Roberto Marinho
Aproveitando a segunda reunião do Observatório Legislativo da Intervenção Federal no Rio de Janeiro (Olerj), realizada na manhã de ontem, sexta, 2, em Barra Mansa, a alta cúpula do PMDB fluminense e partidos aliados se reuniu à tarde, em Volta Redonda. O encontro “secreto” aconteceu no apartamento do ex-prefeito Neto, no Jardim Amália, com direito a deliciosos quitutes árabes, especialidade de D. Munira. Pela quantidade de carros e seguranças, parecia um evento oficial com o governador Luiz Fernando Pezão, nada discreto.
Entre os convidados, além de Pezão, estavam o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, o secretário estadual da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo, os deputados federais Deley de Oliveira e Laura Carneiro, e 13 prefeitos do Sul Fluminense, além do prefeito de Campos, Rafael Diniz. Detalhe: o prefeito Samuca Silva “teria sido convidado”, mas não foi ao encontro porque “teria outros compromissos”.
Durante o almoço árabe, os peemedebistas discutiram, segundo fontes do aQui, a estratégia do MDB lançar uma chapa para disputar a sucessão de Pezão, que seria encabeçada pelo pai de Rodrigo Maia, o ex-prefeito e atual vereador do Rio de janeiro, César Maia, tendo o ex-prefeito Neto como vice. Se César Maia, que está meio que doente, não topar a parada, a solução defendida na casa de Neto seria apoiar o ex-prefeito Eduardo Paes, como candidato a governador, mesmo que ele troque de partido. Mas com Neto de pré-candidato a vice.
Na saída do encontro, entrevistado com exclusividade pelo aQui, Rodrigo Maia tentou desconversar. Afinal, as definições para as eleições 2018 começam pra valer a partir de abril, mas deu pistas do que pode vir por aí. “Não sou candidato ao Estado (do Rio). O partido está querendo me lançar pré-candidato a presidente. Eu acho que este será um desafio grande. Agora, aqui no Rio a gente vai ter um projeto, que vai juntar o Neto, o ex-prefeito Eduardo Paes, o ex-prefeito César Maia, no mesmo palanque. É um grupo que a gente tem mais identidade”, disse Maia.
O presidente da Câmara ainda deu uma ideia da importância de Neto no projeto do PMDB fluminense. “Fui a Barra Mansa e vim conversar com o Neto, ele me convidou para almoçar. A gente quer estar junto neste projeto de 2018, com todos os prefeitos e a liderança do (ex) prefeito Neto. Agora a decisão partidária, de disputar a eleição, isso vai ser feito em abril, mas seria sempre uma honra tê-lo (Neto) junto conosco”, pontuou.
Nem sim, nem não
Procurado pela reportagem do aQui, o ex-prefeito Neto também tentou despistar sobre a sua própria candidatura. Disse que está focado em uma eventual disputa de Rodrigo Maia à presidência. “Não chegamos a conversar sobre isso (chapa com César Maia). Mas se o Rodrigo Maia for sair para presidente da República, vou ajudá-lo com certeza. Ele tem feito um belíssimo trabalho na Câmara Federal, e está sendo fundamental neste processo de recuperação do Rio de Janeiro”, disse Neto, conhecido por só revelar suas estratégias políticas nos últimos momentos.
Sobre a possibilidade de sair como deputado estadual, em dobradinha com o parceiro de longa data, Deley de Oliveira, como federal, Neto foi enfático: “Não pretendo sair para deputado estadual ou nada mais, por enquanto. A única definição que tenho é ajudar a candidatura do Rodrigo Maia à presidência”, afirmou. As cartas estão na mesa, façam suas apostas.