Na edição passada, como já vem fazendo desde o início do ano, o prefeito Rodrigo Drable voltou a falar da necessidade de uma pesquisa eleitoral para ver quem o seu governo poderia apoiar tanto para a Câmara quanto para a Alerj nas eleições de outubro. O recado foi dado com exclusividade pelo aQui. Foi anotado por quem de direito: Ademir Melo, Fátima Lima, Luis Furlani, Leonardo dos Santos (Leo da joalheria) e por Marcelo Cabeleireiro, respectivamente. Mas vai ficar só nisso.
Procurados pelo aQui, todos eles garantem que suas pré-candidaturas são irreversíveis e deverão ser sacramentadas pelos diretórios das legendas a que estão filiados. Tem mais. Garantem que, se forem eleitos, cumprirão seus mandatos. Ou seja, até prova em contrário, não serão candidatos a prefeito nas eleições de 2024.
Veja abaixo, na íntegra, como eles responderam às perguntas do aQui:
‘Irreversível’
Afastado há 10 anos do cenário político barra-mansense, o ex-vereador e ex-deputado estadual Ademir Melo resolveu se filiar ao Podemos e se lançar como pré-candidato à Câmara. Detalhe: o empurrão foi dado pelo próprio prefeito Rodrigo Drable, e Ademir está bem cotado nas pesquisas informais de intenção de votos. Pelos seus cálculos, vai precisar de 30 mil votos. Seus adversários, compara, vão precisar de muito mais: em torno de 50 mil votos.
aQui: O que o senhor achou das declarações do prefeito Rodrigo Drable de que o candidato do governo a deputado federal deveria sair de uma pesquisa eleitoral, ou seja, o mais votado seria o candidato dele e teria o apoio dos demais?
Ademir Melo: O prefeito é muito sábio e sabe da sua importância no próximo pleito. Qualquer candidato gostaria de ter o apoio do prefeito, pois ele é o eleitor ‘número um’ da região. Quanto ao critério para escolher o candidato é interessante, mas talvez, não aponte o candidato que tem mais chances. Exemplo: no meu caso para deputado federal com 25 mil votos no Podemos, estaremos disputando uma cadeira com reais chances. Já para os outros partidos, o número de votos necessário será bem maior. No PL, cerca de 55 mil votos no mínimo; no PSD, 50 mil no mínimo; e no União também cerca de 50 mil votos. No meu entendimento, o Podemos é o partido que pode fazer um deputado federal com menos de 30 mil votos.
aQui: E do sonho de Drable de que, se for eleito, o senhor não deixará a Câmara para ser candidato a prefeito em 2024?
Ademir Melo: Assumo um compromisso com o povo de Barra Mansa: se tiver o privilégio de representar a minha cidade no Congresso Nacional, eu jamais, em hipótese alguma, irei abandonar o mandato que for dado pelos eleitores.
aQui: A sua pré-candidatura é irreversível?
Ademir Melo: Sim. Somente Deus pode me impedir.
aQui: O que ocorrerá se a pesquisa não for feita e se todos se lançarem como candidatos? Como espera, nesse caso, obter o apoio do prefeito?
Ademir Melo: Temos que respeitar a vontade de cada um. O ideal seria ter somente um candidato e analisar profundamente as chances de cada um, como: rejeição, aceitação, conhecimento, experiência e o partido com maior chance de alcançar a vitória. O prefeito é apaixonado por Barra Mansa e, com certeza, na reta final, ele terá que optar pelo que tem mais chances.
aQui: O que poderia levá-lo a desistir de se candidatar tanto em 2022 quanto em 2024?
Ademir Melo: 2024 está muito cedo para discutir. Quanto a 2022 já disse que somente Deus pode me tirar da disputa.
aQui: A convenção do seu partido está marcada para quando?
Ademir Melo: Ainda não fui informado.
