quinta-feira, março 28, 2024

Viciada

Chapa 2 vence em meio a denúncias de irregularidades e favorecimento

Pollyanna Xavier

Uma sucessão de erros e denúncias de parcialidade marcaram as eleições para a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. O pleito, que começou na terça, 26, e encerrou na quinta, 28, resultou na vitória da chapa 2, liderada por Edimar Miguel, que recebeu 1.212 votos, contra 335 da chapa 1, de Jovelino José Juffo, e 230 votos da chapa 3, de Eduardo Veríssimo, o Dudu. O número de votos apurados – 1.807 – não representou nem meio por cento (0,4%) do total de trabalhadores aptos a votar, o que prova que o resultado não representa a vontade da categoria.
O processo eleitoral, inclusive, foi marcado por uma série de irregularidades e denúncias de favorecimento por parte da Comissão Eleitoral e dos procuradores do Ministério Público do Trabalho – que atuaram como fiscais do pleito. Na semana passada, o líder da chapa 1, Jovelino Juffo, por exemplo, tentou impedir a votação ajuizando uma ação na 2ª Vara do Trabalho, denunciando uma série de irregularidades. A ação questionou até a atuação da Comissão Eleitoral, cujo presidente, Maurício de Mendonça Ramos, teria declarado publicamente apoio à chapa 2.
Só que a juíza Monique Koslowski não concedeu liminar para anular a eleição e os advogados da chapa 1 entraram com mandado de segurança na segunda instância da Justiça do Trabalho. O recurso pode ser votado a qualquer momento e as eleições, embora concluídas, ainda correm o risco de serem anuladas. “Totalmente parcial, a gente espera que a Justiça reconheça as violações ao estatuto e a parcialidade da comissão, favorecendo uma via em detrimento das outras”, comentou uma fonte do aQui, pedindo anonimato.
Racha
A apuração dos votos aconteceu na noite de quinta, 28, no Clube Náutico. O resultado saiu por volta da meia-noite: apenas 1.843 trabalhadores participaram da votação. Deste quantitativo, foram apurados 1.807 votos (98,0%) e o resultado mostrou que, além da vitória da Chapa 2, foram contabilizados 13 votos nulos e 17 brancos. Assim que o resultado foi divulgado, integrantes da chapa 2 comemoraram com gritos e gravações de áudio e vídeo para as redes sociais.
O que chamou a atenção nos vídeos foi que o cabeça da chapa vitoriosa, Edimar Miguel, não apareceu em nenhuma delas, apenas o vice, Odair Mariano, e demais membros. Segundo a fonte ouvida pelo aQui, a união do grupo durante o processo eleitoral não passava de fachada, e nos bastidores teria havido fortes dissensões com o objetivo de enfraquecer a liderança e fazer com que Edimar perdesse a força. Verdade ou não, o histórico da oposição sindical mostra um cenário marcado por divergências e rachas. Seja como for, Edimar poderá assumir o Sindicato no dia 8 de setembro, se a Justiça não reconhecer os vícios existentes no pleito. Até lá, tudo pode acontecer.

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