O ainda deputado estadual Max Lemos (Pros), que foi homem forte do governo Cláudio Castro, eleito para a Câmara Federal ‘com quase 90 mil votos’, sendo que 1.036 obtidos em Barra Mansa e apenas 180 em Volta Redonda, está no centro das atenções. Para muitos, ele deve ser paparicado pelos prefeitos do Sul Fluminense, como Rodrigo Drable, de Barra Mansa, e Neto, de Volta Redonda. É que Max estaria selecionando as obras que o Estado pode paralisar em 2023 por conta de uma suposta crise financeira. “A ameaça é real. Ele faz parte de um grupo que está escolhendo as obras que serão paralisadas e as que vão continuar em 2023”, dispara uma fonte do aQui com trânsito no Palácio das Laranjeiras, referindo-se ao ex-secretário estadual de Obras e que já foi prefeito de Queimados, na Baixada, em duas oportunidades.
Na segunda, 31 de outubro, Max Lemos deu uma mostra do que anda fazendo. “Estou acompanhando, como presidente da Comissão de Obras da @instalerj, o andamento das obras de recuperação e requalificação da ponte ferroviária (Ponte de Ferro) em Cardoso Moreira”, postou em sua página do Facebook, referindo-se a um projeto que iniciou à frente da secretaria de Infraestrutura e Obras (@seinfrarj).
O motivo, segundo a fonte, que pede que seu nome não seja revelado, é sintomático. “O dinheiro da venda da Cedae já acabou. O governador gastou demais para se reeleger, e a crise vai explodir a qualquer momento”, detalhou, indo além. “O governo do Estado terá problemas financeiros até para pagar a folha de pagamento”, alerta, sem dizer se a crise pode explodir no final do ano ou nos meses iniciais de 2023. “Vai faltar dinheiro para a folha”, sentencia. “Gastaram muito, fizeram muita besteira”, acrescenta.
Ela vai além. Diz que Max Lemos estaria selecionando as obras mais importantes do ponto de vista político. “Vai definir as prioridades”, dispara. “2023 será um ano sem obras. Todas, fora as que o Max escolher, serão suspensas”, acrescenta, ciente de que a informação vai gerar mal-estar entre os prefeitos que apoiaram Cláudio Castro. “O Max não é amigo de ninguém. É amigo de quem lhe dá votos”, detalhou.
Procurado para falar a respeito dos boatos, o Núcleo de Imprensa do governo do Estado do Rio de Janeiro negou as informações sobre a crise financeira. Veja a nota que soltaram a respeito: “Informamos que as obras do governo do Estado que vêm sendo executadas por esta secretaria seguem dentro do cronograma previsto pela Pasta e sem nenhuma intercorrência. As informações acerca de falta de orçamento não procedem”, informou.
Tudo falso
Ainda sobre Max Lemos, há quem garanta que o futuro deputado federal estaria sem trânsito no Palácio das Laranjeiras. Ou seja, não faz parte de nenhuma equipe que esteja a serviço de Cláudio Castro. “Essas informações não são reais. Alguém está querendo criar uma crise. O Max, inclusive, está com o filme queimado junto ao governador desde as eleições. Ele não cumpriu o que prometeu”, dispara uma outra fonte ouvida pelo aQui.
Ela vai além. Nega que vá faltar dinheiro nos cofres públicos estaduais em 2023. “O governo terá duas vezes mais recursos para investir em obras. O dinheiro da Cedae não é nada comparado com o superávit que o Estado terá em 2023. Não vai faltar dinheiro. Vai é sobrar”, compara.
Antes das eleições, puro otimismo
Em entrevista exclusiva ao aQui antes de ser reeleito, Cláudio Castro chegou a garantir que todas as obras iniciadas pelo seu governo seriam mantidas. Tem mais. Iria, disse, iniciar novas obras e serviços. Veja a íntegra do que ele falou:
aQui: Caso eleito, vai manter todas as obras do governo do Estado em execução nas cidades da região?
Cláudio Castro: Não só manter, mas expandir obras e serviços. Nos próximos anos, o planejamento é ampliar o PactoRJ, maior pacote de investimentos da história do estado. Serão destinados mais de R$ 2 bilhões, com foco justamente em obras de infraestrutura para todo o interior. Melhorou muito, mas ainda temos muito o que fazer pelo estado. Por isso, é importante continuarmos o trabalho que já estamos desenvolvendo.
Nos últimos dois anos, tenho olhado com cuidado para o interior e suas principais demandas, com o objetivo de garantir o desenvolvimento para todos os municípios fluminenses. Temos que dar continuidade à recuperação de mais de 880 km de estradas estaduais, bem como à reforma de escolas, batalhões e delegacias e à construção de mais unidades de saúde, ampliando cada vez mais o atendimento especializado, facilitando ao máximo a vida dos cidadãos fluminenses.
Barra Mansa
Veja a relação de obras que estão sendo feitas ou por fazer em Barra Mansa: Ponte ligando a Vista Alegra à Via Dutra; Conjunto habitacional no Siderlândia (160 moradias); Três grandes reservatórios de água (Santa Rosa, Cotiara e Av. Albo Chiesse); Sistema de câmeras de monitoramento; Nova sede da Prefeitura Municipal de Barra Mansa; Canalização do Córrego Laranjeiras (bairro Vista Alegre); Remodelação do Centro, shopping a céu aberto, pontos de ônibus; Reconstrução da Ponte Ver. Ruth Coutinho; Parque da Cidade – infraestrutura, modernização e implantação de equipamentos e uma nova escola para deficientes; Restaurante do Povo – reforma e atualização; Contenção na Vila Coringa (Rua Major José Bento); Adutora de água na Região Leste; Córrego Antônio Elias Arbex (Boa Vista 2); Pavimentação de vias no Verbo Divino, na Rua Eduardo Junqueira e adjacências; Bacia hidrográfica do Rio Barra Mansa – barragem temporária; Hospital Municipal – aquisição do Hospital Menino Jesus e implantação de diversos equipamentos públicos como central de imagens, Hospital dos Olhos; Mercado Produtor Agro; Pavimentação de mais 168 ruas; Novo asfalto à Avenida Presidente Kennedy; Novo asfalto do Boa Vista I, São Judas e Piteiras.
Volta Redonda
Procurada pelo aQui, a prefeitura de Volta Redonda informou que a parceria com o governo do Estado envolve investimentos de mais de R$ 320 milhões. Na área da Saúde, prevê a reforma dos hospitais do Retiro e São João Batista, sendo que as duas unidades já teriam recebidos novos equipamentos da ordem de R$ 50,9 milhões. liberado pelo Estado. Tem mais. A UPA 24 horas do Santo Agostinho também será ampliada e o Hospital da Criança está sendo construído com apoio do Estado. “Na Mobilidade Urbana, a parceria prevê asfalto novo para diversos trechos da cidade do aço, a construção de novas calçadas, ciclovias, e ainda uma nova ponte sobre o Rio Paraíba, dois viadutos, e uma alça no Viaduto Heitor Leite Franco entre outros. Se não faltar dinheiro, o Estado promete construir um Museu da Ciência e Tecnologia, em Volta Redonda, orçado em R$ 15 milhões.