A direita

O Sul Fluminense virou à direita. Pelo menos é o que se pode deduzir do resultado das urnas da eleição de domingo, 2, nas cidades da região. Berço da industrialização do estado, de greves como a de 1988, que culminou com a morte de três operários da Usina Presidente Vargas, e de forte sindicalismo, sem contar com a presença marcante do Bispo Vermelho, como D. Waldyr Calheiros ficou conhecido na sua luta contra a Ditadura, a região votou – em ampla maioria – em candidatos identificados com a direita. Exemplo: o PL acabou fazendo barba, cabelo e bigode. Afinal, os candidatos da legenda de Jair Bolsonaro, Cláudio Castro e Romário venceram em quase todos os municípios.
Em Volta Redonda, Jair Bolsonaro, com 81.346 votos (47,14%), derrotou Lula, que obteve 76.843 votos (44,54%). Para o governo do Estado, os volta-redondenses deram ampla maioria para Cláudio Castro, 89.722 votos (58,76%), enquanto o candidato da esquerda, Marcelo Freixo, obteve apenas 48.496 votos (31,76%). Na cidade do aço, Castro contou com o apoio total do prefeito Neto (sem partido). Para presidente, entretanto, Neto ficou em cima do muro no primeiro turno. E deve manter a mesma postura no segundo turno, marcado para 30 de outubro.
A direita também venceu em Barra Mansa, onde Bolsonaro ganhou com 49.812 dos votos (48,37%), contra 44.825 de Lula (43,52%). Cláudio Castro, que teve o apoio do prefeito Rodrigo Drable, um dos seus coordenadores da campanha em toda a região, ganhou facilmente – 54.713 votos (61,53%) – do candidato da esquerda, Marcelo Freixo, com apenas 25.476 votos (28,65%). Para surpresa de muitos, o candidato da extrema direita ao Senado, o polêmico Daniel Silveira (PTB) – que teve a candidatura impugnada – ficou em segundo lugar na preferência dos eleitores, atrás apenas de Romário e à frente do candidato da esquerda, Alessandro Molon.