sexta-feira, março 29, 2024
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‘Já cumpri meu papel’

Foto-montagem: Ronaldo Alves Filho

 

O governador Wilson Witzel surpreendeu a classe política do Sul Fluminense ao reconhecer, publicamente, durante recente evento em Barra do Piraí, que o ex-prefeito de Volta Redonda, e também ex-deputado estadual, Gotardo Netto, ambos do PSC, foi um dos primeiros a acreditar em seu potencial. “Eu quero fazer aqui um agradecimento muito especial a uma pessoa muito querida, que acreditou na minha caminhada desde o começo. Ele é um grande amigo, amigo de longas conversas, aconselhamentos… Vou fazer uma homenagem especial a um prefeito, que acreditou em mim desde o primeiro momento: quero fazer uma homenagem a você, Gotardo” disse Witzel, apontando o dedo, além de um largo sorriso, na direção de Gotardo, distante alguns metros.

Witzel foi além. “Você abriu seu gabinete para receber, como deputado estadual, um Juiz Federal sonhador, para receber um homem que queria salvar o Estado do Rio de Janeiro. Você é um irmão que me estendeu a mão, você é o prefeito que mudou a história de Volta Redonda, você é o deputado que ajudou o Estado a resgatar a dignidade, você é o médico que coloca vidas, você é obstetra, você é quem cuida das nossas mamães, coloca as vidas no mundo, você é um anjo, um homem abençoado, que Deus proteja você e sua família”, completou o governador, arrancando aplausos de prefeitos como Rodrigo Drable (Barra Mansa), Mário Esteves (Barra do Piraí), entre outros, além de deputados federais e estaduais que entenderam ali, na hora, o recado que certamente o governador queria passar. De que Gotardo é seu homem de confiança no Sul do Estado.

“Deus proteja nosso estado do Rio e vamos transformar esse Brasil em uma grande nação, num grande país porque o nosso país merece ser destaque no mundo, não só na América do Sul”, completou Witzel, mostrando que, apesar das pressões de Brasília e do PSL de Bolsonaro, continua sonhando alto, como sonhava antes de conquistar o Palácio Guanabara.

Recado dado, recado entendido. Como o aQui noticiou na semana passada, após a fala do governador em Barra do Piraí, um grupo de prefeitos procurou o ex-prefeito Gotardo para uma conversa bem animada. Foi no final de semana do dia 17 de agosto e, segundo um dos presentes, ficou claro que a ideia é realmente tratar Gotardo como um líder regional. “Eu estava no evento (em Barra do Piraí), mas ele (Witzel) nunca falou que iria falar ou não falar o que falou. Somos amigos de longa data”, explicou Gotardo, ao ser procurado pelo aQui para falar a respeito dos dois eventos políticos. “Mostra mais uma vez que temos uma amizade verdadeira, pois na posição em que ele se encontra, fazer esta demonstração de carinho mostra que se trata de um grande ser humano”, completou.

Gotardo vai além. “Nossa relação começou bem antes das eleições. Durante o período eleitoral, procurei ajudar com o pouco da experiência que adquiri nas minhas campanhas”, minimizou, garantindo ter desistido da ideia de tentar se reeleger para ficar ao lado do amigo, que pouca gente conhecia. “Já tinha decidido não sair candidato. Tinha que me dedicar à família e à empresa da família que, como outras empresas, não estava em situação confortável”, pontuou.

O argumento serviu, diz Gotardo, para, após a vitória de Wilson Witzel, não aceitar nenhum cargo no futuro governo. “Da mesma forma que abri mão da candidatura (à Alerj), já tinha decidido não exercer qualquer função no governo, pois me conhecendo não iria fazer mais ou menos. Pulo de corpo e alma no que me proponho”, acentua o ex-prefeito de Volta Redonda.

Quanto à reunião na sua casa, localizada no bairro Laranjal, onde o governador esteve logo depois da posse para se reunir com os prefeitos da região, Gotardo bem que tentou desconversar a respeito do que o grupo pretendia, conforme proposta apresentada pelo grupo de políticos da região. “Ao longo da minha trajetória na vida pública fiz amigos, e sempre falei com os prefeitos da região. A liderança política é dos prefeitos e vereadores e a maior, a do governador”, pontua, aproveitando para dizer que tem uma boa relação com políticos de Resende. “O Rechuan (ex-prefeito) e o Diego (atual prefeito) são médicos como eu e sempre nos falamos”, disse, ao ser indagado se teria conseguido que os dois fizessem as pazes no encontro na sua casa em Volta Redonda.

Indagado se o apoio do governador Wilson Witzel e dos prefeitos da região poderia levá-lo a uma possível candidatura em 2020, Gotardo é categórico: “Não desejo ser candidato a prefeito (de Volta Redonda). Creio que já cumpri meu papel”, teoriza. Tem mais. Diz que Witzel não admira apenas a ele, Gotardo. “O governador, como nunca tinha exercido cargo público, não teve relação com nenhum dos atuais prefeitos da região. Ele respeita a todos. E tem um carinho grande com o Rodrigo (Drable, de Barra Mansa)”, dispara.

Quanto a um novo sonho do amigo, de chegar a Brasília, Gotardo tenta contemporizar para que sua declaração não coloque mais lenha na fogueira. “Ele precisa trabalhar muito nesse projeto de recuperação do Estado. O bom resultado pode, sim, credenciá-lo a voos maiores. Mas ele sempre demonstrou respeito e torce verdadeiramente que o governo do presidente Bolsonaro dê certo, pois o Brasil precisa” teorizou. 

“Que conselhos daria ao governador para melhorar a imagem no Sul Fluminense?”, indagou o repórter do aQui. A pergunta, é claro, não ficou sem resposta. “A política de segurança pública, que vem demonstrando enorme resultado; a geração de emprego e renda; e o fomento ao turismo, além de uma maior presença de ações da saúde do Estado junto aos municípios, e a ampliação das escolas militares”, listou Gotardo, deixando evidente que sempre que pode procura conversar com o governador. “Quem sou eu para dar conselhos ao governador? Somos amigos e falo o que penso, o que às vezes não é o mesmo dele, mas ouvindo o contraditório, ele formula suas ações”, finalizou.

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