Feriados

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Em 2025, o Brasil terá 10 feriados, sendo quatro prolongados e oito facultativos. No caso do estado do Rio, com apoio de deputados irresponsáveis, existe mais um feriado: São Jorge, em abril, que nacionalmente já tinha dois feriados. Deveria ser proibido, mas estamos na terra de canalhas. Parece, para muitos, descanso merecido. Talvez em um país organizado, com salários dignos e justos, direitos básicos garantidos, sem impostos e taxas abusivas, seria sim um descanso justificável. Mas não é bem assim.

Para os trabalhadores que constroem os resultados econômicos do país, esses descansos são caros demais. A maioria deles fica em casa nos feriados, sendo que os sítios, as fazendas, casas de praias e viagens e até pequenos passeios ficam onerosos, comprome- tendo os orçamentos familiares. Quando muito, fazem uma refeição melhor, ou um churrasco com bebidas. Estando o trabalhador em casa, tudo é por sua conta, desde o café da manhã, almoço, lanche, água e energia, sendo que no trabalho é a empresa que paga tudo. Alguns até gastam mais com benefícios aos filhos por estarem o tempo todo com eles em casa.

Por outro lado, nas grandes empresas, no planejamento anual de custos, os feriados têm um peso significativo, desde os dias anteriores, que têm preparos especiais que oneram a produção, como também no retorno ao trabalho, também em ritmo lento. Aliados a todos esses custos, os impostos incidem nos valores, aumentando produtos e serviços. Tudo isso diminui as ofertas de empregos em várias empresas e se agrava com aumento dos preços e, consequentemente, na competição no mercado interno e externo. No final de tudo, é o trabalhador quem acaba pagando mais essa conta…

Teremos sempre os defensores das cidades turísticas, que ganham com os feriados, mas serão poucos os agraciados, pois quem paga tudo é a produção, que acaba comprometida. Existem alguns segmentos, poucos, que, trabalhando 20 ou 30 dias, não sofrem com alterações nos resultados. Já está comprovado que nas pequenas e microempresas, os impactos desses custos e impostos dificultam o crescimento.

Portanto, feriados custam caro ao trabalhador; afetam seus próprios interesses e o de suas famílias. Costumo dizer: “Se Tiradentes fosse vivo, nos pediria para parar de enforcar o Brasil apenas para homenageá-lo, pois a Inconfidência Mineira aconteceu com mortes e revoltas, quando 20% da produção do Brasil era enviada para Portugal”. Hoje, temos e mantemos 40% de impostos para uma casta de privilegiados, ou seja, o dobro, tornando o movimento da época sem sentido.

Enfim, esses custos de feriados que oneram os trabalhadores poderiam servir para uma poupança pessoal, uma reserva de emergência, algo mais, para ele e sua família, poderem programar e aproveitar suas vidas. Uma pergunta: Será que nos países onde o trabalhador tem mais poder de compra é porque seus salários são melhores ou é porque essas safadezas não existem, fazendo que seus rendimentos sobrem no fim do mês para que possam aproveitar mais com suas famílias?

APENAS UMA REFLEXÃO… João Henrique de Oliveira Ferraz