‘O prefeito saberá quem apoiar’
A professora Fátima Lima é a vice-prefeita que todos sonham. Discreta, eficiente e com trânsito no meio popular. Tem mais. Conquistou o respeito e a confiança de Rodrigo Drable, tanto que o prefeito nem pensou duas vezes em convidá-la, nas eleições de 2020, para repetir a dobradinha vitoriosa do pleito de 2016, quando a dupla ganhou facilmente a prefeitura de Barra Mansa. A sua pré-candidatura à Câmara surpreendeu meio mundo, pois a maioria achava que ela continuaria no cargo até o último dia do seu mandato, o que levou muita gente a acreditar que está sendo preparada para disputar a sucessão de Drable.
aQui: O que a senhora achou das declarações do prefeito Rodrigo Drable de que o candidato do governo a deputado federal deveria sair de uma pesquisa eleitoral, ou seja, o mais votado seria o candidato dele e teria o apoio dos demais?
Fátima Lima: Respeito muito o prefeito Rodrigo. Penso que é direito dele escolher o método que achar mais conveniente para apoiar um candidato. No entanto, a minha candidatura, por exemplo, não é somente minha, é fruto de um entendimento com lideranças da nossa sociedade que têm as mesmas propostas e pensamentos para a nossa cidade e a nossa região, além de assuntos nacionais de interesse coletivo.
aQui: E do sonho de Drable de que, se for eleita, a senhora não deixará a Câmara para ser candidata a prefeito em 2024?
Fátima: Apesar de ainda ser muito cedo para tratar de 2024, da mesma forma como para deputada federal, onde a pré-candidatura foi fruto de entendimento com lideranças da sociedade, uma candidatura à prefeitura só se viabilizará se houver entendimento de que é necessário e possível.
aQui: A sua pré-candidatura é irreversível?
Fátima: Como disse anteriormente, ela é fruto do entendimento com a população sobre a necessidade de representatividade de Barra Mansa e da nossa região, assim como de temas que a todos afetam, no Congresso Nacional.
aQui: O que ocorrerá se a pesquisa não for feita e se todos se lançarem como candidatos?
Fátima: Penso que é legítimo a participação daqueles que entendam que podem representar a sociedade, colocando seus nomes para que a população, através do voto, decida quem a representará.
aQui: Como espera, nesse caso, obter o apoio do prefeito?
Fátima: O prefeito saberá a quem apoiar nesse pleito.
aQui: O que poderia levá-la a desistir de se candidatar tanto em 2022 quanto em 2024?
Fátima: Em 2022, nossa pré-candidatura já está lançada, como disse, fruto de entendimento com a sociedade, e não vejo motivos para retirá-la. E sobre 2024, como falei anteriormente, penso ainda ser prematuro tratarmos desse assunto.
aQui: A convenção do seu partido está marcada para quando?
Fátima: A convenção está prevista para acontecer no dia 23 deste mês.
‘Aquele que estiver melhor’
Vereador e presidente da Câmara, Luiz Furlani foi um dos mais enfáticos em concordar com a tese de Rodrigo Drable de se fazer uma pesquisa eleitoral para definir o candidato do governo à Câmara Federal. “Tem que ser o que tem mais chances”, disparou. Com um adendo. Sua pré-candidatura é irreversível.
aQui: O que o senhor achou das declarações do prefeito Rodrigo Drable de que o candidato do governo a deputado federal deveria sair de uma pesquisa eleitoral, ou seja, o mais votado seria o candidato dele e teria o apoio dos demais?
Luis Furlani: Está certo. Tem que escolher um nome de consenso, tem que ser o que tem mais chances conforme a pesquisa indicar. Nossa Barra Mansa precisa ter um deputado federal para chamar de seu. Aquele que estiver melhor. Eu entendo que deveria haver uma união em torno deste nome deixando as vaidades de lado e pensar pelo melhor de Barra Mansa. Não é isto que tanto pregam? Independentemente do que acontecer, deixo aqui registrado meu respeito a todos aqueles que se colocam como pré-candidatos a deputado federal.
aQui: E do sonho de Drable de que, se for eleito, o senhor não deixará a Câmara para ser candidato a prefeito em 2024?
