A Lagoa do Belvedere, que praticamente morreu ao ser soterrada por máquinas da empresa contratada para fazer a terraplanagem da uma imensa área do Grupo Campos Pereira, ao lado da Rodovia dos Metalúrgicos, deve renascer. Quem garante é o próprio prefeito Samuca Silva, que tentou explicar o que foi e o que será feito para que ela sobreviva. “Esta questão da lagoa nem é nossa. No governo Neto, em 2016, já não tinha lagoa”, disparou, ao aceitar falar, pela primeira vez, com a reportagem do aQui. “Eles (o grupo CP) voltarão com o aterro que fizeram e entregarão a retenção de água que chamam de lagoa”, acrescentou, referindo-se ao fato, na versão dele, de que a área coberta teria ido além do que foi permitido, cobrindo, assim, a lagoa que existia. “A lagoa que todos falam é formada por retenção de água das chuvas. Com o final das obras, ela retorna. Basta chover que ela volta (a existir)”, disparou.
Descartando a hipótese de demitir o secretário de Meio Ambiente, Maurício Ruiz, um dos responsáveis por aumentar a polêmica, dando declarações estapafúrdias sobre a concessão da licença ambiental da obra, Samuca frisa que estão criando muita confusão. Motivada, segundo ele, por interesses políticos, com o envolvimento de vereadores da oposição. “A lagoa já não existia em 2017 (quando ele tomou posse). Por algum desvio de água, ou algo que não sabemos, o que vocês chamam de lagoa secou. O aterramento vai ser reposto, a obra não acabou ainda”, destacou.
Samuca vai além. Diz que a obra da família Campos Pereira, de terraplenagem na área ao lado da Rodovia dos Metalúrgicos, prevê a manutenção, quando for concluída, de um espelho de água (como o da foto acima). “A obra pode ter avançado um pouco realmente, tanto que o próprio Ruiz multou os Campos Pereira”, afirmou. “Eles terão que refazer, e prevê, ao seu final, (a criação de) um espelho d’água, um monge, ou algo assim, para controlar o nível das águas e evitar enchentes, controlando o fluxo de água”, detalhou.
Lamentando que as discussões estejam descambando para a política, sendo usadas por vereadores da oposição, “todos estão falando a mesma coisa”, Samuca frisa que isso já era esperado. “Estão dando voz à oposição. Se não chover, não há lagoa”, destaca de forma irônica. “Será que eles entendem?”, indaga. “A lagoa existe por retenção da água das chuvas”, reitera. “Em 2016 ela secou por algum motivo”, disparou, como se estivesse querendo provocar seus adversários a descobrir o que teria acontecido na época, bem antes do início do seu governo.
Ele pode ter razão. Tanto que a lagoa (sentido Volta Redonda-Via Dutra) que ainda existe, bem em frente à que foi soterrada, já passa por igual fenômeno. Está secando como mostram as fotos. No local, com ou sem chuva, o governo Samuca pretende criar mais um parque municipal. O engraçado é que o anúncio deveria ter sido feito na Semana Mundial do Meio Ambiente.