Inauguradas em 2024, gavetas do cemitério estão vazias até hoje

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No final do governo Drable, a Prefeitura de Barra Mansa ganhou cerca de 200 óculos (gavetas) mortuários no cemitério municipal, localizado na Avenida Domingos Mariano, no Centro. Apesar da inauguração do espaço ter sido feita em setembro, dois detalhes chamam atenção. O primeiro é que, até hoje, quase final de fevereiro, apenas três das gavetas foram ocupadas. As demais estão vazias, sem ninguém entender os motivos, pois a cidade não deixou de contar seus mortos. O segundo é que as obras de melhoria do espaço administrativo ainda não foram concluídas. Estão abandonadas.

Motivo: a empreiteira contratada para a reforma do espaço escafedeu-se e não concluiu a obra da área administrativa do cemitério, o que leva as pessoas que procuram a coordenação do local para tratar de problemas financeiros, entre outras coisas, a ter de passar pela área dos velórios. “Isso é muito inconveniente, principalmente para quem está ali velando um parente, um amigo. Até na hora de chorar os mortos, as pessoas têm que conviver com curiosos. Com seus olhares, perguntas. Um absurdo”, reclamou um barra- mansense em e-mail à redação.

Na época, pelo que o aQui apurou, a coordenação do cemitério chegou a comunicar o fato à Secretaria de Promoção Social e Direitos Humanos, comandada por Fanuel Fernando, que, em tese, deveria cuidar da manutenção e da reforma da unidade. Às vésperas do Dia de Finados, Fanuel, em release aos jornais, gabava-se de estar cuidando da reforma do cemitério. “Nós estamos preparando o cemitério com melhorias em diversos pontos, incluindo novas longarinas, lixeiras, câmeras e bebedouros, além da pintura e da obra do centro administrativo. Todas essas ações têm o objetivo de oferecer, na medida do possível, uma experiência mais confortável a todas as pessoas que realizarem uma visita na data. Todos os serviços são frutos de um trabalho de muito esforço e dedicação do nosso prefeito Rodrigo Drable, que vem atuando para melhorar a unidade para todos os munícipes”, contou Fanuel, conforme publicação feita pelo A Voz da Cidade.

Como Fanuel não continuou a frente da pasta no governo Furlani (virou secretario de Manutenção Urbana), cemitério municipal de Barra Mansa passou para o controle de secretaria de Ordem Pública, que tem à frente o major Daniel Abreu. Procurado pelo aQui, ele infirmou s paralisação das obras. Tem mais. Negou que as gatas livres estejam sem uso para serem negociadas. “Não cobramos nenhum valor”, garantiu em entrevista exclusiva ao aQui. Leia a Seguir.

aQui: Quantas gavetas foram criadas e quantas estão disponíveis?

Major Abreu: Foram criadas 165 gavetas municipais. Apenas três estão em uso. Existem critérios de utilização, são eles: dias de chuvas intensas, falecidos obesos, 10% destinado a funcionário da ativa.

aQui: O barra-mansense tem que pagar alguma coisa para ter acesso ás gavetas? Qual valor, e é válido por muito tempo?

Major Abreu: Para usar as gavetas não é cobrado nenhum valor. São cobradas taxas de sepultamento da área pública para quem se enquadra nos critérios de uso.

aQui: O caixão também é cobrado? Qual valor?

Major Abreu: É oferecida gravidade para as pessoas inscritas no Cadastro Único, com caixão definido. As demais famílias podem escolher o caixão conforme modelo e valor disponível para a venda. Os serviços são oferecidos em até 10 vezes no cartão de crédito.

aQui: Quem tem direito a ser enterrado nas gavetas?

Major Abreu: Falecidos em dias de chuva intensa, falecidos obesos, e 10% para funcionários da ativa.

aQui: Qual procedimento a família do falecido deve seguir para conseguir que ele fique em uma gaveta?

Major Abreu: Os sepultamentos realizados na área publica do Cemitério Municipal de Barra Mansa ocorrem impreterivelmente na Quadra J. O uso de gavetas obedece aos critérios mencionados.

aQui: As três famílias que utilizam as gavetas pagaram por elas?

Major Abreu: Não, são municipais, sendo cedido o tempo de uso por três anos.

aQui: Quem define quem pode ficar com as gavetas?

Major Abreu: Seguimos os critérios estabelecidos.

aQui: Na quadra J, no alto do morro, são enterradas as pessoas que nao tem jazigo, certo? Não cabe mais ninguém? O que fazer?

Major Abreu: Existe espaço na quadra J (área pública municipal). Quem não possui jazigo e decide pela área pública é sepultado nq quadra J pelo período de três anos.

aQui: Por que as obras da área administrativa do cemitério estão paradas? Serão retomadas? E o layout será definido? As pessoas que vão ao cemitério para resolver algum problema continuarão tendo que passar pela área de velório?

Major Abreu: A empreiteira parou a obra e não fomos notificados sobre o motivo. A coordenação do cemitério notificou a secretaria que competia à época do ocorrido.