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Saco de pancada

08-05-2017 - gabinete sindpass - gabriel borges (2) samuca paulo afonso

Depois dos políticos, os empresários de ônibus representam, atualmente, a classe mais achincalhada do setor econômico brasileiro. Apanham até dos próprios políticos, a quem tanto ajudaram (se não ajudam) até hoje. E são massacrados nas redes sociais por não saberem se defender dos ataques dos internautas – a maioria, gratuita. Nos últimos dias, por exemplo, os prefeitos de Barra do Piraí e Pinheiral, entre outros, foram aos jornais para se gabar de terem mandado reduzir as passagens de ônibus em seus municípios. Em Volta Redonda, Samuca Silva não chegou a tanto. Mas deixou um recado ao presidente do Sindpass (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), Paulo Afonso Arantes, que estava acompanhado por Lucas Arantes (Viação Elite); Gustavo Teixeira (Pinheiral e Agulhas Negras) e Márcio Carvalho Lima (Sul Fluminense).

 

O reajuste da passagem do transporte coletivo, reivindicado pelos empresários, dependerá de uma série de exigências do governo, como a renovação da frota dos veículos utilizados nas linhas municipais, a melhoria no atendimento aos idosos; a regulamentação da velocidade comercial, diminuindo o tempo de viagem; o constante treinamento e reciclagem dos funcionários das viações; e regularização fiscal das empresas com o governo Municipal. “Não abro mão desses pontos. Para que haja reajuste, terão que acontecer de fato melhorias no transporte coletivo, sendo tudo fiscalizado pela Suser”, enfatizou Samuca, conforme release enviado pelo Palácio 17 de Julho.

 

É claro que a quarta reunião já realizada entre Samuca e os empresários não agradou a nenhum dos lados. Pior. Desagradou aos internautas, já que o prefeito fez questão de postar o encontro e suas exigências na sua página do Facebook. O engraçado, se não fosse triste, é que o pedido de reajuste nas tarifas das linhas municipais foi feito há mais de 150 dias, ou seja, há quase seis meses.

 

As negociações começaram em outubro de 2016, quando os empresários entregaram o pedido de aumento da passagem, previsto em contrato de concessão, ao ex-prefeito Neto. Em fim de mandato, Neto não quis atender a reivindicação e deixou o problema para Samuca.  “O governo passado (Neto) não nos deu atenção. Essa é quarta reunião com o Samuca Silva, que nos mostra que o atual governo quer dialogar”, avaliou Paulo Afonso, presidente do Sindpass.

 

Embora não aborde o assunto pela imprensa ou pelas redes sociais para não desagradar ao Palácio 17 de Julho, o presidente do Sindpass lembra que desde a apresentação do pedido de reajuste ao ex-prefeito Neto, a situação do setor piorou muito, principalmente com a crise que provocou a demissão de milhares de trabalhadores na cidade do aço. Todos, praticamente, usuários das linhas municipais de ônibus. “A CSN demitiu muitos trabalhadores. O comércio também. A queda no transporte de passageiros foi sensível, da ordem de 30%”, pontuou, indo além. “Nesses últimos meses, desde outubro, tudo aumentou. O preço do pneu subiu, o óleo diesel também. O valor das peças disparou. Sem contar o aumento dos salários concedidos a motoristas, trocadores, pessoal administrativo” enumerou Paulo Afonso.       

Na Câmara

No mesmo dia em que esteve com Samuca, o presidente do Sindpass, Paulo Afonso Arantes, visitou o presidente da Câmara, vereador Sidney Dinho (PEN). A conversa, a primeira entre eles em 2017, foi bem amistosa. E proveitosa. É que o parlamentar estava envolvido na polêmica transferência de 29 Policiais Militares de Volta Redonda para cidades da Baixada, onde estão reforçando a segurança de áreas comerciais bem longe da cidade do aço.

 

Dinho, é claro, pediu ajuda a Paulo Afonso para resolver, enquanto não consegue reverter a decisão do governo do Estado, o problema do deslocamento dos PMS para Mesquita e Nova Iguaçu. “Os policiais estão indo no ônibus da PM, mas se houver alguma dificuldade, gostaríamos de contar com a ajuda do Sindpass nesse descolamento”, solicitou Dinho. Paulo Afonso, em nome das empresas, prometeu ajudar no que for preciso. “Estamos à disposição”, pontuou.

 

Outro assunto abordado na reunião realizada na Câmara foi a possível limitação das viagens dos idosos nos ônibus das linhas municipais. Que foi desmentida por Paulo Afonso.  “Não existe nenhum limite para os idosos andarem nos ônibus”, frisou, garantindo que caso o boato permaneça, Dinho ou qualquer outro vereador poderá procurá-lo.

 

Dinho aproveitou para apresentar inúmeras sugestões, especialmente uma, relacionada ao passe escolar. Para o vereador, cada instituição de ensino deveria ter um link e uma senha junto à central do Sindpass para simplificar o trabalho de concessão e renovação do passe escolar. Motivo: “Muitas vezes, além de cansativo, diante de tantas exigências, o serviço também é demorado”, explicou o parlamentar. Segundo Paulo Afonso, a sugestão será estudada.

Reajuste em Paraty

No último final de semana, graças a uma decisão Judicial, a Colitur, responsável pelo transporte de passageiros no município, pôde, depois de cinco anos, reajustar a passagem de ônibus de R$ 3,90 para R$ 4,25. A notícia foi veiculada, com exclusividade, pelo aQui Costa Verde e atingiu cerca de 40 mil internautas. E desagradou a um pequeno número de internautas, 160 para ser exatos, que atacaram a empresa com ofensas pessoais aos empresários. Chegaram até a deixar no ar ameaças de pôr fogo nos veículos, o que, convenhamos, é um absurdo.

 

A respeito das críticas dos internautas, os responsáveis pela Colitur enviaram à redação do aQui Costa Verde uma nota onde apresentaram a composição da tarifa em Paraty, que não muda muito quando o assunto é passagem de ônibus. “Muito se fala sobre reajustes de tarifa de ônibus, porém poucos sabem o que estão pagando quando passam pela roleta. Existem vários custos embutidos na tarifa e que todos podem facilmente conhecer e fazer essa conta”, avaliaram, passando a seguir a oferecer um exemplo prático para que a composição da tarifa seja entendida:

 

“Os Idosos, deficientes e estudantes, por exemplo, fazem uso do transporte coletivo de forma gratuita em Paraty (como em Volta Redonda, grifo nosso), por isso eles não entram nessa conta da tarifa. Um exemplo fácil, se 10 pessoas almoçarem em um restaurante e na hora de pagar a conta somente 8 racharem, o valor por pessoa será maior, pois dois não iriam pagar nada”, compararam.  

 

O reajuste das passagens, lembra a Colitur, é anual e está previsto no contrato de concessão, pois anualmente ocorrem aumentos nos custos dos insumos utilizados no transporte coletivo como: pneus, peças, óleo diesel, e salários de motoristas, das pessoas que trabalham no setor administrativo etc. “E olha que são mais de mil funcionários que trabalham na Colitur”, compararam. “Apesar desses fatores, em Paraty, o último reajuste ocorreu em 2012, ou seja, há 5 anos”, lamentaram.

 

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