A greve dos caminhoneiros, que começou na segunda, 21, e se estendeu ao longo da semana, imergiu o Brasil em um verdadeiro caos. E os reflexos foram sentidos com força no Sul Fluminense. Por aqui, praticamente todos os serviços públicos foram prejudicados. As empresas de ônibus foram obrigadas a reduzir suas frotas a 50% ou menos e, por isso, as escolas estão fechadas até segunda, 28. Os hospitais da região já encontram dificuldades para receber medicamentos, transportar os doentes mais graves e até realizar algumas cirurgias. E as gôndolas dos supermercados já estão à míngua.
Mas a desordem se intensificou nos postos de combustíveis, onde a corrida foi grande. As filas começaram a se formar logo na quarta, 23. A procura desesperada acabou secando a gasolina e o etanol da maioria das bombas. Há notícias até de bate boca e pancadaria em um posto da cidade do aço, quando uma mulher tentou furar a quilométrica fila de motoristas desesperados por combustível. Teria sido agredida por duas outras motoristas, impacientes e nervosas.
Embora o governo Federal tenha acenado na noite de quinta, 24, um acordo com os caminhoneiros, a categoria não dá sinais de que pretende suspender os bloqueios até que todas as reivindicações sejam acatadas. Com medo dos prejuízos milionários que a greve pode causar caso se estenda ao longo da próxima semana, prefeitos do Sul Fluminense se reuniram na manhã de ontem, sexta, 25, para conversar sobre os impactos em seus respectivos municípios.
Com mais de 1,2 milhões de habitantes, a região tem sofrido e os prefeitos têm se virado como podem. Em Volta Redonda, por exemplo, a preocupação maior gira em torno da Saúde e da coleta de lixo. Samuca Silva, por exemplo, garantiu que os serviços estão comprometidos. Ontem, sexta, 25, no fim do dia, o prefeito decretou Estado de Emergência. Até a Guarda Municipal anda acautelada por falta de combustíveis. A secretaria de Saúde teria, segundo ele, condições de manter a pasta normalmente até terça, 29. E graças ao racionamento de combustível determinado por Samuca, o recolhimento de lixo está garantido até domingo que vem.
“Pedimos à população que dê uma atenção especial aos serviços públicos, principalmente à coleta de lixo, que ajude a todos nós nesse momento de crise”, afirmou Samuca, lembrando que as aulas da rede pública de Volta Redonda estão suspensas até segunda-feira, afetando mais de 45 mil alunos.
O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, também disse que a cidade está sofrendo em diversos setores com a greve dos caminhoneiros. “A coleta de lixo em Barra Mansa vai até, no máximo, segunda-feira. Esperamos que a greve acabe e os preços dos combustíveis caiam. Pelo menos para abastecer os veículos que realizam serviços essenciais”, comentou.
Durante a reunião, os prefeitos decidiram fazer uma nova reunião, possivelmente no domingo, 3 de junho, para definir possíveis medidas a serem tomadas pelos municípios, caso a greve dos caminhoneiros não acabe. Eles ressaltaram ainda que, mesmo que a paralisação dos caminhoneiros seja finalizada, os serviços públicos levarão um tempo para se normalizarem.
Enquanto o caso não é resolvido, é bom que a população economizem gás de cozinha, gasolina, façam dieta e tenham paciência… Muita paciência!