“A maioria da população está do nosso lado”. É assim que Leonardo Carvalho justifica a cruzada que vem promovendo na defesa da liberação do Uber em Volta Redonda. Ele, junto com outros companheiros, luta pela revogação da lei municipal 5.167/15, regulamentada pelo prefeito Samuca Silva (PV), que prevê multa e apreensão do carro dos motoristas que forem flagrados usando o aplicativo no transporte de passageiros pelos bairros do município. A medida, baseada em um projeto do ex-vereador Maurício Batista, gerou muita reclamação entre os usuários do Uber.
E ele pode estar certo. É que os voltarredondenses criaram até uma petição online – espécie de abaixo assinado – pedindo a revogação da lei que proíbe o Uber. Cerca de três mil internautas já assinaram a petição, que começou a ser divulgada pelo Facebook na página ‘Revoga Samuca’. Tem mais. Em um evento promovido no Facebook, mais de 700 pessoas já confirmaram presença em uma manifestação que está sendo convocada para o dia 17 de julho, aniversário de Volta Redonda. “A gente sabe que essa lei é inconstitucional. É uma lei que vai contra a vontade popular. Não deixaram o direito de escolha da população”, argumenta Leonardo, que é motorista de Uber há dois meses em Volta Redonda. “Não somos contra os táxis, nada disso. Queremos que a população tenha o direito de escolher”, pondera.
Para defender a classe dos motoristas de Uber, Leonardo tem procurado os vereadores de Volta Redonda para tratar do assunto. E não descarta promover uma manifestação no plenário da Câmara para pedir a revogação da lei em vigor. “Todos os passageiros que andam de Uber só falam nisso: que o Uber tem que ficar. Por isso fizemos a petição online. Nosso objetivo é conseguir cinco mil assinaturas em nosso favor. Será uma marca muito significativa, é uma representatividade grande”, salienta, ressaltando que a petição ficará aberta até o final de junho.
Questionado sobre o motivo que fez os vereadores, em 2015, aprovarem a lei do ex-vereador Maurício Batista, Leonardo foi taxativo. “Eu acho que foi questão de lobby”, disparou. “A população não foi consultada. Eles sabiam que se o Uber chegasse, a aceitação seria grande. Assim, tentaram manter o monopólio (dos táxis)”, acrescentou, destacando que, antes da regulamentação da lei feita pelo prefeito Samuca Silva, ninguém da prefeitura procurou os motoristas de Uber. “Ele não conversou com a gente”, completou.
Como o aQui revelou na edição passada, apesar de Samuca ter regulamentado a lei, os carros do aplicativo continuam circulando normalmente. “A gente sabe que vai acontecer fiscalização em algum momento”, pondera Leonardo, destacando que os advogados do Uber já estão cientes de uma provável fiscalização. “Eles estão prontos para agir caso a gente seja multado ou tenha o carro apreendido”, disse, para logo completar. “O uso do Uber é legal no Brasil, a gente funciona baseado em lei federal”, justifica.
De acordo com Leonardo, hoje em Volta Redonda já devem estar circulando cerca de 100 motoristas do Uber – ‘muitos, desempregados’, frisa. Provocado a dizer o motivo que fez o aplicativo cair no gosto dos voltarredondenses, não demorou a responder. “Temos serviço de qualidade, rápido e eficiente. E o preço, que é barato. Hoje carrego no meu carro pessoas que não andavam de táxi por ser caro, mas no Uber andam pelo preço ser acessível”, avalia.
Ao encerrar, Leonardo pede ajuda dos usuários, ou seja, dos passageiros. “Criamos uma página no Facebook, o ‘Revoga Samuca’ e temos a petição online. Estamos dentro da lei e operando normalmente”, concluiu.