Os barramansenses e os eleitores do Sul Fluminense foram surpreendidos na semana passada quando o jornal Foco Regional divulgou na sua página do Facebook que o prefeito Rodrigo Drable teria trocado de partido. Que teria abandonado o MDB de Cabral, Pezão e Cunha, entre outros, para se filiar ao PSC, o partido dos peixinhos, que passou a ser comandado pelo governador Wilson Witzel. Até então, todos imaginavam que ele ainda era do MDB, partido pelo qual foi eleito em 2016, com …… votos. “E saí do MDB no ano passado”, disse Rodrigo ao ser procurado pelo aQui. “Foi logo depois da eleição”, completou.
Aliás, quem procurou o jornal foi o próprio prefeito. Motivo: estava inconformado pelo aQui ter publicado na edição passada que ele não teria interesse em deixar a legenda e aderir à aliança que está sendo costurada pelo senador Romário (Podemos) e o deputado estadual Max Lemos (MDB) para lançar candidatos comuns em 30 das 92 cidades fluminenses. Apesar de negar ter interesse em disputar a reeleição pelo MDB – vai tentar pelo PSC –, Rodrigo Drable não contou por que o segredo da sua desfiliação demorou tanto para se tornar público.
“Não teve segredo… pelo contrário, ainda manifestei minha indignação”, retrucou, sem dizer para quem deu a entrevista. “O partido está aos frangalhos e não fui convidado para a convenção (do MDB) que elegeu a nova diretoria. Já não estava confortável em estar no partido, em meio aos escândalos que nada têm a ver comigo”, acrescentou, durante a primeira conversa com a reportagem do aQui.
No segundo contato, ficou acertado que o jornal iria lhe enviar algumas perguntas a respeito do tema, o que ocorreu. Bem ao seu estilo, curto e grosso, Rodrigo reafirmou a mudança e garante que até o momento não levou mais nenhum político de Barra Mansa para assinar a ficha de filiação ao PSC para disputar algum cargo nas eleições do ano que vem.
Veja a íntegra da entrevista com Rodrigo Drable:
aQui: Quando o senhor oficializou sua saída do MDB? Quais motivos?
Rodrigo Drable: Desde o final do ano passado. Por divergência de visão e ações. Nenhum deputado do partido fez emendas para o município, não tivemos qualquer apoio nos momentos difíceis, e quando houve a convenção do partido, sequer nos convidaram. Isso mostra que não havia afinidade. E se não (permanência) está ajudando a conquistar apoio para a cidade, não faz sentido ficar.
aQui: O senhor não teme que o partido entre na Justiça reivindicando o cargo de prefeito, já que o senhor foi eleito pela legenda?
Rodrigo: Mandato majoritário não é do partido.
aQui: Quando foi oficializada a filiação ao PSC? Quais motivos?
Rodrigo: O governador (Wilson Witzel) me convidou, ele tem sido extremamente cordial e solícito para com o município. Meu partido é Barra Mansa! Se for bom para a cidade, se nos ajuda a desenvolver o município e a superar as dificuldades, tem nosso apoio.
aQui: O senhor já foi filiado a quais legendas desde que se elegeu como vereador?
Rodrigo: PSC e PMDB, agora volto para meu partido de origem, onde fui eleito pela primeira vez.
aQui: É verdade que o governador Wilson Witzel foi seu padrinho político no PSC? Vocês se conhecem há quanto tempo? Ele teve seu apoio nas eleições para o governo do Estado?
Rodrigo: Minha primeira filiação ao PSC foi em 2003. Tenho relação com o presidente nacional do Partido desde 2002. O convite para retornar vinha sendo feito há muito tempo. Mas o convite pelo governador teve peso.
aQui: O que essa ligação com o Witzel já rendeu e pode render para Barra Mansa?
Rodrigo: Quando a chuva destruiu a cidade, liguei pra ele e depois de 4 horas ele já estava andando comigo pelas ruas afetadas. A cidade precisa do governo do Estado, e eu farei o possível para estreitar a relação com o governador.
aQui: Em entrevista exclusiva ao aQui, o senhor anunciou que vai pedir uma unidade de uma Escola Militar para Barra Mansa. O assunto prosperou? Vai mesmo sair? Que local o senhor ofereceu ao governo do Estado para viabilizar a construção dessa escola?
Rodrigo: Em julho, o governador virá à cidade e ele próprio fará vários anúncios de novidades para a cidade, além a Escola Militar!
aQui: Que políticos o senhor já levou para o PSC de Barra Mansa? Eles terão seu apoio nas eleições de 2020?
Rodrigo: Ainda nenhum.