Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referentes ao período de janeiro a abril mostram que o Brasil atingiu a marca histórica de 2.042.817 novos eleitores com idade de 16 a 18 anos. Corresponde a um aumento de 42,7% em relação ao mesmo período das eleições de 2018. No Distrito Federal, capital do país, o total de jovens aptos a votar cresceu 158%. Impressionante, não? Nem tanto. Em Volta Redonda o aumento foi maior.
Conforme números levantados pela reportagem do aQui, a cidade do aço contabilizava, nas eleições de 2018, apenas 77 jovens eleitores com idade de 16 anos e 427 com 17 anos. Para as eleições de 2022, Volta Redonda terá 218 jovens de 16 anos e 728 com 17 anos aptos a votar, o que representa um acréscimo de 183,11% e 70,49% respectivamente. Mostra que os jovens começam a despertar para o dia a dia da cidade, estado e país onde moram.
Muitos já estão, inclusive, se engajando nas campanhas dos candidatos à Alerj e Câmara. É o caso do universitário João Pedro Ramos Florêncio, de 20 anos, que mora com a família no Jardim Belvedere, ao lado dos pais Edmilson do Nascimento e Vanessa Ramos, além da irmã Maria Beatriz. “Nós, jovens, temos muita importância no cenário político e devemos exercer nosso direito de participação nas eleições sempre que for possível. Como somos uma parte diretamente afetada por todas as decisões políticas que são tomadas em nossa sociedade, penso que temos o dever de buscar o máximo de informações e nos posicionarmos frente às eleições, para que possamos eleger quem nos representará politicamente da melhor forma”, pontua João Pedro, que é técnico de automação industrial, formado pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro, e mecânico de manutenção industrial pelo Senai.
Atualmente no 3o período do curso de Direito do UniFOA, João Pedro assume que deverá apoiar o nome do pré-candidato a deputado estadual Maurício Batista, do União Brasil, ex-vereador e ex-secretário de Transportes do governo Samuca. “Eu acredito que o Maurício Batista é minha melhor representação, pois ele sempre esteve disposto a ouvir a todos e a tentar solucionar os problemas da melhor forma. Sempre foi uma pessoa que deu voz a muita gente. É um candidato que realmente representa o povo e a nós, jovens, sempre com muita seriedade e compromisso”, justifica o jovem universitário.
A jovem Larissa Garcez, coordenadora da Juventude do governo Neto, defende a participação dos jovens na política. E olha que ela já vai para a sua segunda eleição, pois participou das eleições de 2018. “O ano de 2022 será de grande marco nas urnas por parte da juventude em todo o país. Entre janeiro e abril, o país ganhou 2.042.817 novos eleitores entre 16 e 18 anos e no dia 2 de outubro eles vão às urnas com seu título de eleitor. Isso demonstra a importância do entendimento do voto aos 16 como um direito, que foi conquistado por meio de lutas, e que representa hoje a participação ativa dos jovens na política, jovens que foram os maiores impactados pela pandemia”, argumenta.
Larissa, hoje com 25 anos, entende que Volta Redonda vive ‘uma realidade muito difícil após a pandemia’ e lamenta a falta candidatos da cidade do aço em Brasília. “Somos uma das principais cidades do Médio Paraíba e não temos nenhum deputado federal da nossa cidade!”, lamenta, indo além. “A presença do Deley (pré-candidato do PSD, grifo nosso) na Câmara é primordial para auxiliar o prefeito Neto na busca de recursos para nosso município”, acentua, mostrando estar disposta a apoiar o nome de Deley, candidato do Palácio 17 de Julho.
“Meu apoio se faz por meio das minhas experiências pessoais frente à realidade política da nossa cidade. Tenho 25 anos, sou fruto de políticas públicas da nossa cidade que deram certo, e elas iniciaram ainda na infância nos projetos esportivos da Ilha São João, grande parte conquistas do Deley como secretário municipal e, principalmente, por meio das milhares de emendas que sempre pautaram a bandeira do esporte. O esporte salva vidas, ele é responsável por formar seres humanos e sociais. Brinco sempre que fui do ballet, passei pelo futsal e vôlei e até remo fiz! Participei de diversos projetos esportivos da cidade, projetos públicos, gratuitos e no meu bairro!”, detalha.
Larissa vai além. “Minha geração, geração de jovens na nossa cidade, passou pela escola pública, pelos ginásios, quadras, Ilha São João, parque aquático, estádio, respirando o esporte. Muitos de nós levamos essa cultura e paixão até os jogos universitários. Em um momento como o que vivemos hoje no país precisamos recuperar essa cultura que vem desde 1997 em nossa cidade. Ela foi construída pelo Deley ainda como secretário de esporte e precisamos retomar! Essa é uma bandeira de vida dele, que impacta diretamente a juventude da nossa cidade! E ela começa hoje por nossa infância”, pontua.
Outra jovem volta-redondense que mostra estar decidida a votar em outubro é Anna Clara Rodrigues Itaboraí, de 18 anos. Ela, vejam só, entende que a participação da juventude na vida política local é uma necessidade. Uma obrigação, até. “Acho que o jovem deve participar da política sim, pois somos a esperança de dias melhores”, avalia.
Sem medo de defender suas opiniões, Anna Clara se diz disposta a apoiar o nome do vereador Fuede, pré-candidato do PSDB à Câmara. “O Jorginho Fuede se identifica com a juventude, se preocupa com nossas pautas e com a geração de emprego”, justifica. “Jorginho tem a mente aberta e é acessível, possui novas ideias e principalmente novas atitudes. Vejo nele um nome limpo que se pode confiar”, destaca.
Assim como Anna Clara, vários jovens de Volta Redonda se mostram bastante envolvidos politicamente, e para eles é muito importante o número expressivo de novos eleitores que votarão pela primeira vez este ano, mas reforçam que a democracia não se resume ao voto e, sim, a um engajamento constante em projetos que buscam uma mudança real na sociedade.
Camila Viana de Faria Reis, universitária de Psicologia, avalia o que está acontecendo com a juventude de uma maneira geral. “Os jovens de hoje em dia não participam tanto nas eleições por diversos fatores, e um deles é a falta de interesse. Muitos jovens não entendem sequer o que devem pesquisar sobre cada candidato e simplesmente ‘desistem’ e votam em branco, o que na minha visão não é uma escolha sensata, pois se deixarmos escolherem pela gente, não poderemos reclamar do que decidirão por nós”, sentencia.
Ouvida pelo aQui, Camila não esconde sua simpatia pelo nome do vereador Sidney Dinho, presidente da Câmara de Volta Redonda e pré-candidato a deputado federal pelo Podemos. “Meu voto sempre foi para Dinho (para vereador, grifo nosso), um político sincero, honesto, sempre trabalhando e disposto a ajudar a todos, sem qualquer distinção. Votarei nele para deputado federal”, dispara, apresentando seu motivo: “Tenho certeza que ele executará com excelência suas obrigações, assim como já vem fazendo pela nossa cidade como vereador”.