Fomentar a vocação científica, qualificar a formação e preparar os estudantes para a vida acadêmica. Esses são os objetivos das escolas em horário integral que ofertam o itinerário de Iniciação Científica e Tecnológica (ICT), implantado pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ) no Ensino Médio em 2023. Além dos colégios estaduais Rio Grande do Norte, em Volta Redonda, e Boa Vista, em Barra Mansa, que iniciaram o projeto, outras 10 unidades da rede estadual receberão o itinerário ICT em 2024, com o apoio de oito renomadas instituições.
Na sexta, 2 de fevereiro, diretores regionais, equipes pedagógicas e professores da rede participaram de uma reunião com representantes da Fiocruz, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Observatório do Valongo (UFRJ), Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (InEAC/UFF), IFRJ (Campus Mesquita) e Centro de Tecnologia Mineral, que vão apoiar e acompanhar o trabalho pedagógico desenvolvido nas 12 escolas.
Durante o encontro, promovido pela Superintendência de Projetos Estratégicos da Seeduc, as instituições parceiras apresentaram seus tipos de atividades e as possibilidades de trabalhos com os estudantes da rede estadual. A ideia é que os jovens visitem todos esses centros de ensino e pesquisa, localizados no Rio de Janeiro, e desenvolvam seus projetos em parceria.
No início de 2022, o Colégio Estadual Rio Grande do Norte, em Volta Redonda, apresentou um projeto chamado ‘Escola Vocacionada à Iniciação Científica, Tecnologia e Inovação’, apoiado pela Agência de Desenvolvimento Regional (ADR Sul Fluminense) e pelo Sebrae. Após reuniões com representantes da Seeduc, a proposta foi desenvolvida e deu origem ao Itinerário de Iniciação Científica e Tecnológica, implantado na escola em 2023. O modelo também foi aplicado no Colégio Estadual Boa Vista, em Barra Mansa, no mesmo ano.
— É especialmente notável o impacto do itinerário de Iniciação Científica e Tecnológica, onde os alunos se sentiram protagonistas do processo de ensino. As ações pedagógicas foram direcionadas para potencializar habilidades e competências pertinentes ao desenvolvimento do pensamento científico. Os alunos participaram de aulas de campo e exploraram no componente curricular tecnologias verdes, sociais, mídias e comunicação — conta Cláudia de Paiva Lima Alvarenga, diretora do CE Rio Grande do Norte, acrescentando ainda que os estudantes produziram documentários, entrevistas e questionaram problemas locais, como poluição, sustentabilidade e mobilidade urbana.
A diretora também relata que os jovens desenvolveram trabalhos com pensamento crítico, atividades com inteligência artificial e utilizaram ferramentas aprendidas nos projetos propostos pela Seeduc. Para a gestora, o saldo foi extremamente positivo, evidenciando o potencial transformador dos itinerários formativos na educação dos alunos.
As unidades escolares que receberão o itinerário em 2024 são: Ciep 448 Ruy Frazão, em Niterói; CE Ministro Raul Fernandes, em Vassouras; CE Alfredo Neves, em Nova Iguaçu; IE Clelia Nanci, em São Gonçalo; Ciep 226 Porto Estrela, em Duque de Caxias; Ciep 397 Paulo Pontes, em São João de Meriti; CE Francisco Portela, em Natividade; CE José do Patrocínio, em Campos dos Goytacazes; CE Coronel Sergio do Amaral, em Magé; e CE Antonio Pecly, em Cordeiro.
Os estudantes terão aulas práticas em laboratório científico multidisciplinar, com equipamentos modernos, para estimular o raciocínio e garantir o melhor aprendizado. O objetivo é que eles tenham contato direto com diferentes experiências e métodos, nas mais diversas áreas da ciência. Haverá ainda passeios pedagógicos, para trabalho ou pesquisa de campo na natureza ou no local onde o fenômeno estudado acontece. Essa atividade é fundamental para a formação dos alunos. “Essa iniciativa é pioneira e inovadora na Educação Pública, mas bem consolidada em instituições como a FIOCRUZ e o CBPF, que têm seus programas de iniciação científica há mais de 30 anos já. O conhecimento dessas instituições desvenda um horizonte de infinitas possibilidades de carreiras não planejadas ou vislumbradas pelos jovens estudantes da rede estadual do Rio de Janeiro. Em um futuro não muito distante, quem sabe não teremos renomados pesquisadores oriundos dessas escolas?!!” – Profª Drª Cristina Silveira – Superintendente de Projetos Estratégicos, ex-aluna da rede estadual de ensino.