A notícia caiu como uma bomba entre ambientalistas e políticos da cidade do aço, especialmente entre os que são contra a CSN. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente), por unanimidade, decidiu prorrogar o prazo concedido à siderúrgica, em 2018, para concluir as obras previstas no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) por mais dois anos, com o compromisso de que as obras já contratadas estão em andamento.
Em sua defesa, a CSN mostrou à direção do Inea que a pandemia da Covid-19 foi responsável por alguns atrasos significativos na conclusão das obras previstas no TAC, o que obrigou “a empresa a solicitar a prorrogação do prazo para finalizar as pendências restantes”. Resultado: a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) acatou os argumentos e acabou aprovando na última segunda, 9, a extensão do prazo por mais dois anos.
Entre os principais impactos causados pela pandemia, conforme dados obtidos pelo aQui, destacam-se as dificuldades na instalação dos filtros de sinterização, equipamentos com mais de 30 metros de altura, cujas peças foram adquiridas de diferentes países, muitos dos quais enfrentaram lockdowns e ou- tras restrições que paralisa- ram a produção e o transporte de materiais. A CSN teve que comprovar que essas medi- das afetaram diretamente o cronograma de suas obriga- ções no TAC.
Uma fonte do aQui garante que, até o momento, a CSN já cumpriu 92% das obrigações e investiu mais de R$ 700 milhões na execução do TAC, mais do que o dobro do valor inicialmente previsto de R$ 300 milhões, segundo comprovação do Inea e de audito- rias independentes. Detalhe: o Inea adianta que o mon- tante final dos investimentos da CSN pode ultrapassar a casa de R$ 1 bilhão, chegando a ser quatro vezes maior que o valor original.
Tem mais. A fonte lembra que, durante vistoria realizada pelo Inea, foi verificado que três novos filtros estão sendo construídos na Usina Presidente Vargas, sendo que o principal deve ser concluído em poucos meses. Além disso, a CSN fez manutenções nos filtros já em operação, substituindo placas e atualizando o equipamento para reduzir as emissões de poluentes, enquanto as obras dos novos filtros eletrostáticos seguem em andamento. Apesar de a pandemia ter sido considerada uma justificativa para os atrasos, o aditamento do TAC prevê tanto a finalização das atividades pendentes quanto o pagamento de multas, cujos valores serão aplicados em iniciativas ambientais em Volta Redonda.
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