G5 mantém alerta sobre não pagamento da PPR aos metalúrgicos da CSN

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Por Pollyanna Xavier

Na edição passada, o diretor por Local de Trabalho e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, exigiu direito de resposta ao aQui, a respeito de uma reportagem sobre o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) dos trabalhadores da CSN. Nele, Edimar afirmou que o jornal teria sido induzido a erro pelo jurídico da atual direção do Sindicato ao publicar uma reportagem “eivada de inverdades e mentiras” para esconder o erro e a falha que teriam sido cometidos pelo G5 nas negociações do acordo coletivo da CSN em 2024. E ainda “denegrir a imagem” de Edimar. Na reportagem citada por Edimar (edição 1443), os diretores que hoje gerem o Sindicato dis-seram que os trabalhado-res da CSN ficariam sem a PPR de 2024, porque Edimar teria perdido os prazos para negociar com a CSN. Na época, a em-presa fez uma única exigência: que o Sindicato montasse uma comissão até 30 dias após a assinatura do ACT, para darem início às negociações sobre valores e data de pagamento. Antes de o prazo encerrar, Edimar – que estava afastado da presidência do Sindicato – conseguiu uma liminar, retomou o comando da entidade, mas não teria cumprido a exigência.

No contato com o aQui, quando pediu o direito de resposta, Edimar queria que o jornal publicasse quatro ofícios que ele teria enviado à direção da CSN em 2024, solicitando a abertura das negociações. Embora tenha provado a existência dos ofícios, os documentos teriam sido enviados fora do prazo. O ACT 2024 foi assinado em abril e, em maio, a comissão de negociação já deveria ter sido formada. O primeiro ofício de Edimar à CSN foi entregue somente em junho. Procurados, os advogados do Sindicato, Leandro Vaz e Ana Paula Martins, disseram que “não houve inverdades” na matéria publicada pelo aQui. Destacaram ainda que Edimar só enviou os ofícios à CSN porque o G5 cobrou o envio dos documentos. “Logo após a celebração do ACT, Edimar retornou ao cargo (…) a ele competia dar continuidade aquilo que havia sido negociado e registrado em ata de reunião, especificamente a PPR dos trabalhadores.

Somente após inúmeras cobranças dos demais diretores administrativos é que Edimar tomou a iniciativa. Contudo já passado do prazo estabelecido que era de 30 dias”, explicaram. Para provar que as cobranças foram feitas, Leandro e Ana Paula encaminharam ao aQui cópias de e-mails e ofícios enviados a Edimar nos meses de março, maio e outubro de 2024, e ainda um ofício enviado à CSN, em abril, pedindo a abertura das negociações da PPR. Já Edimar encaminhou ao jornal cópia de quatro ofícios enviados à CSN, com a mesma demanda, mas com datas posteriores aos documentos do G5, provando que Edimar só teria cobrado a CSN depois de ter sido provocado pelo G5. Os ofícios de Edimar são de 3 de julho, 29 de julho e 15 de outubro, enquanto os do G5 são de 18 de março, 8 de abril, 8 de maio e 14 de outubro.

Os advogados foram além. Explicaram que, quando a CSN aceitou retornar com o pagamento da PPR, as negociações seriam administrativas, em reuniões com representantes da empresa e do Sindicato. Mas Edimar teria optado por ajuizar uma ação contra a CSN, para cobrar o pagamento via judicial. “A ação não  sentiu efeito esperado, uma vez que Edimar e seu assessor jurídico pretendiam impor a CSN a implantação da PPR, se utilizando de um registro em ata de reunião, quando a questão singela dependia apenas de negociação entre as partes (…) são vastos os documentos probatórios relativo ao que informamos ao jornal, não tendo (o G5, grifo nosso) em nenhum momento faltado com a verdade para com o aQui e, principalmente com a categoria”, frisaram Leandro e Ana Paula.

Ainda de acordo com eles, a PPR da CSN contém regras e critérios e, como não foram negociados previamente, não será, realmente, possível buscar o pagamento do beneficio este ano. “Oportuno informar aos que ainda não possuem conhecimento que o pagamento da PPR depende de um programa contendo regras e critérios. Ausente o programa, o Sindicato reforça que, para o ano de 2025, lutará pelo pagamento de um abono justo, em substituição à PPR:, concluíram. Procurada, a CSN não comentou a situação.

Edimar sofre infarto

No mesmo dia em que voltou a trabalhar na UPV, na segunda, 10, depois de ter sido afastado do Sindicato por indisciplina, Edimar Miguel sofreu um infarto. Ele foi socorrido no Hospital Santa Cecília e submetido a uma angioplastia. Desde então, vem sendo monitorado por médicos no Centro de Terapia Intensiva da unidade hospitalar, e seu quadro é regular. A família do sindicalista emitiu uma nota agradecendo as orações recebidas. Edimar deixou o CTI (Centro de Terapia Intensiva) ontem, sexta, 14, e segue se recuperando.