Luis Furlani: Desde quando comecei na política trabalhando nos bastidores e depois na vida pública aprendi que primeiro passamos ou trabalhamos ou disputamos uma eleição para depois falarmos de outra. Neste momento estou focado e determinado em trabalhar e trabalhar e trabalhar por Barra Mansa no meu mandato como vereador e me colocando como pré-candidato a deputado federal. A certeza que tenho neste momento é que da minha parte nunca faltará trabalho, trabalho e trabalho por Barra Mansa, seja em que momento for!
aQui: A sua pré-candidatura é irreversível?
Luis Furlani: Minha pré-candidatura a deputado Federal é irreversível sim!
aQui: O que ocorrerá se a pesquisa não for feita e se todos se lançarem como candidatos? Como espera, nesse caso, obter o apoio do prefeito?
Luis Furlani: Eu estou à disposição dos outros concorrentes de nossa cidade que estão se colocando como pré-candidatos a realizar toda e qualquer pesquisa que desejarem fazer para que Barra Mansa tenha um nome a Federal de consenso. Sem vaidades e por amor a Barra Mansa. Porque repito: nossa cidade precisa de um deputado federal para chamar de seu! O prefeito deveria apoiar aquele que não foge do desafio de no consenso por Barra Mansa ter um nome. Porque penso que aqueles (a) que não aceitarem este desafio da pesquisa em prol de um nome de consenso sem vaidade por Barra Mansa, estão no objetivo único do seu projeto pessoal e individual e não para o melhor da cidade! Mas esta pergunta tem que ser feita ao prefeito porque se ele lança o desafio e não tem adesão de alguns (a), ele tem que apoiar o que se mostrou disposto a participar do processo eleitoral não por cunho pessoal, mas por defender o melhor para Barra Mansa.
aQui: O que poderia levá-lo a desistir de se candidatar tanto em 2022 quanto em 2024?
Luis Furlani: Como já disse acima vamos falar de hoje, eleições 2022: Sou pré-candidato a Deputado Federal!
aQui: A convenção do seu partido está marcada para quando?
Luis Furlani: A convenção será no dia 31 de julho
“Só se ficar doente…”
O nome do empresário Leonardo dos Santos, ex-presidente da CDL-BM, como pré-candidato a deputado federal, surpreendeu muita gente, afinal ele ainda é desconhecido dos eleitores ‘além Barra Mansa’. Talvez seja por isso que decidiu adotar o ‘Leo da Joalheria Regina’ como nome de guerra para as urnas. E ele não deixa por menos. Diz que só sai da disputa se adoecer ou caso não consiga aprovação do Podemos, legenda a qual está filiado, assim como Ademir Melo.
aQui: O que o senhor achou das declarações do prefeito Rodrigo Drable de que o candidato do governo a deputado federal deveria sair de uma pesquisa eleitoral, ou seja, o mais votado seria o candidato dele e teria o apoio dos demais?
Leo da Joalheria Regina: Respeito a opinião do prefeito, em relação a essa declaração. Porém acredito que uma pesquisa não entrega a realidade de fato. Temos grandes exemplos de pessoas que não pontuavam nas pesquisas e conseguiram se eleger, são inúmeros os fatores que podem eleger ou não um candidato.
aQui: E do sonho de Drable de que, se for eleito, o senhor não deixará a Câmara para ser candidato a prefeito em 2024?
Leo: Concordo. Claro! Se estou concorrendo ao cargo de deputado federal, sendo eleito, vou cumprir mandato inteiro. Até porque eu pretendo honrar as pessoas que confiarem seus votos em mim, prestando um serviço digno e de qualidade.
aQui: A sua pré-candidatura é irreversível?
Leo: Sim! Inclusive eu antecipei a renúncia à presidência da CDL para poder melhor trabalhar na minha pré-campanha.
aQui: O que ocorrerá se a pesquisa não for feita e se todos se lançarem como candidatos? Como espera, nesse caso, obter o apoio do prefeito?
