Em plena luz do dia, homem foi assassinado na terça, 23, em Volta Redonda
Por Mateus Gusmão
A população pode até sentir cada vez mais insegurança ao ter que sair à noite pelas ruas de Volta Redonda e Barra Mansa. Pode até ficar com medo de ter o carro roubado, ser agredida, entre outros. Mas, para o governo do Estado, a coisa não é bem assim. Segundo o Palácio Guanabara, o Rio de Janeiro encerrou o ano de 2023 com números positivos em termos de segurança pública estadual. Os crimes contra a vida, ou a letalidade violenta, alcançaram quedas históricas no ano passado,
registrando o menor número de mortes desde o início da série histórica que passou a ser divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Isso desde 1991. O indicador, que engloba homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e morte por intervenção por agente do Estado, registrou uma redução de 5% entre janeiro e dezembro de 2023, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.
Parece pouco, não é? Pode ser, afinal são apenas 5%. Mas o governador Cláudio Castro, envolvido em escândalo que ele diz estar sendo requentado, comemora os resultados obtidos em todo o estado. “A segurança pública do Rio de Janeiro vem alcançando nos últimos anos reduções históricas na letalidade violenta, e isso precisa sempre ser destacado, pois não é um fato trivial. Já investimos mais de R$ 2,5 bilhões em tecnologia, reformas de batalhões e delegacias e equipamentos de proteção para os policiais. Além disso, criamos uma nova Secretaria de Segurança Pública, enxuta, para promover uma integração maior entre as polícias Civil e Militar”, crê o governador.
O secretário de Segurança Pública, Victor Cesar dos Santos, vai pelo mesmo caminho e quer usar os dados obtidos em 2023 para criar uma sensação maior de segurança na população fluminense. “Não há dúvida que as polícias Civil e Militar estão desempenhando um ótimo trabalho. Nosso grande desafio é fazer com que esses números positivos se transformem em sensação de segurança para a população. E é nisso que estamos trabalhando, coordenando as ações das polícias”, acrescentou o secretário de Segurança Pública, que comanda uma pasta recentemente criada. E que é criticada por muitos. “Os fluminenses agora têm a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública. Os três titulares ficam batendo cabeça”, avalia um deputado de oposição a Castro.
A sensação de segurança, segundo ele, não é compartilhada em Volta Redonda e Barra Mansa, onde os homicídios cresceram, conforme mostram os dados do ISP. Pelo que o aQui descobriu, os dados positivos referem-se apenas aos números de prisões em flagrante: 796 na cidade do aço, com uma média de mais de duas prisões por dia. Já em Barra Mansa, foram 411 prisões em flagrante.
Confira os principais indicadores de segurança de VR e BM:
Homicídio doloso: em Volta Redonda, foram 69 assassinatos em 2023, contra 65 em 2022. Em Barra Mansa, foram 79 homicídios no ano passado, contra 48 em 2022.
Morte por intervenção de agente do Estado: apenas um caso foi registrado em Volta Redonda em 2023, sendo que em 2022 foram 18. Barra Mansa registrou apenas um caso no ano passado, contra 7 em 2022.
Roubo de rua: foram 76 casos em VR durante o ano passado e 140 em 2022. Em BM, 47 casos em 2023 e 94 casos em 2022.
Roubo de carga: dois casos em Volta Redonda em 2023, contra 5 em 2022. Já em Barra Mansa, foram 7 casos em 2023 e 6 em 2022.
Roubo de veículo: 63 carros foram roubados em VR no ano de 2023, enquanto que no ano anterior foram 50. Em Barra Mansa, foram registrados 16 roubos em 2023, contra 27 no ano anterior.
Apreensão de drogas: em Volta Redonda, 791 casos em 2023, sendo que em 2022 foram 516 apreensões. Em BM, 300 apreensões no ano passado e 301 em 2022.
Prisão em flagrante: Em Volta Redonda, foram 796 prisões em flagrante, contra 680 em 2022. Já em Barra Mansa, foram feitas 411 prisões em 2023, contra 513 no ano anterior.
Recuperação de veículos: 93 carros foram recuperados em Volta Redonda no ano passado, contra 74 em 2022. Em BM, 64 carros foram recuperados em 2023 e, no ano anterior, 59.