ISP não confirma, mas os dados mostram que as baladas são o lugar mais perigoso para ter o celular furtado. A maior parte dos horários registrados nas DPs é nas noites de sábado (entre 20 e 23 horas) e de madrugada (entre 1 e 4 horas). Ou seja, se for beber, cuidado com seu celular. Afinal, pra pilantra, celular de bêbado não tem dono. 

Roubos cresceram no estado

De acordo com os números do ISP, o roubo de celulares aumentou cerca de 85% no estado do Rio, em relação ao ano passado. Em 2017, de janeiro a outubro, foram registrados 20.372 casos. No mesmo período de 2018, foram 22.070 casos.

 

Para evitar o roubo ou furto do celular, os especialistas em segurança dão algumas dicas básicas, como, por exemplo, não atender o celular na rua, o que deixa o usuário distraído e mais vulnerável à ação dos bandidos. Ou evitar carregar o celular na cintura ou em bolsos (o que as mulheres adoram fazer, grifo nosso), o que facilita a ação dos assaltantes. Para evitar chamar atenção em locais com aglomeração de pessoas, o ideal é colocar o aparelho no modo silencioso e nunca deixar o celular à mostra. Quer mais? As dicas são de nunca caminhar com o aparelho nas mãos; mas se estiver na rua, procurar um estabelecimento comercial ou um local mais seguro para falar ao celular.

 

Não deixar o celular sobre mesas, balcões e cadeiras de bares, restaurantes ou lojas é uma dica que poucos seguem. Deveriam, pois os meliantes aproveitam qualquer descuido para furtá-los. Em grandes centros comerciais, como os shoppings, em avenidas, parques, rodoviárias e aeroportos é preciso atenção redobrada, já que são locais de maior ocorrência de roubos e furtos de celulares.

Além de tomar essas precauções, se for possível, faça um seguro do telefone celular, o que costuma ser viável para aparelhos novos e de alto valor. Porém, é preciso estar atento para a cobertura do seguro, pois muitos contratos não cobrem furtos simples, somente roubos e furtos qualificados.