O pequeno Heitor Bicalho, de 3 anos, sentia fortes dores nas pernas e contou aos pais, que, imediatamente, o levaram à pediatra. Com algumas alterações nos exames, os pais foram orientados a procurar um hematologista pediátrico que, após alguns procedimentos, em fevereiro de 2023, chegou ao diagnóstico: leucemia.
Heitor começou o tratamento da doença e conseguiu a remissão, ou seja, os sinais e sintomas do câncer desapareceram. Mas, infelizmente, ele teve duas recaídas, retornando com os sintomas da doença. Para piorar, a família recebeu mais uma notícia: Heitor precisava de um transplante de medula óssea. Mônica Almeida, mãe de Heitor, relata que, diante da condição, começaram as buscas no banco de doadores voluntários de medula óssea. “O único doador encontrado com 90% de compatibilidade era de fora do Brasil e, infelizmente, não daria tempo de esperar. Já no Brasil, encontramos um doador com 50%. Diante do contexto, como havia urgência, os médicos optaram por testar o pai, doador haploidêntico, ou seja, com 50% de compatibilidade. Neste caso, decidiram que Heitor receberia a medula do próprio pai, que estava decidido a tentar salvar o filho”, disse Mônica, mãe do pequeno Heitor.
Já Frederico Bicalho, o pai do garoto, conta que, ao receber a notícia de que seria o doador e poderia ajudar o filho, sentiu diversas emoções. “Ao mesmo tempo que fiquei muito feliz por poder doar a medula, tive medo, por conta da dúvida se daria certo. Seguimos com o preparo para a coleta da medula enquanto Heitor passava por um protocolo pré-transplante muito difícil, com 6 sessões de radioterapia em três dias e quimioterapias até a realização do transplante”, conta.
O transplante foi realizado com sucesso, e a família recebeu a esperada notícia da pega da medula. “Tivemos a notícia no Dia Mundial de Ação de Graças; saber que o transplante deu certo foi incrível. Quando recebemos o diagnóstico, foi como se tivéssemos caído em um abismo, e ouvir a notícia da pega da medula foi como se estivéssemos vendo o céu novamente. Durante todo o tratamento, tentamos nos apegar à frase que a Dra. Renata Sarkis nos disse: ‘diagnóstico não é uma sentença’. Temos muito o que agradecer à Dra. Renata, hematopediatra que nos acompanha até hoje, e ao Dr. Luis Fernando Bouzas, médico responsável pelo transplante. Eles foram incríveis conosco, temos um carinho e admiração muito grande por eles”, conta Mônica. Atualmente, após meses de internação no Hospital Unimed Volta Redonda, Heitor mora com os pais e pode passear em ambientes ao ar livre com orientações de contato para evitar infecções enquanto está preenchendo novamente o calendário vacina.
História feliz
Pai doa medula para salvar a vida do filho com leucemia