Enquanto Rio Claro está muito perto de ter um aeroporto (ainda que particular), Volta Redonda – cuja população é cem vezes maior – está muito aquém disto. O projeto da cidade do aço está agarrado no Fórum de Piraí, por conta de uma ação de desapropriação. Em 2011, a União liberou R$ 8,6 milhões para que o então governador Sérgio Cabral desapropriasse o terreno e desse início a empreitada. Mas, passados quase 16 anos, o projeto não decolou.
O aeroporto regional do Sul Fluminense (este é apenas o nome genérico, porque o local chegou a ser batizado pela Alerj de Aeroporto Luiz Albertassi, avô do ex-deputado Edson Albertassi) ocuparia uma área de 1,6 milhão de metros quadrados no bairro Roma, na divisa entre Volta Redonda e Piraí. Nela, seriam construídas duas pistas de pouso e decolagem, um pátio de aeronaves com cerca de 20 mil metros quadrados, além de uma pista de taxiway (faixa em que a aeronave pode taxiar para outro local, como um hangar, saindo da pista de pouso e decolagem em velocidade elevada). Além de uma pista principal com 2,2 mil metros por 30 metros de largura (faixa com 8 linhas), com área de giro nas duas cabeceiras, para grandes manobras.
As dimensões, acredite, são suficientes para receber aviões de médio porte com capacidade de 120 a 150 passageiros. Em 2009, a obra chegou a ser incluída na atualização do Plano Aeroviário do Estado do Rio de Janeiro, com validade até 2022. Em 2010, o governo do Estado assumiu o projeto. Na época, Sérgio Cabral publicou o decreto de desapropriação e buscou regularizar o aeroporto junto à Anac. Não conseguiu por dois motivos: o primeiro é que a Anac só homologa obras prontas (e ninguém parecia saber disso), e o segundo é que o dono do terreno entrou na Justiça contestando a desapropriação. A questão segue emperrada no Fórum de Piraí.
Só para efeito de comparação, em 2014, quando Moreira Franco (ex-governador do Rio) era ministro da Secretaria de Aviação Civil, foi apresentado o projeto dos aeroportos de Cabo Frio, Angra dos Reis e Volta Redonda, com a expectativa de que as obras fossem iniciadas no final daquele ano. Na mesma apresentação, foram mostrados os projetos técnicos dos aeroportos de Paraty, Nova Friburgo, Resende, Macaé, Campos e Itaperuna. Destes, apenas Macaé e Cabo Frio foram concluídos e estão em plena operação. O restante não conseguiu alçar voo. Na verdade, sequer atingiram velocidade para decolar.
Enquanto isso, projetos muito mais novos estão saindo do papel, como esse de Passa Três, encabeçado pelo empresário carioca Samuel Alves, que quer transformar o pequeno distrito de Rio Claro em uma rota importante para o turismo fluminense. “Eu sou um piloto que tenho um sonho (…) nosso aeroporto será modesto, mas contará com todas as medidas exigidas pela Anac para pousos de emergência até de grandes aeronaves. Estamos fazendo tudo o que manda a legislação, e nossa intenção é inaugurar boa parte do nosso projeto até o final do ano”, destacou Samuel.
Aeroporto de Volta Redonda pode nunca sair do papel
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