Leo: O sistema eleitoral é democrático. O apoio do Rodrigo eu pretendo conquistar com muito trabalho, transparência, projetos e parceria com o governo. Sendo eleito eu serei mais uma força visando o desenvolvimento da cidade e do Sul Fluminense.
Em relação a parceria, isso já é um trabalho antigo. Podemos citar como exemplo o período crítico de enfrentamento a Covid-19, onde a prefeitura e CDL trabalharam juntas, somando forças, visando minimizar o impacto da pandemia na nossa cidade. Graças a esse trabalho e parceria, conseguimos manter o comércio em funcionamento durante quase todo o período e minimizar no impacto econômico municipal.
aQui: O que poderia levá-lo a desistir de se candidatar tanto em 2022 quanto em 2024?
Leo: Hoje eu afirmo que a única coisa que me levaria a desistir da minha candidatura é se eu adoecer ou se não for aprovado na convenção. Não acredito em nenhuma dessas duas hipóteses.
aQui: A convenção do seu partido está marcada para quando?
Leo: Essa data ainda está sendo discutida pela presidência do partido.
“Não serei candidato a prefeito”
Dos atuais políticos de Barra Mansa, o deputado estadual Marcelo Cabeleireiro é um afortunado, pois é o único até o momento que tem Rodrigo Drable como seu principal cabo eleitoral. Na edição passada, por exemplo, o prefeito foi claro em ‘sugerir’ aos candidatos à Câmara que fizessem e acatassem o resultado de uma pesquisa para saber quem teria o seu apoio. Quando passou a falar sobre os nomes para a Alerj, não deixou por menos: “O Marcelo terá o meu apoio”, disse Drable.
Apesar da afirmativa, Marcelo foi procurado pelo aQui para falar a respeito dos sonhos de Drable, seu amigo. Afinal, o tema 2024 também está na pauta e, como deputado buscando a reeleição, Cabeleireiro pode vir a ser o nome da máquina para as eleições municipais. O que ele descarta desde já.
aQui: O que o senhor achou das declarações do prefeito Rodrigo Drable de que o candidato do governo a deputado federal e estadual deveria sair de uma pesquisa eleitoral, ou seja, o mais votado seria o candidato dele e teria o apoio dos demais?
Marcelo Cabeleireiro: Esse critério foi utilizado em 2018 quando foi feita uma pesquisa com diversos nomes e nela o meu nome apareceu como o que tinha melhor colocação. Esse critério na minha opinião é justo, pois é uma mostra da vontade popular e se os atores da política entenderem o resultado e apoiarem o pré-candidato melhor colocado, quem sairá ganhando é a população que terá a chance real de eleger um pré-candidato a deputado federal e estadual da cidade contando com a possibilidade de apoio do prefeito. Vale ressaltar que tanto em 2018 quanto em 2022 a cidade de Barra Mansa teve e terá mais 10 pré-candidatos a deputado federal e estadual.
aQui: E do sonho de Drable de que, se for eleito, o senhor não deixará a Câmara para ser candidato a prefeito em 2024?
Marcelo Cabeleireiro: Em momento algum serei candidato a prefeito de Barra Mansa ou de qualquer outra cidade, pois tenho compromisso com a população, e caso seja reeleito, vou cumprir integralmente meu mandato.
aQui: A sua pré-candidatura é irreversível?
Marcelo Cabeleireiro: Não existe hipótese de desistir de minha pré-candidatura à reeleição.
aQui: O que ocorrerá se a pesquisa não for feita e se todos se lançarem como candidatos? Como espera, nesse caso, obter o apoio do prefeito?
Marcelo Cabeleireiro: O prefeito já declarou ser simpático à minha pré-candidatura à reeleição.
aQui: O que poderia levá-lo a desistir de se candidatar tanto em 2022 quanto em 2024?
Marcelo Cabeleireiro: Não existe hipótese de desistir de minha pré-candidatura à reeleição.
aQui: A convenção do seu partido está marcada para quando?
Marcelo Cabeleireiro: Nossa convenção partidária está agendada para o próximo dia 23 de julho.