sexta-feira, outubro 4, 2024
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CPI da Alerj quer acesso aos contratos de publicidade do Governo do Estado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa realizou ontem, terça, 1, oitiva com a gerente de Comunicação da Cedae, Denise Ribeiro, e com o subsecretário estadual de Comunicação Social, Igor Marques, para cobrar esclarecimentos sobre contratos de publicidade firmados pelo governo e pela concessionária.

A CPI quer do Governo do Estado um relatório detalhado sobre a prestação de contas dos serviços realizados pelas agências de publicidade de 2021 a 2024. O documento deve incluir informações sobre os gastos com cada agência, as peças publicitárias produzidas no período e os repasses feitos a veículos de comunicação.  Com relação à Cedae, a CPI quer que a empresa apresente uma relação de todos os eventos e projetos patrocinados pela companhia, acompanhada de um relatório sobre os impactos desses investimentos. Os parlamentares estabeleceram um prazo de 72 horas para o envio das informações à Comissão.

À frente da CPI, o deputado Alan Lopes (PL) enfatizou a cobrança sobre o tema. “O objetivo da Comissão é assegurar maior transparência nos contratos do Governo e na aplicação dos recursos públicos. Precisamos compreender a dinâmica dessas contratações e investimentos para garantir que todo recurso seja utilizado de forma eficiente e responsável”, afirmou. Ele está certo. Afinal, não há critérios na distribuição da publicidade do governo Castro, especialmente aos jornais do interior. Tem veículo, por exemplo, que já recebeu até vários anúncios para a mesma edição. Sem contar que pode estar havendo superfaturamento em algumas áreas.   

Durante a reunião, Igor Marques relatou que o seu setor recebe anualmente um investimento médio de R$ 156 milhões para publicidade. Ele explicou que esse trabalho é executado por quatro agências contratadas pelo governo: Nacional, Propeg, E3 e Nova. Marques também enfatizou seu compromisso em esclarecer quaisquer questões relacionadas ao tema. “Posso garantir que todos os processos publicitários são conduzidos com a máxima transparência nos portais do governo e estou à disposição para responder aos questionamentos da Casa Legislativa”, disse. Será?

Questionamentos à Cedae

Durante a oitiva com Denise Ribeiro, os parlamentares questionaram a dinâmica dos investimentos da companhia em patrocínios de grandes eventos. Um dos patrocínios destacados na reunião foi o aporte de R$ 4,5 milhões destinado a um camarote na Marquês de Sapucaí durante o Carnaval nos últimos dois anos.

O relator da CPI, deputado Rodrigo Amorim, abordou a necessidade de transparência na execução desses contratos. “É imprescindível que compreendamos as razões que levam a Cedae a realizar um investimento tão significativo. Precisamos esclarecer para a população quais os benefícios gerados através dessa ação”, pontuou, tendo sua fala referendada pelo deputado Filippe Poubel (PL), que é vice-presidente da Comissão.

Diante da indagação do parlamentar, Ribeiro esclareceu que o investimento é direcionado à publicidade e à promoção das atividades da companhia. “A visibilidade da marca Cedae é fundamental. O que investimos no camarote resultou em um retorno significativo em espaço publicitário, como a produção de documentários e anúncios em rádio e internet, que ajudam a divulgar nossos serviços à população”, justificou.

O colegiado deliberou para uma próxima audiência o convite ao presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon e ao gestor de Governança Socioambiental da Cedae, Allan Borges, para busca de mais esclarecimentos sobre o assunto.

Também estiveram presentes na reunião os deputados Fred Pacheco (PMN), Jorge Felippe Neto (Avante), Tia Ju (Rep) e Val Ceasa (Patriota).

Foto: Thiago Lontra

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