Do aço à cerveja

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O prefeito Samuca Silva recebeu na tarde de quarta, 10, representantes de uma empresa fabricante de tubos de aço (Apolo Tubulars) e fez o seu papel de tentar vender o projeto do Polo Metalmecânico que sonha em implantar na cidade do aço. No mesmo dia, Rodrigo Drable recebeu alguns empresários para debater a implantação de um parque industrial em área da antiga Edimetal, às margens da Via Dutra. Entre os presentes, estavam representantes de 15 empresas dos ramos metalmecânico, alimentício e logístico. Apesar do otimismo dos dois, os projetos andam a passos de cágado. 

 

Na cidade do aço, Samuca estava acompanhado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Joselito Magalhães, ex-presidente da Aciap-VR, e pelo presidente do IPPU-VR, engenheiro Márcio Lins, ex-diretor da CSN. Alguns representantes da siderúrgica também estavam na reunião, como se estivessem avalizando o encontro. Joselito chegou a afirmou que outras cinco empresas já teriam apresentado uma carta de intenção para se instalar no município. Chegou a citar nominalmente uma a uma: Diaço, Multiaço, Tuberfil, PF Max e Unisteel. 

 

Depois, mesmo que involuntariamente, tocou no ‘x’ do problema. “Agora estamos dependendo de incentivos fiscais por conta do governo Estadual para conseguir avançar com o projeto (do Polo). A prefeitura está fazendo a parte dela avançando com as áreas onde as empresas irão se instalar e fazendo valer cada característica e atuar na verdadeira vocação para o trabalho”, afirmou, confirmando o que o aQui vem noticiando: que o Polo Metalmecânico pode não sair do papel caso o governador Wilson Witzel não atenda às demandas apresentadas pela direção da CSN. Que passam por concessões fiscais. 

 

Aliás, das empresas citadas por Joselito, que é do ramo de venda de Gás Liquefeito e sapatos, nenhuma faz parte da lista que ele mesmo chegou a anunciar, em outubro de 2018, como certas para se instalar em Volta Redonda. Na época, apareciam a Multiaço, a Steeel Service, a Brastil, a Tuberfil, e a Soufer. A Prada, do grupo CSN, também chegou a ser anunciada. Até hoje, quase nove meses depois, apenas duas delas – Tuberfil e Multiaço – ainda parecem ter interesse em gerar um filho voltarredondense. A não ser que Joselito, como sempre, tenha trocado as bolas (nomes).

Tubos

Rafael Raphael, que seria representante da Apolo, explicou a Samuca que sua empresa é focada na produção de tubos de aço de alta qualidade, soldados por resistência elétrica com indução de alta frequência, para a indústria de petróleo e gás e outros segmentos do setor de energia. Depois de conversar muito com o chefe do Poder Executivo, o empresário disse que estava na cidade “para ver como funcionava o projeto (do Polo)”, prometendo fazer um estudo de viabilidade para adequar as funções tanto logísticas quanto operacionais da empresa. “Com certeza daremos um feedback o quanto antes e esperamos que seja positivo”, crê Rafael.

Barra Mansa não libera nomes dos interessados

O encontro de Rodrigo Drable com os empresários de diversos setores industriais aconteceu na manhã de quarta, 10, no auditório do Parque Natural Municipal de Saudade. Além dos representantes das 15 empresas dos ramos metalmecânico, alimentício e logística, cujos nomes não foram revelados, estiveram presentes diversos secretários da prefeitura de Barra Mansa, além de integrantes da Aciap-BM, do Codec (Conselho de Desenvolvimento Econômico de Barra Mansa), do Sicomércio (Sindicato do Comércio Varejista), e da Câmara de Vereadores. 

 

No release enviado aos jornais, o governo Rodrigo limitou-se a dizer que os empresários teriam apresentado interesse em participar do parque industrial e apontado as dificuldades e necessidades que encontram para investir em Barra Mansa. Entre elas, o tamanho do terreno necessário para implantação das unidades industriais, as condições de acesso ao parque e o local estratégico para escoar a produção.

“Esse terreno (o da antiga Edimetal) é do município e será usado para fazer Barra Mansa crescer. A avaliação que faremos das empresas é de quem mais agregará valor ao município. Se a empresa tem possibilidade de crescimento, se pode gerar mais emprego para a cidade, mas se depende para isso de uma área, a gente vai estar no caminho certo”, garantiu Rodrigo, informando que o próximo passo será estudar as solicitações.

 

Tem mais. No release, a assessoria de Rodrigo lembra que qualquer empresa que tenha interesse e esteja em dia com suas obrigações pode participar das reuniões e demonstrar interesse em fazer parte do parque industrial de Barra Mansa. Ou seja, mostra que, por enquanto, tudo faz parte de um sonho de verão, mesmo que seja em pleno inverno.

Caminho Cervejeiro

Enquanto as máquinas de tubos não chegam, o prefeito de Volta Redonda pode se contentar com algo mais ‘pé no chão’. É que a cidade do aço deverá ser incluída na rota do ‘Caminho Cervejeiro do Sul Fluminense’, que pode ser implantado até o final de 2019 pela Cervasul (Cervejarias Artesanais do Sul Fluminense).

 

A associação reúne cervejarias de nove cidades da região com atrativos turísticos e localização privilegiada para realizar uma rota cervejeira com grande potencial turístico e econômico. Juntas, essas cervejarias produzem uma média de 60 mil litros por mês. Em Volta Redonda, foram selecionadas duas cervejarias: a Hays e a Paranoide. Porém, o caminho ainda inclui fábricas em Piraí, Ipiabas (distrito de Barra do Piraí), Serrinha do Alambari (distrito de Resende), Itatiaia (Penedo), Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin e Valença.  

 

“A ideia não é apenas desfrutar o prazer de beber cerveja com qualidade, mas oportunizar mais experiências com as cidades que as abrigam. Para alcançar esse objetivo, o grupo que fez o piloto do percurso avaliou as potencialidades das fábricas escolhidas e destacou pontos fortes e fracos para fortalecer o Caminho Cervejeiro do Sul Fluminense”, afirmou Joselito Magalhães, contando que a associação pretende até criar o Selo Cervasul de qualidade.

 

 “A união das cervejarias da região em um roteiro turístico vai atrair mais visitantes, fomentar o negócio e movimentar toda a economia local. Volta Redonda não poderia ficar de fora deste circuito”, acredita o prefeito Samuca Silva.