Por Pollyanna Xavier
O Sindicato dos Metalúrgicos deu início à campanha salarial dos trabalhadores da CSN. O pontapé foi dado em uma reunião com representantes da empresa, na quinta, 20, no interior da UPV, e ontem, sexta, 21, voltaram a se reunir para a leitura e o entendimento da pauta. O documento contém itens sociais e econômicos e inovou com um pedido inusitado: o sindicato quer reabrir o Recreio do Trabalhador e para isto pediu a cessão do clube através de um comodato. A informação foi repassada ao aQui pelo diretor jurídico, Leandro Vaz. “O ‘não’ nós já temos. Vamos tentar o ‘sim’, mostrando para a empresa que ela não vai ter prejuízo”, garantiu.
A proposta para gerir o Recreio e reabri-lo à família metalúrgica passa pela busca de parcerias com os governos municipal e estadual e ainda com entidades ligadas à indústria. Segundo Leandro, a ideia é propor um comodato de pelo menos 10 anos, sem ônus para a CSN. “Pensamos em reabrir o Recreio para oferecer não apenas o lazer para os funcionários e suas famílias, mas também cursos, esportes e cultura. Seria um contrato de no mínimo 10 anos”, revelou, acrescentando que o Sindicato está preparado para administrar o clube, resgatando sua antiga função social.
Quanto aos itens econômicos, o presidente do Sindicato, Odair Mariano, e os demais diretores que formam o G5 vão brigar por um aumento real acrescido do INPC. O índice fechou fevereiro em 1,48%, mas no acumulado do ano chegou a 4,87%. A próxima divulgação do indicador está prevista para 11 de abril, mas, como a data- base dos metalúrgicos da CSN é 1º de maio, até lá o INPC pode bater 5%. E é sobre o percentual de maio que o Sindicato vai buscar o reajuste salarial. O mesmo valor também será pedido no cartão-alimentação.
Quanto à PPR, o aQui já divulgou com exclusividade, no início de fevereiro, que o benefício não será pago pela CSN, pelo descumprimento dos prazos para a formação da comissão de negociação. Em compensação, o G5 colocou na pauta um pedido de abono salarial de 2 salários para cada metalúrgico. “Reconhecemos que a empresa fechou 2024 com prejuízo e que ela está enfrentando um cenário econômico complicado com as taxações do aço. Só que o trabalhador está na ponta, e vamos buscar uma compensação financeira dentro da realidade atual do mercado”, ponderou Leandro.
Há ainda outros três itens na pauta que serão tratados, ao menos pelo Sindicato, com total atenção: plano de saúde Liv, que consideram péssimo para o trabalhador, horas extras e empréstimo consignado. No caso da Liv, o pedido é para que a CSN amplie a cobertura e acione o Sistema Abramge, que permite ao usuário ser atendido em hospitais fora da área de cobertura. Já em relação às horas extras, o Sindicato quer a redução do período de pagamento do banco de horas de 6 para 3 meses.
E, por fim, quanto ao empréstimo consignado, o pedido é para que a empresa amplie para 12 meses o prazo para pagamento – atualmente os trabalhadores têm apenas seis meses para quitar os empréstimos contraídos com a CSN. As negociações em torno do Acordo Coletivo dos Trabalhadores da CSN (ACT) começaram aceleradas. Afinal, em apenas dois dias da entrega da pauta, a empresa já convocou o G5 para leitura e entendimento do documento. Este ano as discussões prometem. A conferir.