A secretaria de Ordem Pública (Semop) continua removendo bancas de jornais existentes na cidade do aço. Retirou, por exemplo, na manhã de terça, 13, a ‘banca da CSN’, como era conhecida a que ficava na Passagem Superior da Usina Presidente Vargas, que foi arrancada e quase destruída por funcionários do Saae a serviço da Guarda Municipal, que é subordinada ao tenente- coronel Luiz Henrique, o xerife da cidade do aço. Não satisfeitos, arrancaram ainda a banca que funcionava há anos na Rodoviária de Volta Redonda. Detalhe importante: a banca da Vila já estava com alvará emitido conforme acordo feito entre a Distribuidora de Jornais e Revistas e o Palácio 17 de Julho (ver edição 1232).
A ação na Passagem Superior durou mais de uma hora e foi flagrada por um jornalista do aQui – que foi filmado por um GM a ser viço da Semop como forma de intimidação para que não fizesse o registro da retirada da banca, uma das mais importantes de Volta Redonda, histórica até, pois foi inaugurada antes mesmo de a CSN entrar em operação. Mesmo com alvará e sendo histórica, a banca foi arrancada, quase destruída. Sorte dos proprietários da
Luiz Vieira
banca é que ela estava vazia, assim como vários quiosques da própria prefeitura de Volta Redonda, localizados a poucos metros de distância e que estão abandonados para alegria dos moradores de rua e usuários de drogas, e também dos que não têm onde fazer xixi na rua.
Pelo que o aQui apurou, a ação da Semop contra as bancas seria uma represália do Palácio 17 de Julho à Distribuidora de Jornais e Revistas, pelo fato de a empresa ter transferido a sede para Barra Mansa. “O prefeito está se vingando das bancas pelo fato de a distribuidora ter ido para Barra Mansa”, dispara uma fonte ligada ao Palácio 17 de Julho, referindo-se ao fechamento do depósito que existia no início da Rua 2. “Outras empresas de Volta Redonda também serão atacadas, pois estão mudando o endereço fiscal para Pinheiral”,
acrescentou, sem dizer quais já teriam se transferido para a cidade vizinha.
A prefeitura de Volta Redonda foi procurada para falar a respeito dos dois casos, mas, até o fechamento desta edição, não tinha se pronunciado. Sabe-se apenas que pretende lançar nos próximos dias um chamamento público para atrair interessados em explorar a atividade de banca de jornais e revistas no município. A estratégia já foi tentada há alguns anos, sem sucesso. Os custos são altos – uma banca custa em torno de R$40miletemque funcionar 365 dias por ano. Os produtos são obtidos em consignação, mas o encalhe é alto, devido à concorrência das redes sociais. Hoje, por exemplo, os internautas podem ler as matérias dos jornais diários impressos antes mesmo de irem para as bancas.
Guarda Municipal continua campanha contra bancas de jornais e revistas
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