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Tocar na ferida

31-10-2017 - escola preventiva sme - gabriel borges (3)2

Na manhã de terça, 31, o prefeito Samuca Silva lançou mais um programa. Foi o ‘Escola Preventiva’, que prevê a realização de ações de prevenção ao uso de drogas e álcool em todas as unidades escolares da cidade do aço, conforme explicações dadas pelo chefe da Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas (CMPD), Ricardo Cunha, idealizador do projeto, que deve ser implantado no primeiro bimestre de 2018.

 

“Precisamos enfrentar o problema do álcool e da droga. Não é apenas entregar papelzinho, mas também tocar na ferida, sem medo. Ricardo entendeu esse espírito. Temos que entender também que os professores, orientadores e diretores são agentes fundamentais nesse projeto de prevenção. Além da experiência de vida, Ricardo Cunha e sua equipe conhecem tecnicamente o assunto. O trabalho preventivo é importante e é uma política de médio e longo prazo”, destacou Samuca.

 

Ele tem razão. É que pesquisas recentes da coordenadoria mostram dados alarmantes envolvendo o uso de drogas nas unidades escolares. “Em uma escola da Vila Brasília, por exemplo, em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental (de 12 e 13 anos), 70% dos estudantes já experimentaram o álcool. Em outra sala, do 7º ano, 54% das crianças também já consumiram álcool”, informou Ricardo, acrescentando que boa parte dos jovens teria experimentado bebida alcoólica através de familiares.  

 

“Uma das formas mais importantes de se combater o uso de entorpecentes é a informação”, afirmou o coordenador, que acrescentou: “A linha de atuação do projeto será dentro da redução de demanda, que é trabalhar focando no indivíduo, proporcionando reflexão para aquisição de hábitos saudáveis. Podemos fazer um trabalho de prevenção sem mesmo citar a droga com incentivo do esporte, atividades artísticas, teatrais, entre outras”, explicou.

 

No evento, Ricardo Cunha revelou detalhes de sua vida. Há 23 anos, por exemplo, após uma festa de Réveillon, ele disse que foi atropelado por um trem em Pinheiral, devido ao uso compulsivo de álcool e drogas, o que o deixou numa cadeira de rodas. Hoje, o coordenador do CMPD está há 21 anos sem utilizar nenhum tipo de drogas e nem álcool.

 

A meta do programa é que os 36,5 mil alunos de 104 unidades escolares municipais de Volta Redonda participem da ‘Escola Preventiva’, segundo informou Rita Andrade, secretária municipal de Educação. “O que precisamos são das escolas preventivas, dando suporte aos que não usam e dando apoio aos que estão doentes. As crianças podem ser os multiplicadores nas famílias”, comentou a secretária.

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