Pollyanna Xavier
À exceção dos últimos acontecimentos na política brasileira – que podem impactar, e muito, a economia e o crescimento industrial –, as fábricas da região já dão sinais de uma tímida recuperação. O Consórcio Modular da MAN, por exemplo, localizado em Resende, está encerrando o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que garantiu a estabilidade dos trabalhadores por quase dois anos. Todos tiveram redução de 20% na jornada diária de trabalho e pelo menos 10% nos salários. A compensação pelo salário perdido ficou a cargo do governo Federal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Silvio Campos, o encerramento do PPE na MAN acontecerá, oficialmente, no dia 1º de junho. Silvio comemorou o fim do Programa e ainda deu uma boa notícia aos trabalhadores: a de que o consórcio concordou em conceder uma estabilidade aos seus trabalhadores até o final de 2018. Até lá, não ocorrerão demissões em massa. “Independentemente do fim do PPE, a empresa reafirmou que permanecem garantidas todas as cláusulas do acordo coletivo, inclusive a estabilidade dos empregos até dezembro de 2018”, anunciou.
Silvio reconhece que a economia ainda não está totalmente recuperada e que a melhora tem ocorrido de forma lenta e gradativa. “Ainda é evidente o cenário de crise na economia do país, mas o mercado tem sinalizado uma tímida melhoria, o que vem provocando a retomada da rotina na produção das montadoras. Embora ainda sofrendo com o atraso na entrega de peças, como consequência da crise, com a perda de alguns fornecedores que tiveram que fechar suas portas. Para o sindicato, esse quadro já é motivo de comemoração já que centenas de trabalhadores voltarão a receber o seu salário integral”, comentou.
A MAN implantou o PPE entre as empresas do Consórcio Modular por pelo menos duas vezes. A primeira adesão foi em 2015 e ela chegou a prorrogar a medida por seis meses. Antes disto, em 2014, a MAN chegou a fazer um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos para a redução da jornada de trabalho, bem semelhante ao PPE. Na época, a ideia era a de adequar a operação da Companhia ao fraco desempenho do mercado de caminhões e ônibus, já que a ociosidade na empresa era de até 70% do potencial produtivo da montadora. Além do PPE, a MAN também chegou a lançar um Programa de Demissão Voluntária e antecipação de aposentadorias. Com isto, o número de trabalhadores caiu de 6 mil funcionários em 2011, para quase R$ 3,7 mil em 2016.
Para Silvio Campos, o fim do PPE representa uma vitória do Sindicato dos Metalúrgicos. E ele deixou claro no boletim que a entidade distribuiu entre os trabalhadores da MAN, ao longo da semana. “O PPE evitou centenas de demissões e o fechamento dos postos de trabalho na região”, comemorou, reforçando que a partir do dia 1º de junho os trabalhadores do consórcio MAN voltarão à normalidade de salários e da jornada de trabalhando, lembrando ainda que estão garantidos por uma estabilidade nos próximos 18 meses. Até lá, acredita-se numa recuperação ainda maior no mercado brasileiro de caminhões e ônibus.
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