Por Mateus Gusmão e Pollyanna Xavier
A Unidade Básica de Saúde da São Geraldo, em Volta Redonda, ficou aberta no último final de semana para testagem de Covid-19. No domingo, 13, às 15 horas, pelo menos 10 pessoas esperavam para fazer o teste – ou pegar o resultado. Quem positivava era encaminhado para o médico. A movimentação mostrou que os casos de Coronavírus voltaram a subir. Pior. A assustar a população. Segundo a prefeitura, no período de 6 a 12 de novembro foram registrados 353 novos casos. Até quarta, 16, 26 pessoas seguiam internadas, sendo que um óbito foi registrado, totalizando 1.442 vítimas fatais em Volta Redonda. Detalhe: o paciente estava com o esquema vacinal incompleto. Não tinha tomado a 4ª dose da vacina, ou seja, a segunda dose de reforço. O ‘xis’ da questão é que a maioria dos volta-redondenses não tomou a 4ª dose desde fevereiro, quando o medicamento foi liberado. De acordo com o Portal da Transparência Cartorária, o número de óbitos por Covid em Volta Redonda, nos primeiros 18 dias de novembro, é ainda maior. Foram quatro mortes registradas nos dias 10, 11, 15 e 16. Além da cidade do aço, Pinheiral também registrou um óbito por Covid na segunda, 14. Os demais municípios da região seguem sem registros de mortes pela doença em novembro, porém, as prefeituras já sinalizaram voltar com a obrigatoriedade do uso de máscaras em qualquer local de uso comum, fechado ou não. Segundo levantamento feito pelo aQui, apenas 14,99% das pessoas acima de 18 anos tomaram a segunda dose de reforço. E, ao todo, 41.218 pessoas tomaram a quarta dose, de acordo com o Vacinômetro do governo do Estado. Tem mais. A terceira dose da vacina foi tomada apenas por 69,97% dos volta-redondenses, sendo aplicadas 161.107 doses. Isso, é claro, pode ser um dos fatores do aumento dos casos de internação na cidade do aço. Informações preliminares do Palácio 17 de Julho apontam que a maioria dos internados no município não completou o esquema de vacinação, sendo que o Ministério da Saúde recomenda que pessoas acima de 18 anos tomem quatro doses da vacina contra a Covid-19. “No Hospital São João Batista, dos 14 internados, dois têm zero vacina; seis estão com o esquema completo e, outros seis, faltando pelo menos uma dose de reforço. Quanto aos demais internados, estamos levantando as informações”, informou o médico sanitarista da secretaria de Saúde, Carlos Vasconcellos. O aumento no número de casos provavelmente está sendo causado pela nova subvariante da Ômicron. “A BQ.1 é uma das subvariantes da Ômicron que circulam pelo mundo e está mostrando uma vantagem de crescimento significativa sobre outras sublinhagens da Ômicron circulantes em muitos locais, incluindo Europa e Estados Unidos da América e, portanto, merece monitoramento rigoroso. O que sabemos até o momento é que essa subvariante é altamente contagiosa, por isso, as medidas de controle e prevenção precisam ser reforçadas”, disse Vasconcellos.
Medidas preventivas
Para não ser pega desprevenida, a prefeitura de Volta Redonda estuda adotar medidas de prevenção para controle da Covid-19, inclusive a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. Por enquanto, segundo declarações do prefeito Neto, que passou a usar a máscara, o que está descartado no momento é o lockdown fechamento do comércio em Volta Redonda. Em entrevista ao programa Dário de Paula na quinta, 17, Neto mostrou preocupação com o aumento de casos. “Nós estamos com 27 pessoas internadas, sendo que 10 estavam na UTI no Hospital São João Batista. Nós estamos muito preocupados e com muito pouca vacina, ou quase nenhuma. Para você ter uma ideia, nós temos 6 mil crianças para serem vacinadas e estão chegando (apenas) 350 vacinas”, justificou. Neto foi além. “Nós não pretendemos de jeito nenhum fechar comércio, igreja, mas vamos discutir para encontrar uma solução para as máscaras. Eu voltei a usar. Não estamos exigindo, estamos recomendando que todos usem, pois a situação é delicada. A vacina está em falta. Se você quiser fazer o teste, todos os postos de saúde estão fazendo”, afirmou. “Estamos rezando muito para que (a Covid) não volte como foi a primeira vez, muitas vidas se perderam, né? Precisamos rezar, nos cuidar. Usem máscaras, tomem vacina para que não aconteça o pior”, disse. Tá certo!