Por Dr. Edson Bismark”
Apesar do otimismo das autoridades locais e da campanha lançada pela CSN, há quem discorde dos números apresentados e, principalmente, desafie a siderúrgica a apresentar casos que comprovem a inclusão e o empoderamento feminino. Em e-mail ao aQui, o advogado Edson Bismarck é categórico: diz que a CSN revela uma discrepância alarmante entre a teoria e a prática. Veja abaixo a íntegra do artigo escrito por ele a respeito da participação feminina no mercado industrial.
“A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNVR) tem se posicionado publicamente como uma empresa comprometida com a inclusão e a diversidade, especialmente no que tange à participação feminina no setor industrial. No entanto, a realidade vivenciada por muitas mulheres que se inscrevem em seus programas, como a Escola Técnica de Profissionais da Construção (ETPC), revela uma discrepância alarmante entre a retórica e a prática.
O programa, que deveria ser um canal de oportunidades e desenvolvimento para mulheres, tem se mostrado, na prática, uma fonte de desmotivação e frustração. As promessas de capacitação e inclusão são frequentemente acompanhadas de uma falta de clareza e transparência, deixando as participantes em um estado de incerteza e ansiedade. Muitas mulheres relatam que, após passarem por um processo seletivo que parece promissor, não recebem feedback ou são simplesmente ignoradas, o que gera um sentimento de desamparo e desvalorização.
Além disso, a seleção de pessoas despreparadas para conduzir o processo de recrutamento e formação das candidatas levanta sérias questões sobre a seriedade e o comprometimento da CSNVR com a causa da inclusão feminina. A falta de profissionais qualificados para orientar e apoiar as participantes não apenas compromete a qualidade do programa, mas também perpetua a ideia de que a empresa não está realmente interessada em promover mudanças significativas, mas sim em criar uma fachada de diversidade que não se traduz em ações concretas.
A recente campanha da CSNVR para aumentar a participação feminina no setor industrial, portanto, pode ser vista como uma estratégia de marketing que visa melhorar a imagem da empresa, mas que falha em abordar as reais necessidades e desafios enfrentados pelas mulheres no ambiente de trabalho. É fundamental que a CSNVR reavalie suas práticas e se comprometa com ações que realmente promovam a inclusão e o empoderamento feminino.