Embora algumas fontes digam que seria muito difícil para os médicos do Corpo Clínico do Vita assumirem a operação e administração do hospital, a ideia está sendo compartilhada por muita gente ligada ao empresário Benjamin Steinbruch. A grande questão, porém, é a manutenção da qualidade e agilidade nos procedimentos realizados, caso algum grupo estranho assuma a direção do hospital.
“Todos os hospitais da região vivem sobrecarregados. Em caso de acidente na Usina Presidente Vargas seria um caos. A Unimed, por exemplo, está mandando pacientes da CSN de volta para o Vita por não poder internar mais ninguém. Como levar casos graves em caso de um acidente na UPV para Barra Mansa ou Resende?”, indaga uma das fontes. “Isso é muito preocupante e deve ser analisado”, dispara um dos médicos do Corpo Clínico do ainda Vita, pedindo que seu nome não seja revelado.
Para repercutir a preocupação do profissional, o aQui ouviu um especialista, que se prontificou a esclarecer algumas questões, desde que seu nome não fosse revelado. Segundo ele, o Corpo Clínico do ainda Vita poderia criar uma cooperativa ou mesmo uma empresa e negociar, legalmente, a cessão do imóvel com a CSN. “A parte mais fácil seria o aluguel do prédio com a CSN, a mais difícil seria a licença para operar um hospital, o maquinário, móveis, todo o material que, hoje, é do Vita. Mas o caminho seria este mesmo: a criação de uma empresa ou cooperativa”, esclareceu.
Ainda de acordo com a fonte, o Centro Médico (anexo ao Vita) poderia ser incluído nesta negociação. E explica que, como o CM já tem personalidade jurídica (paga até aluguel ao Vita – que, aliás, não estaria repassando o dinheiro à CSN) –, os médicos do Vita poderiam fazer parte do CM, reforçando o coro para a gestão do hospital. “Isto é bem mais fácil ainda de acontecer, principalmente por se tratar de sublocação. Como eles já são os donos dos móveis, equipamentos, utensílios etc, já devem ter licença, então fica mais fácil”, analisou.
Para a fonte, o processo de transição – saída do Vita e a entrada de um novo grupo na gestão do Hospital – pode levar de 90 a 120 dias. Enquanto a questão não é concluída, a CSN fez um acordo com o Bradesco Saúde e a Unimed para atender seus funcionários. “A empresa teve a preocupação de minimizar os impactos sociais que a desmobilização acarretaria, especialmente em caso de grandes sinistros na Usina Presidente Vargas”, concluiu a fonte, acreditando que a unidade teria capacidade para enfrentar um grave acidente. O que o Corpo Clínico sabe fazer.